Eu tinha seis anos.Eu tinha até cabelo tigelinha, bem loiro.O problema é que sou uma garota de quinze anos, de cabelo cacheado, bem cacheado.
Você, leitor, pode estar se perguntando se me refiro a uma vida passada. Ou, se for mais fã de ficção cientifica, se se tratam de memórias futuras.
Nenhuma das anteriores.
Eu, pessoalmente, sempre acreditei em multiversos, em possíveis versões alternativas de si próprio.. Em realidades alternativas, mundos alternativos.
Em viagens temporais involuntárias, também.
Mas, tenha calma, pois logo compreenderá tudo isto melhor.
Minha família era muito, muito comum. Eu era muito curioso, estava mexendo no radio da sala. Minha irmã, que deveria ter nove anos, me disse para parar, que logo o papai iria chegar. Nossa mãe, suponho eu, estava na cozinha, e logo tirou seu avental, ajeitou os cachos loiros muito volumosos, e foi atender a porta.
Então eu notei algo diferente, apenas não sabia ao certo o que era.
O dito cujo chegou, de terno, deixou o chapéu em um cabideiro, beijou a moça loira, e abriu os braços enquanto a garotinha corria para lhe abraçar.
Ele notou que eu não movi um músculo sequer, depois, perguntou, aflito:- O que foi, Zack, querido? Zack. Esse era meu nome.
-Desde quando ele esta assim, Rose!?
-Eu não sei! Até agora há pouco ele estava normal!
- O que que o Zack tem, mamãe?
Eu continuava sem me mover. Além de estar em outro corpo, em outra família, estava no passado, com toda certeza.
Estava em choque, e meu instinto me mandava perguntar em que ano estávamos.
Mas eu não precisava.
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Ano 3962
Science FictionEu, pessoalmente, nunca acreditei em vidas passadas, nem futuras, nem nada disso tudo. Até eu descobrir uma complexa rede multiversal: imagine milhares versões de si mesmo, que nunca se colidem em uma só, sempre paralelas. Agora imagine que você po...