O deus na minha mente

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Neera abriu os olhos animado, aspirou o ar a sua volta e sorriu, enfim no controle do corpo novamente.

Ter que dividir sua mente com o garoto era sempre muito tedioso, Kenna era um adolescente que andava na linha, muito certinho e saudável, às vezes Neera sentia falta da diversão dos seus dias de glória no passado.

O lado ruim da humanidade ter consciência própria em sua opinião era que eles esquecem as coisas muito fáceis, abandonaram seus deuses por novas tecnologias ou pessoas.

No passado ele era adorado por muitos, mas e agora? Agora tinha que se contentar com sua alma presa no corpo do garoto Kenna. Poder agir por si de vez em quando e ser obrigado a aceitar o que o outro queria.

Mas ele ainda tinha sorte, pelo menos estava vivo e poderia viver de certa forma bem, no mundo atual poderes eram comuns então ninguém o julgaria por usar algo mágico aqui ou ali.

O moreno caminhou curioso, deveria decidir para onde ir agora, encarou o próprio corpo para ter certeza que estava bem, e sorriu em confirmação, ele até gostava do corpo de Kenna, o garoto era bonito então sua aparência estava sempre boa.

A pele morena não tinha tatuagens, o que o deixava um pouco incomodado, ele gostava das pinturas, mas ele poderia conviver sem elas. Os cabelos negros eram curtos e ondulados, os olhos do garoto geralmente amarelos, mas como era si que estava ali eles ganhavam um tom negro que coloria todo o globo ocular, o oculos de armação circular sendo descartado por si todas as vezes, em comparação a Kenna ele não precisava daquilo.

Analisou as roupas em seu corpo, coturnos, calças Jeans pretas rasgadas e as costumeiras camisas de banda, Kenna era tão adolescente que ele ficava desgostoso às vezes.

Ele abandonou o dormitório do colégio e seguiu pelos corredores, alguns guardas aqui e ali, mas sem dificuldades todos caíram inconscientes apenas com um estalar de dedos seus.

Ele pisou na calçada encarando a rua pouco movimentada, as pessoas não costumam passar por ali, talvez por causa da alta segurança do colégio ou só por ser um lugar para humanos portadores de habilidades.

Ele se preparou para sair dali, mas algo chamou a atenção, um carro para ser mais específico, e ele conhecia de quem era.

Ele caminhou até ele e sem comunicar apenas abriu a porta da frente se sentando no banco do passageiro.

— Como vai Sannaty? — Encarou o garoto, os cabelos negros com mechas verdes caindo sobre os ombros dele, a lateral rapada apenas para completar o charme. Ele parecia pronto para sair como sempre, todos os piercings em seus devidos lugares, brincos de cruz chamando atenção em suas orelhas.

— Kenna? — Encarou confuso, não era muito próximo do outro — Espera, não, Neera não é? — Se lembrou da última vez que havia o encontrado, os olhos negros sendo impossíveis de confundir.

— Certa resposta — Neera fingiu comemorar — Para onde está indo? Tenho certeza que não vai passar a noite de sábado no dormitório. 

— Ah… em uma festa — Respondeu um pouco confuso com toda a situação, ele tinha conversado com Kenna algumas vezes, mas Neera era diferente, parecia o contrário do garoto.

— Ótimo, irei junto — Se arrumou no banco esperando o outro dirigir.

— Achei que Kenna não fosse um grande fã desses lugares — Riu fraco, de tudo que ele esperava para hoje, aquilo não estava incluso.

— E ele não é, mas como sou eu no controle eu decido onde vamos — Deu de ombros, a consciência de Kenna estava longe, apagada dentro de sua mente.

— Se você diz, vamos lá — Riu, ele não negaria uma companhia para festa depois de seus irmãos estarem ocupados demais para o acompanhar.

NOTAS FINAIS

Espero que isso não soe tão confuso para vocês :)

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