𝓬𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 𝓾𝓶: 𝓪 𝓪𝓼𝓬𝓮𝓷𝓼𝓪̃𝓸 𝓭𝓮 𝓹𝓻𝓲𝔂𝓪 𝓼𝓱𝓪𝓻𝓶𝓪

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PRIYA SHARMA sempre havia sido uma mulher paciente — e isso, ela admitia, era uma influência direta de seu pai

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PRIYA SHARMA sempre havia sido uma mulher paciente — e isso, ela admitia, era uma influência direta de seu pai.

Tendo passado por um número incontável de desafios em sua vida como um imigrante Indiano na "Terra do Tio Sam", Kabir Sharma sempre havia sido claro ao oferecer à Priya suas pérolas de sabedoria — conselhos de vida que ele esperava que Priya seguisse; e, enquanto a maioria não guardava nada de muito especial, havia uma em específico que ela sempre havia guardado em seu coração:

— Você, minha menina, não é como eles — Kabir havia lhe dito em uma noite chuvosa de Outono. Priya sempre havia admirado a capacidade de seu pai de apenas oferecer sabedoria em dias esteticamente perfeitos (e em algum ponto ela chegou à conclusão de que isso acontecia propositalmente), mesmo quando o humor dela não correspondia às expectativas dele. Como naquela noite — Você não nasceu com a melhor casa, ou o melhor carro, e nem com dinheiro no bolso. Mas com paciência e dedicação, você pode alcançar lugares que eles nunca alcançarão.

"Eles" eram as designadas "crianças populares" de sua escola, e Priya tinha 10 anos quando seu pai a ofereceu aquele conselho.

A verdade era que, apesar de Priya ter nascido nos Estados Unidos e sua mãe ser Americana, o fato de sua pele ser ligeiramente oliva já era o suficiente para que ela fosse considerada uma "excluída", alguém que não pertencia aquele grupo em específico; e, como se isso não bastasse, havia o agravante de que Priya era uma das únicas alunas bolsistas de seu ano, e que ao voltar para casa, não era em direção à bairros como Downtown ou DuPont Circle, mas Anacostia — que, ela nem precisava dizer, é um dos bairros com maior índice de criminalidade no Distrito da Columbia.

(Certamente descriminado por se tratar de um bairro majoritariamente negro).

"Você pode alcançar lugares que eles nunca alcançarão". Essa frase havia reverberado no coração e alma de Priya durante toda a sua adolescência, e, tal qual a protagonista rejeitada de qualquer romance clichê, foi ao ter seu primeiro beijo esnobado em público que ela decidiu que era aquilo que ela almejava: grandeza.

Não, ela não abandonou suas necessidades adolescentes ou se isolou dos outros — muito pelo contrário. Priya criou conexões, fez amizade com pessoas que poderiam impulsioná-la, conseguiu bolsas de estudo com filantropos (cuja maior necessidade era de diminuir o valor de seu imposto de renda) e melhorou suas notas o suficiente para conseguir cartas de recomendação de professores de renome em sua escola.

Priya sempre havia sido admirada por sua inteligência, e foi graças a ela que Priya chegou até onde estava hoje.

DRA PRIYA SHARMA
UNIDADE DE ANÁLISE COMPORTAMENTAL DO FBI
QUÂNTICO, VIRGÍNIA

Priya não suprimiu o enorme sorriso que se formou em seus lábios ao ler aquelas palavras pela quinquagésima vez naquele dia, perfeitamente centralizadas ao lado de uma foto sua com um grande sorriso nos lábios, seu olhar tão sério quanto possível enquanto encarava a câmera. Esperava que aquela foto mostrasse um pouco de sua personalidade, mas não estava certa quanto a isso — e, de qualquer maneira, não era importante.

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⏰ Última atualização: Oct 14, 2023 ⏰

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𝒕𝒉𝒆 𝒍𝒐𝒗𝒆𝒓𝒔 | 𝒂𝒂𝒓𝒐𝒏 𝒉𝒐𝒕𝒄𝒉𝒏𝒆𝒓Onde histórias criam vida. Descubra agora