Rapina

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Minhas mãos atadas, presas ao tempo
Meus olhos vendados, cegos em neblina
Minhas asas quebradas, negam o vento
Minhas emoções, resumidas a uma negativa

Uma espada quebrada
Um conto inacabado
Uma mentira contada
Um luto indesejado

A força que habitava em mim parece ter sumido
Os céus que se abriam para mim parecem ter fechado
O vôo que era meu, aparentemente roubado
Minhas pegadas com sangue, espalhadas nos telhados

Chega de fraquejar
Chega de choramingar
Chega de reclamar
É hora do despertar

Meu medo me paralisa, mas, me ensina a cautela
Meu ódio me cega, mas, me ensina o poder
Minha tristeza me congela, mas, me revela
Que o que há a ser feito é ser

As flechas cravadas começam a se quebrar
Minhas asas se abrem, o vento se rompe ao não suportar
Minha lâmina se reconstroi, pronta para lutar
Eu cai apenas para me levantar

Hora de caçar
Com o olhar fulgaz 
A lâmina ardente
E a alma capaz

Hora de renascer
Como a fênix das cinzas
Como um tornado vindo das brisas
Como passos virando uma corrida

A maior de todas as aves de rapina
Hoje se liberta, pelas minhas mãos, descoberta
Corto agora a garganta da saudade
Abraço com afago a doce liberdade.

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⏰ Last updated: Oct 16, 2023 ⏰

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As piores poesias do mundoWhere stories live. Discover now