culpa

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O clima estava tão aconchegante que nenhuma das duas perceberam quando a noite fria se instalou. Momo, sem pensar, bocejou alto e Dahyun rapidamente a olhou, Hirai ficou vermelha de vergonha.

- Está cansada? - Passou a mão pela a da japonesa.

A mais nova não pôde deixar de notar as olheiras escuras de Momo, sua expressão era constantemente exausta.

- Acho que já vou, está tarde e tenho um compromisso a ser resolvido - Sorriu timidamente - Obrigada por me proporcionar um momento maravilhoso, espero poder devolver

Ela abraçou a coreana e recebeu um beijo na bochecha como forma de despedida.

[...]

Momo voltara tão feliz que se pudesse iria saltitando para casa, já havia até pensado em ir na biblioteca no dia seguinte só para rever a morena.

Abriu a porta de supetão sem querer e deu de cara com a sua avó no chão. Seu coração parou por alguns segundos e sua única ação foi correr até ela.

- Batchan! - Apoiou a cabeça da mesma em seu colo, a mais velha respirava calmamente, porém suava bastante e sua pele queimava.

Ela correu até seu celular e ligou rapidamente para o número do hospital implorando por uma ambulância o mais rápido possível. A cada segundo que se passava ela se desesperava mais, quando a ambulância chegou, Momo tirou forças de nem sabe onde para carregar a avó até o lado de fora.

- Você é a única pessoa de contato?

- Sim. Por favor, me diga o que ela tem - passou a mão no rosto desesperada.

- Se acalme, deve ter sido uma queda de pressão - Mediu a pressão da mais velha e estava tudo bem, isso fez ele estranhar - Ela toma remédios controlados?

- Sim. Ela tem problema de insuficiência cardíaca e toma alguns medicamentos diretos na veia, mas ela nunca apresentou essas reações.

O médico pareceu pensar um pouco e passou a mão no rosto, a sua expressão de choque fez com que a japonesa se sentisse ainda mais aflita.

- Acho melhor ela ficar em observação durante essa noite, você pode voltar amanhã e provavelmente ela já receberá alta, ok?

Afirmou com a cabeça e soltou o ar que tanto prendia, não queria deixar sua avó ali sozinha mas havia deixado a casa aberta, sem nenhuma segurança, precisava voltar.

[...]

Momo caminhava em passos lentos até sua casa. Sua mente martelava em dor e culpa, não tinha lágrimas para pôr pra fora, mas seu peito doía, era como se ele estivesse afundando. Ela também não tinha em quem se apoiar, o máximo que poderia fazer era tomar um banho e esperar o amanhecer, sabia que com certeza não iria dormir.

Foi o que fez, assim que entrou na casa, foi até o banheiro e tomou um banho, tentou esquecer um pouco aqueles pensamentos mas nada funcionava, a dor da culpa se tornava cada vez mais forte, ela não conseguia suportar tudo aquilo, queria alguém ali, alguém com quem ela pudesse chorar e pôr pra fora toda aquela dor.

- é minha culpa.. - Suspirou enquanto estava em posição fetal ao lado da pia - eu fui egoísta, deixei com que a empolgação tomasse conta das minhas atitudes e esqueci que cuido de uma idosa, que ela depende de mim e eu simplesmente esqueci dela! - Botou as mãos na cabeça e deixou as lágrimas saírem.

A menina passou cerca de 20 minutos ali, e agora, sentada de frente para a televisão desligada, com sua cabeça flutuando em milhares de pensamentos, os olhos inchados e vermelhos, a voz fraca e completamente sem rumo, Momo se desligou do mundo, o silêncio presente no cômodo era tanto que ela nem se deu conta quando adormeceu..

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𝘬𝘯𝘰𝘸 𝘢 𝘵𝘳𝘶𝘦 𝑙𝑜𝑣𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora