𝚄𝚖

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📍Porto Alegre, Centro de treinamento Grêmio

S/N

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"Já te contaram?"

"Não! Ultimamente ninguém anda me falando nada!". Cruzei os braços, mas logo tive que descruzar, ventania do caralho em, se não é chuva é vento, me leva logo.

"Deve ser por que você é fofoqueira." Olhei pro Gabriel. "Sabe, você espalhou para todo mundo a saída do Bitello do Time."

"Ele era meu melhor amigo, queria fazer um protesto." Falo. Era verdade! Não aceitei a saída do Bitello do time, só pirou as coisas. O time já tava jogando mal, com a saída dele só piorou.

"S/N!" Ouvi a voz grossa do Renato me chamando.

"Achei que eu não trabalhar hoje." Me levantei.

"Veio pra vadiar foi?" Grando ergueo a sombrancelha.

"Olha só o goleiro, por que você não treina em? O time tá tomando gol pra caralho." Fiz um gesto com as mãos. "Vai."

"Vai você também." Guardei meu celular e fui até o Renato. A fisioterapia tava parada, não tinha nenhum jogador na DM, então automaticamente estava tudo parado! Vinha só pra bater ponto mesmo, se não eu ficava em casa.

"Lucas tá te esperando a uns 15 minutos na sua sala." Renato me olhou com cara de desaprovação. "Trabalho S/n."

"Era só te me avisado, eu lá ia saber que ele tava lá." Revirei os olhos.

"Vai lá! Aquele muleque não fala nada, só fica resmungando." Reclamou.

"Deixa com a S/n. Sempre joga pra S/n" Fiz uma voz fina. "Eu tô indo, mas por que eu quero." Virei as costas. Ele falou alguma coisa, mas eu não ouvi. Fui até meu armário pegando meu jaleco, amava ele, tinha deste dos 16 anos. Era branco com símbolo do Grêmio na parte do coração, do outro lado tinha meu nome. Ele já dura 4 anos.

Abri a porta da minha sala que estava encostada e vi Lucas sentado numa cadeira em frente a minha mesa.

"Boa tarde Lucas, como está?" Se assustou.

"Boa tarde, estou bem, e você?" Se levantou.

"Estou bem. Pode sentar. "Fui até o outro lado da mesa, me sentando na cadeira. "Hoje eu quero só conversar com você."

"Ah, tudo bem." Cruzou as mãos em cima da coxa. "Você vai me fazer as perguntas ou eu falo aleatoriamente?" O sotaque de Lucas era extremamente carregado, ele se confundia bastante nas pronúncias.

"Na verdade eu vou te fazer as perguntas, são profissionais, é rotina que eu tenho que fazer com os jogadores novos que chegam ao time, era pra você ter vindo, mas por algum motivo te colocaram pra jogar antes" Ele sorriu.

"Lucas, me conta como era sua rotina com as fisioterapia lá no Lanús." Me escorei na cadeira e vi ele ficar nervoso.

"Bom, como eu posso te dizer." Ele se calou por um tempo. "Eu não fazia fisioterapia lá, no mínimo umas duas vezes por ano."

"Perai, como?" Deu de ombros. "Você é jogador de futebol, no mínimo tem que fazer fisioterapia a cada duas semanas."

"Sempre quando algum jogador ia pra fisioterapia descontava do salário, no mínimo era uns 500 pesos, o meu salário não era alto lá, então eu evitava bastante passar pela fisioterapia."

"E quando sentia dores? Onde você ia?"

"Eu já cheguei a contratar um por fora, mas era no mínimo 250 pesos. Os jogadores que tinham o salário alto nem se importavam, as vezes eles até se ofereciam a pagar pra mim."

"Ual, nossa. Eu não esperava por isso." Ele me encarou.

"Aqui vai ser descontado também?"

"Não! Não vai não! É tudo por conta do clube." Analisei ele. "Você vai me dar muito trabalho, Lucas."

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🍄 𝗜́𝗡𝗧𝗜𝗠𝗢𝗦 • 𝗟𝘂𝗰𝗮𝘀 𝗕𝗲𝘀𝗼𝘇𝘇𝗶Onde histórias criam vida. Descubra agora