YOU - Mason.T

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"I think I'll miss you forever",

Não sei se dizer para mim mesma que tudo estava bem faria alguma diferença, porque nada estava bem. Vivia trancada em meu quarto, saindo apenas para a escola, mas agora eram férias de verão novamente. Já estava me acostumando com minha rotina de vampiro, mas, depois de três anos, aqui estou novamente no carro da minha mãe. Ela sempre curtiu a adrenalina nas veias, mas desde que papai morreu, trocou de carro e nunca mais falou sobre corridas.

Sinto falta de como ela era antes do acidente.Estávamos indo para a casa da praia, que estava abandonada há bastante tempo. O difícil não era voltar à casa, mas sim reencontrar meus irmãos, que se afastaram após a morte do papai. Eles tentaram me convencer a morar com um deles, mas fui teimosa e preferi ficar com a minha mãe. Desde o início, eles sabiam que ela ficaria mal e não cuidaria de mim adequadamente.

A morte do papai foi um golpe MUITO duro para nossa família. Todos o apreciavam e adoravam. Ele era divertido, carinhoso e sempre podíamos contar com ele para qualquer coisa. Era bom em tudo, menos em ser pai. Ele ainda estava tentando. Minha irmã, Feyre, nunca conseguiu se conectar com ele, apesar de suas tentativas de agradá-la. Com Zayan, meu pai tentou se aproximar através do futebol, mas Zayan gostava mesmo era de carros. Isso os aproximou, mas depois Zayan começou a se interessar por música e entrou para uma banda no colégio, o que diminuiu seu tempo com papai. E aí vim eu. Desde que peguei um dos carrinhos da coleção do meu irmão, me apaixonei por carros. Com apenas quatro anos, já perguntava sobre as marcas dos carros que via na rua. Vi uma corrida do meu pai e foi aí que nos aproximamos. Tanto que perdi a cabeça quando ele se foi.

Chegando lá, vi o grande portão se abrir, com empregados esperando na porta da casa.

Mamãe não perdeu tempo. Ela vendeu nossa casa e foi morar com a vovó, para não ter que lembrar do papai. Saindo do carro, olhei para a casa.

- Meus irmãos já chegaram? - perguntei a Michel, o homem que sempre esteve com nossa família como companheiro do meu pai e que também trabalhava para nós.

- Ainda não, senhorita Bowen.

- Pode me chamar de Zepy, Michel. Não sou a vovó - sorri levemente para ele, que retribuiu o sorriso.

Entrei na casa, observando cada detalhe. Ainda lembrava o quanto odiava aquele lugar por não parecer uma casa de praia. Meu quarto era um dos únicos com decorações de praia. Amava coisas com essa vibe, mas nunca tive um hobby relacionado à praia. Gostava apenas de ver o amanhecer, sentir a areia nos pés e o frio das ondas.Enquanto levavam minhas malas para o quarto, fui atrás. Entrei e parecia tão obscuro e gelado, sem a energia de antes. Quando todas as minhas malas estavam lá, fechei a porta, abri o armário e comecei a guardar minhas roupas. Vi o carrinho vermelho pequeno entre as roupas na mala e o peguei, colocando-o na penteadeira ao lado da minha foto com papai. Tentando não chorar, continuei arrumando minhas roupas, respirando fundo.

- É, papai, você sempre dizia que não gostava tanto assim de vermelho - falei, olhando para o carro vermelho.

Acho que sentirei sua falta para sempre.