Capítulo 16

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Zion Berlingam

Thomas não falava nada demais além da porcaria da vida dele, eu já estava ficando cansado de ouvir a voz dele e ainda tinha que voar para Iceberg, quando ele finalmente foi ao banheiro deixando sua namorada sozinha na mesa, eu me levantei indo atrás dele, ele estava fazendo suas necessidades quando eu entrei, lavei lentamente minhas mãos e ele fez o mesmo, ele era magro, loiro e um pouco alto, eu revirei os olhos ao imaginar ele e Melanie, nada a ver.

Ele percebeu meu olhar antes de franzir as sobrancelhas.

— Algum problema irmão?— perguntou me encarado, eu sorri e me aproximei dele que recuou parecendo ter se arrependido de falar comigo.

— O nome Melanie Volkov te diz alguma coisa?— ele franziu as sobrancelhas confuso.— Te diz?— vi seu galo subir e descer quando ele engoliu.

— S-sim.— fala parecendo assustado.— Mas eu juro que não tenho nada a ver com ela, nós só ficamos uma noite quando ela visitou Londres, eu juro que não tenho nada haver com o que for que ela esteja envolvida senhor.— fala desesperado e eu me afasto.

Ele acha que Melanie está envolvida em negócios ilegais? Meu Deus, eu sorrio.

— Obrigado Thomas.— bato em seu ombro e observo seu rosto se contorcer com o meu conhecimento a seu nome.

Saindo do restaurante eu vou para a pista e pego o jato onde sou levado para Iceberg, eu durmo um pouco durante o voo e só acordo quando pousamos.

— Senhor Berlingam, II.— Turken, o homem de confiança do meu irmão fala ao me receber.— Seja bem vindo.— eu dou um sorriso contido.

— Você pode me chamar de Zion.— digo e ele assente antes de abrir a porta do carro para mim.

— Certo.— revirando os olhos mais uma vez eu me afundo no banco de couro.

— Marcus está em casa?— eu aprecio a noite cair enquanto o carro se move pelas ruas urbanas de Iceberg.

— Sim, ele o espera.— ele fala formalmente.

— Tudo bem.— a medida que nos aproximamos do bairro de Marcus, memórias bombeiam minha mente, meu irmão fez de tudo para que eu tivesse uma infância boa, mas eu sei o quanto ele sofreu com nosso pai e como ele tentava me proteger sempre que acontecia alguma coisa dentro de casa, ele sempre fez parecer que nossos pais estavam conversando alto sendo que o pai estava abusando a mãe de formas diferentes, ele sempre ocultou esse lado do pai para mim e para que a mãe não se envergonhasse a minha frente.

Mas agora eu entendo, quando o pai morreu eu vi o sorriso vitorioso no rosto de Marcus, aquilo foi só o gatilho para eu entender que o pai era um homem mau, alguns meses depois a mãe casou-se com Pascal The Hill, era demais para eu suportar e pedi Marcus para me mudar, foi quando eu fui viver em Suntowen quando fiz dezesseis anos.

— Chegamos senhor.— Turken abre a porta pra mim e eu reviro os olhos, não gosto dessa mordomia toda, eu olho a mansão de três andares a minha frente e suspiro. As memórias estão frescas agora mas também distorcidas, eu não venho aqui há anos e Marcus modificou o modelo da casa, estou feliz por isso.

Turken abre a porta para mim e eu entro, a sala principal é cheia de móveis brancos e elegantes, eu suspiro, Marcus e suas peculiaridades que nem parece que tortura cinco pessoa ao mesmo tempo.

BACK TO YOU[EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora