As orbes de Hyunjin vacilaram por um momento. As pupilas acastanhadas dilataram-se como se estivesse diante da criatura mais fascinante das histórias de contos de fadas, que costumava ler para suas pequenas gêmeas, antes de dormirem. E Lee Minho estava atento a cada sutil mudança.
O ar morno que saía das narinas de Minho batia contra o rosto de Hyunjin, fazendo-o se deliciar com o aroma ácido de sangue fresco. Moveu a boca devagar, deslizando a ponta da língua ao redor dos lábios rosados.
- Nada que você fizer comigo vai ser tão horrível quanto você pensa, gracinha. - ele cantarolou, levantando seu queixo, para que pudesse sentir a lâmina raspando por sua pele. - Meus planos para você também não eram bons. Mas... se quiser me matar como fez com seu namorado, me faça ter um orgasmo antes. Eu sempre quis saber como era morrer de tanto prazer.
A feição de Hyunjin se contorceu de puro nojo. Encoraja Minho incrédulo, como se fosse um verme bem debaixo do seu nariz. E de fato era.
O Hwang afrouxou a faca em seu pescoço, o suficiente para que pudesse espalmar sua mão na lateral do rosto do mais baixo. O tapa estalou agudo pelos quatro cantos do cômodo e sentia sua palma formigar. Mas não ardia tanto quanto o rosto do rapaz.
Minho encarou o chão por alguns segundos, aproveitando a sensação quente que dilacerava sua bochecha. Queria ter um espelho para deslumbrar o vergão dos dedos marcados em seu rosto, apenas de imaginar como poderia estar, seu corpo estremecia.
Então, ainda sem olhá-lo, Minho riu. Ele mantinha a cabeça tombada para o lado e gargalhava. Ria como quem escutou uma boa piada de um velho amigo e aquilo enfurece Hyunjin. O lugar da faca foi tomado por uma de suas mãos, que apertava seu pescoço tão firmemente quanto o cabo da arma. Sentia sua traqueia e a epiglote trabalhando juntas, em curtos movimentos para uma tentativa e liberação de ar, mas não ia permitir.
A derme de Minho era tão leitosa e clara quanto a lua que iluminava o céu daquela noite, não havia imperfeições, seu rosto havia sido desenhado com tanta delicadeza, que poderia ser facilmente confundido com um enfeite de porcelana. E, por fazer essas alusões, que Hyunjin se apaixonou pelos tons arroxeados que foram pintando sua face. Bonito como um desastre em aquarela.
- Você é patético. - Hyunjin murmurou, deslizando a pontinha do seu nariz pela bochecha intocada do outro. Era macio e quente. - Eu vou fazer você implorar por sua vida.
- Não vai acontecer... - baixinho, Minho pronunciou cada sílaba lentamente, virando sutilmente a cabeça, para que seus narizes se encontrassem, numa troca discreta de carícias. - Ter matado alguns dos seus amigos não te torna louco, Hyunjin. Ainda existem pessoas no mundo melhores do que você.
Da mesma forma que fez com sua irmã, o loiro fechou o punho nos fios castanhos de sua nuca, puxando-o como um animal acorrentado até a cama king-size no meio do quarto. Não há palavras possíveis que pudessem descrever a ira de Hwang Hyunjin naquele momento. Estava completamente cego e permitiu que o ódio fosse disseminado por todo seu organismo.
Ele era e sempre seria melhor do que qualquer pessoa naquela casa.
Minho tropeçou pelos corpos sem vida, espalhados no assoalho, e se fez cair de joelhos a frente do colchão. Hyunjin ainda o segurava pelos cabelos, obrigando-o a manter a cabeça erguida e seus olhos sempre em contato com os dele.
Eram vibrantes e chamativos e fizeram Lee Minho dar um sorriso tão grande que as fibras de sua mandíbula ardiam como se pudessem rasgar a qualquer momento.
E a felicidade insana dele irritou Hyunjin profundamente.
O quarto fedia a morte, o aroma de sangue fresco se pintou como uma fragrância cara de perfumaria francesa. Hyunjin curvou-se diante do outro, prendendo a lâmina brilhante em sua garganta e permitindo-se saborear a derme morna com a ponta da língua. A sensação molhada e viscose fez o Lee grunhir, a saliva se acumulou na boca e sentiu a faca romper o tecido superficial de sua pele.
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Final Boy [Hyunho]
FanfictionDurante seu expediente rotineiro de babá, Hyunjin pensava ser mais uma noite normal, até que escutou o telefone tocar e assim, se viu obrigado a lutar pela própria vida, enquanto seus amigos morriam um a um nas mãos de Lee Minho. Escrito por huiixy...