De volta ao morro

Capítulo 16

Vittor - Paiva

A loira na minha frente esta visivelmente tensa, o que é... curioso 

- Claro doutora, vamos entrar e falar com seu cliente - Fala o promotor arrumando a postura

- Ae - falo segurando o braço dela vendo o promotor me encarar - ta suave?

- Sim - ela responde entendendo que me refiro a ela ir com ele - tudo bem

Solto o braço dela, ela me olha por um momento e se vira seguindo o promotor babaca

Sento no banco, pego o celular e mando mensagem pro JP

📳

Paiva: Ae 

JP: O que manda 

Paiva: Miguel de Freitas

JP: Entendi, deixa comigo - JP é esperto, ja sabe que foi caguetado e que tem que dar um jeitinho 

📴

Mecho no celular por um tempo até ouvir a porta ser aberta, levanto o olhar dando de cara com a loira seguida do tal promotor

levanto indo até ela para saber o que vai dar e cadê a porra do Haridade 

- eai? - falo colocando o celular no bolso 

- Ele vai passar a noite aqui, mas até 10:00 no máximo deve ser liberado, ele tinha uma pouca quantidade, somente para uso - ela diz 

- Certo

- Me passa o contato de alguém, para que eu possa avisar quando ele sair, vou ter um julgamento e não poderei vir - diz ela esticando o celular na minha direção 

Pego o celular anotando o meu numero, salvo o nome como Paiva 

- falo - digo virando e saindo, ouço ela dizer um tchau, mas nem viro

Subo na moto saindo a milhão, to na mó neurose, só b.o 

Giovana

Paiva sai da delegacia, e eu vou até o balcão preencher algumas coisas, fiquei tensa quando a Carla me ligou falando que o Gabriel foi preso, mesmo não conhecendo ele a muito tempo, eu meio que guardei um carinho por ele todos esses anos 

termino de preencher tudo, agradeço o policial e saio da delegacia, vou até meu carro e começo a procurar a chave

- ainda perdendo as chaves querida - ouço Felipe falar, meu corpo automaticamente fica tenso, mas meu coração dispara quando ele coloca a mão no meu braço 

Puxo meu braço no mesmo instante 

- não toca em mim - praticamente grito 

vejo a raiva preencher sua expressão 

- Vai dizer que não sente minha falta? - ele fala para que apenas eu ouça - penso em você todo dia, eu quero você de volta amor, para de se fazer de difícil. 

- De se fazer de difícil Felipe? - eu falo sentindo meu olhos se encherem de lagrimas- Você me quebrou, me machucou de todas as formas que se pode machucar alguém! Eu senti nojo de mim sabe o que é isso? senti dor, e medo de você voltar e fazer tudo aquilo de novo!

- querida, você sabe que eu nunca quis fazer isso, eu estava chapado e com ciúmes

- Sai de perto de mim agora, se não eu vou gritar muito, mas muito alto - eu digo tentando parecer confiante, mas a verdade é que estou com muito medo 

- Eu queria muito mesmo me resolver com você e te reconquistar, mas você nunca foi de facilitar ne querida? Mal posso esperar para te ter novamente, só pra mim, me beijando, na minha cama.. Até mais amor

ele se afasta voltando pra delegacia, começo a mexer na bolsa desesperada, finalmente encontro a chave, destravo o carro e entro, ligo o carro e saio o mais rapido que posso 

Felipe não devia estar aqui, não sei o que esta fazendo aqui, nem era pra estar com um promotor, somente o escrivão

Mas que inferno!!!

Não consigo segurar as lagrimas teimosas que insistem em descer, sinto raiva dele, do que ele fez comigo

Mal percebo quando chego no meu prédio, a cancela levanta para que eu possa passar, paro na minha vaga, pego minha bolsa e sigo em direção ao elevador

a porta se abre e sem pensar duas vezes entro o mais rapido que eu posso, viro de frente para o espelho e noto o quão inchado meu rosto esta, coloco o andar do prédio, assim que a porta se abre saio apressada procurando a chave de casa, preciso arrumar essa bolsa urgente

Trombo em alguém e só raciocino quando ja estou com a bunda no chão 

- Desculpa - falo pegando minha bolsa, vendo  meu vizinho de porta 

- Você esta bem? Eu que peço desculpa, estava olhando no celular e não te vi - Ele fala esticando a mão para me ajudar

- Tudo bem - respondo pegando em sua mão 

Me levanto e pego minha chave 

- Hum, tchau - digo indo em direção a minha casa

- Tchau - ouço ele responder - até mais 

abro a porta e entro soltando a bolsa no sofá

 sinto lagrimas descerem

Vou até a cozinha e pego uma garrafa de vinho, abro, coloco em uma taça e tomo em um gole, encho a taça novamente

amanhã a ressaca vai estar do caralho