biblioteca

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Os raios de sol já iluminavam a face da japonesa, a mesma se encontrava sentada na sua escrivaninha quase dormindo, não tinha nem piscado os olhos direito durante a noite por causa da sua avó, a mais velha passou a noite reclamando de dores.

Momo podia não ser uma pessoa tão bem humorada mas sempre se mostrava feliz e carinhosa com sua avó, Sra.Hirai amava a neta e admirava a atenção que recebia. Depois que não conseguiu mais falar, ela viu o esforço da mais nova em entender seus pedidos, por mais que não soubesse nada da língua de sinais, foi aprendendo aos poucos, hoje já é quase profissional.

O café já estava pronto, típico de uma família tradicional japonesa, arroz, natto e sopa de vegetais - o favorito da sua avó, principalmente a sopa de vegetais -. Por ter passado a noite quase toda acordada, Batchan ainda dormia serenamente, as dores haviam passado e agora ela poderia descansar. Hirai lembrou que era para ter ido a biblioteca no dia anterior, e, aproveitando o sono da avó, resolveu logo fazer isso, ainda era cedo e a biblioteca devia estar praticamente vazia.

[...]

Ao chegar, Momo foi direto para o balcão, encontrando uma linda mulher de cabelos negros e brilhosos, ela estava acompanhada por outra mulher de olhos marcantes, a japonesa se viu quase que hipnotizada.

— Bom dia, senhora — sorriu — O que deseja?

A menina saiu do transe rapidamente ao ouvir aquela voz doce, era como uma melodia de Mozart.

— Vim entregar dois livros, peguei eles na semana passada.

Apesar da enorme vergonha que sentia, ela conseguiu se desenrolar bem.

— Tudo bem! Espere um pouco ali, vou procurar seu histórico.

A menina era realmente muito bonita, e pelo seu sotaque ela definitivamente não era nativa, assim como a outra que estava um pouco mais atrás, seus traços não eram de um cidadão nativo do Japão.

Momo se sentou na mesa que ficava próxima a estante dos livros fantasiosos, nunca foram seus favoritos mas decidiu dar uma olhada, vai que tinha chegado algum interessante.

— Hirai Momo, certo?

A mesma concordou e foi até o balcão.

— Bom, assine aqui para confirmar sua devolução.

Hirai olhou para o relógio e viu que precisava se apressar, sua vó já deveria ter acordado e estava lhe esperando. No meio da afobação, ela bate em uma pilha de livros que estavam ao lado da balconista.

— Meu Deus! Me desculpe, senhora..

— Dahyun. Pode me chamar de Dahyun, e olha, está tudo bem! Deixe aí que vou arrumar isso mais tarde, pode ir.

Dahyun tinha um belo sorriso, ela por inteira era uma das criaturas mais bonitas que a japonesa já avistou na sua vida. Momo sorriu envergonhada e se desculpou mais uma vez, correu até a saída para chegar logo em casa.

[...]

Batchan estava na cozinha quando a neta chegou em casa, a mais nova se assustou em como sua avó tinha conseguido subir na cadeira de rodas sozinha.

"Você já tomou café?" Momo sinalizou para a avó.

"Sim, estava muito bom!" A grisalha sorriu e isso tirou um sorriso agradecido da morena. "E você? Já tomou café?"

A japonesa afirmou com a cabeça, mentindo, costumava tomar café mais tarde, especificamente na hora do sono da tarde da Batchan.

"A senhora já vai tomar banho?" Se aproximou da cadeira, já sabia a resposta. Levou a idosa para o banheiro, tendo um pouco de dificuldade de colocá-la no chuveiro, Batchan era pesada e Momo ainda não se acostumou com isso.

Lavou tudo direitinho, como sempre fazia, a mais velha era como uma criança, apesar de não emitir palavras, ela brincava com a água e soltava sons encantadores.

Passaram mais um tempo no banheiro e depois foi arrumar ela, vestiu um lindo vestido florido super refrescante, penteou seus cabelos brancos como algodão e a deixou na varanda, ela amava passar suas manhãs lá.

Aproveitou tudo isso para pegar seu cereal e comer, não sentia fome mas sabia que precisava se alimentar. A balconista não saía de sua mente, Dahyun era encantadora e Momo foi mais uma vítima a ser encantada.

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𝘬𝘯𝘰𝘸 𝘢 𝘵𝘳𝘶𝘦 𝑙𝑜𝑣𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora