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Nas primeiras horas da manhã, quando o sol ainda não havia nascido, Cibele se pegou ainda olhando para o teto

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Nas primeiras horas da manhã, quando o sol ainda não havia nascido, Cibele se pegou ainda olhando para o teto.

Ela não havia dormido nem por um minuto naquela noite.

Se Cibele fosse honesta, não tinha nada haver com a hospitalidade da Casa do Vento, Nuala e Cerridwen haviam passado um bom tempo certificando-se de que tudo seria confortável para Cibele, e era, lençóis macios, roupas de dormir de seda, um cheiro de rosas no ar, era confortável.

Quase confortável demais.

Talvez fosse a desconfiança em Cibele, a fera à espreita de sua pele, ou até mesmo a garotinha assustada que ainda vivia dentro dela, mas algo parecia errado, errado o suficiente para a manter acordada.

O lugar agradável e suave não fez nada para diminuir a ansiedade de Cibele, pelo contrário, amplificou seus instintos.

Ela simplesmente não conseguia se esquecer.

Não conseguia deixar as memórias ruins irem embora, elas estavam alí para a assombrar, como se estivessem acontecendo naquele momento.

Por muito tempo, Cibele não foi nada mais do que um ser selvagem, algo para ser enjaulado.

Cibele estremeceu ao pensar nos cinquenta anos que passou presa em sua forma primitiva.

Ela se lembrava de ter lutado muito, já que foram necessários cinco capangas de Amarantha para a segurarem, para que ela pudesse ser levada para as masmorras pela primeira vez.

Cibele se lembrava daquele dia, tão claro como se estivesse acontecendo de novo na mente dela, ela soube no momento em que os olhos de Amarantha pousaram nela que estava condenada.

Ela se lembrava da primeira vez que matou em Sob a Montanha.

A partir daquele dia, Cibele se tornou a máquina de matar de Amarantha.

Quando ela se cansasse de um dos membros da Corte, ou quando se sentisse ameaçada e entediada, seria nessas horas que Cibele seria traga para fora de sua jaula.

The Court of Flowers and Howls ▪ACOTAR▪ (HIATO)Onde histórias criam vida. Descubra agora