https://www.youtube.com/watch?v=-J3yEf-xWq0
(Links estarão disponíveis em momentos específicos do livro, serão de extrema importância pois ajudaram na imersão da leitura.)
– Acho que deveríamos voltar. – A voz de Eldrin mal foi ouvida em meio ao assovio constante do vento. O garoto apertava seu casaco de lã contra o corpo, buscando algum conforto, mas a chuva fria atravessava suas vestes com facilidade, fazendo-o tremer. – Está ficando tarde... e escuro. –
– O escuro te assusta, garoto? – Azrael zombou, um sorriso breve surgindo em seu rosto, mas sem verdadeiro interesse. Seus passos, mais largos pareciam ignorar a tormenta. Ele não respondeu, apenas seguiu, cabisbaixo, lutando contra o peso das gotas e o som abafado de seus próprios pensamentos.
O grupo caminhava devagar, quase em silêncio, exceto pelos resmungos de Eldrin e o ocasional barulho dos pés escorregando na lama. Os troncos altos os cercavam como colunas antigas, sombras esguias balançando ao sabor do vento, tudo parecia mais próximo. Cada estalo de galho no alto das árvores soava como algo espreitando.
– Não quero ficar aqui... – Cochichou novamente.
– Talvez devêssemos mesmo voltar... – Xander, o mais velho e normalmente o mais sensato, soltou a frase em tom de indiferença, mas suas mãos não deixavam de apertar o cabo da espada recém-forjada que levava à cintura. – Só precisamos atravessar o rio e... –
– Por que retornar? – Questionou Azrael com sua ironia característica. – Apenas para receber mais tarefas? Deveríamos aproveitar esse tempo de folga. –
– Esses insistentes não param com os requerimentos, uma quantidade exagerada! Mesmo em meio ao conflito. –
– Sim! Você viu a arma que o Mestre da Forja criou? – Xander apenas fez um questionamento ingênuo e seu amigo vibrou em êxtase.
– Uma espada feita em aço Maraging, com um cabo reduzido, três camadas combinadas: uma formada por Grafeno flexível entre duas de tungstênio. Eu estava presente na equipe de Metalurgia, vi o Mestre empregar uma técnica impressionante... Ele a batizou de Claymore... – Replicou Azrael, relembrando a cena em detalhes vívidos. Eldrin permanecia quieto, absorto em seus próprios pensamentos, enquanto os outros dois continuavam a debater.
– Minha mãe me disse que criaturas vagueiam nas sombras. – A criança mudou completamente de assunto, fitando o olhar atentamente no breu redor.
– Minha cadela diz a mesma coisa... – Azrael exclamou mais alto que o barulho da chuva, assustando-os.
– Ei, que tal explorarmos um pouco mais a floresta? – Sugeriu Xander, tentando reduzir o estresse do amigo, dirigindo-lhes um sorriso reconfortante. – Quem sabe encontramos algo interessante por aqui? Ou até mesmo alguma coisa que valha a pena levar para casa. –
– Por que não? – Concordou, arrastando a criança consigo, enquanto seguiam os passos de seu amigo mais adiante. Os troncos pareciam se fechar sobre os três rapazes à medida que penetravam mais profundamente na mata. Os galhos rangiam e as folhas sussurravam ao sabor do vento.
Eldrin não se importava mais com as conversas de seus companheiros. Seus olhos, fixos no chão enlameado, se desviaram para o rio à frente. A correnteza estava forte, turva, cheia de galhos e detritos que a tempestade havia carregado. Havia algo de errado. As águas pareciam muito mais profundas do que antes. E então, ele viu. Uma sombra, não maior que uma forma disforme, deslizando logo abaixo da superfície. Seu coração disparou. Seria uma simples ilusão?
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As Crônicas do Fim.
FantasyEleve sua criatividade ao máximo pois será necessário, as Crônicas não seguem um padrão de escrita, por isso é necessário um melhor entendimento e interpretação de quem buscar conhecer essa história.