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ᅟᅟo que se sobra de alguém que já está destruído? pintado de sangue e coberto de culpa, arrependimento, remorso. um desqualificado como ser humano, você me via assim também não é, oda-san? sempre fui assim: manchado.
ᅟᅟo que aquela música falava mesmo? ah, “as luzes estão acesas mas não há ninguém em casa”, que engraçado. parece até eu: estou vivo, embora não tenha nada aqui. não algo para se orgulhar, pelo menos.
ᅟᅟpelo menos...
ᅟᅟtem sido dias difíceis, mas, sinceramente, houve algum dia fácil?
ᅟᅟrio, porque é cômico de alguma forma.
ᅟᅟ“não há nada que se valha a pena buscar ao preço de se prolongar uma vida de agonia”, então porque estou aqui agora?
ᅟᅟhaverá um dia em que não vou precisar matar-me para se ter um pouco de alegria? haverá um dia... em que ela surgirá para mim sem esforços? haverá um dia em que o mundo não pareça tão cinza e no qual eu não me sinta não mais humano?
ᅟᅟnão mais humano. me olho no espelho e ponho a máscara, porque de repente é mais fácil enganar com risos e uma expressão divertida do que mostrar quem realmente é.
ᅟᅟbom, não mostro quem eu sou porquê eu também não sei, ou talvez eu saiba, mas finjo não saber porque provavelmente é grotesco demais.
ᅟᅟpercebo que o tempo lá fora está desabando em água — e eu também.
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