Apocalipse Zumbi - O Início do Fim

Um

São Paulo, 14 de outubro de 2029

Ana

Hobbes já dizia: "o homem é o lobo do homem".

— Eles estão mortos!!!

— Não, eles não estão.

— Você só está falando isso para me acalmar.

— Mortos ou não, não há o que fazer!

— Claro que há, Ana. Por que não me ajuda? Por que não tira a porra do olho da televisão? Nossos pais desapareceram desde ontem a noite e você não faz caralho nenhum!

— Lisa.

— Tira a mão do meu ombro!

— Está tudo bem.

— Não está, para de fingir que está tudo bem!

Em um abraço, posso sentir seu coração bater tão forte quanto a badalada do sino da igreja. Ansiedade: Lisa, além de obter o título de irmã mais nova, também obtém, desde muito antes dos seus doze anos, facilidade em ter uma crise em momentos como esses.

— Está bem, Lisa, podemos procurá-los — digo, franzindo a testa enquanto perguntava a mim se isso era uma boa ideia.

Deixo seu abraço a fim de preparar nossa saída.

— Sim, exatamente. Agora, não estamos mais falando de epidemia, pois hoje, além do Brasil completar um mês em contato com o Vírus-Z, os países vizinhos já relatam presença das bactérias, ou seja, uma pandemia. Vale ressaltar que o Brasil está omisso desta Terceira Guerra Mundial em decorrência da nossa situação. Porém, a América do Norte e a Ásia continuam fazendo, diariamente, milhares de mortos por meio de mísseis. É importante que todos fiquem em suas residências — são as últimas palavras que ouvimos da jornalista antes de desligar a televisão.

Quem esperava que o Brasil, um país que sequer investe em ciência, seria responsável por criar uma pandemia por meio de inteligência científica? É, quando um país investe em estudos ao invés de armamento, a educação se torna a nossa arma mais poderosa.

Nada disso teria acontecido se o governo quisesse, discretamente, ajudar os Estados Unidos por meio da ciência, porém ocasionou na pior das situações a partir do momento em que tudo deu errado. Então, pressionaram fortemente o governo assim que descobriram que o Estado foi responsável por esse caos.

— Pegou as facas? – Questiono Lisa, antes de abrir a porta.

— Foi a primeira coisa que peguei — acompanhada de um sorriso em seu rosto, ela exibe os armamentos.

— Ótimo! Droga... eles levaram as chaves.

— E agora? Não tem muito o que se fazer há sete andares do chão nesse apartamento.

— Merda!! O que está fazendo?! — Bruscamente, Lisa tentava arrombar a porta. Em seguida, tento também. — Não adianta, isso não vai abrir por nada.

— Não podemos deixá-los por aí — Lisa murmurra, enquanto sua costa desliza as costas da esverdeada porta até sentar no chão.

Avisto a varanda de casa e objetifico aquilo como uma oportunidade.