¸.*☆Blondie☆*.¸

☆ Capítulo 2 ☆

¸.*☆Marcella☆*.¸

Um resumo do que aconteceu ontem pelo resto do dia. Aparentemente eu dormi no ombro do Matheus, disse que ele era cheiroso e passei a tarde conversando com ele por mensagem. Descobri que ele se mudou semana passada, que o aniversário dele é em 1° de julho, que a cor favorita é azul, que ele sabe falar francês e que ele é brincalhão e atrevido. Depois de horas conversando, tive que me despedir porque ainda tava morrendo de sono e mais tarde tinha que arrumar a casa.

¸.*☆Quebra de tempo☆*.¸

No outro dia, segui minha rotina normalmente, dessa vez eu fui pra escola com uma regata vermelha, uma bermuda jeans e um all star vermelho. Quando cheguei na parada ele já estava lá, de novo.
_ E aí loirinho.
Matheus _ E aí ... Ahm, eu não sei um apelido pra você.
_ Nenhum?
Matheus _ Pode ser "gatinha"?
_ Eu acho que pode. _ respondi corando.
Graças a Deus nosso ônibus chegou, e assim como ontem, ele foi do meu lado. Quando descemos do ônibus na parada da escola, ele cruzou nossos braços e fomos até nossa sala. Quando eu cheguei as meninas ainda não tinham chegado, então fiquei conversando com o Matheus.
Pouco antes do sinal tocar as meninas chegaram e me olharam com cara de interrogação. Olhei pra elas como se disse "mais tarde eu explico". A aula começou e não tive tempo de conversar com ninguém até o intervalo. Quando encontrei as meninas elas já me bombardearam de perguntas.
Estella _ Você veio com ele?
Sarah _ Já viraram amigos?
Bea _ Isso significa que você mandou mensagem pra ele né?
Pedi pra elas se acalmarem e expliquei tudo o que tinha acontecido, e como esperado, elas surtaram, disseram que a gente ia ser um casal, que ia namorar, casar e mais um monte de baboseira. Como elas não paravam de falar sobre aquilo fui tentar achar o Matheus. Depois de procurar um pouco, encontrei ele sentado nos fundos da escola encostado em um muro.
_ Ahhh, então você descobriu o meu esconderijo?
Matheus _ Oi gatinha. Não gosto muito de ficar por aí sabe? Tava tentando achar um ligar mais calmo, mais afastado sabe?
_ Eu demorei uma semana pra descobrir esse lugar. O pessoal não costuma vir aqui, na verdade nem sabem da existência desse lugar.
Matheus _ Mas agora eu sei da existência desse lugar.
_ Não me importo de dividir ele com você, pode ser até legal.
Passamos o resto do intervalo conversando lá, quando o sinal bateu voltamos pra sala.
Prof°/ ciências _ Certo pessoal, como vocês sabem, no início do mês eu passo um trabalho pra vocês, e vocês tem até o final do mês pra me entregar. Hoje eu vou separar as duplas dos trabalhos e explicar como vocês vão fazer.
Patty _ O senhor vai separar as duplas? A gente não pode escolher nós mesmos?
Prof°/ ciências _ Patty, vamos relembrar, como nós fazemos os trabalhos em ciências. Eu passo dois trabalhos pra vocês no bimestre, um trabalho no primeiro mês e outro no segundo. Bimestre passado, eu deixei vocês escolherem suas duplas no primeiro mês, pra ficar bem distribuído, esse mês eu escolho. Quer dizer, é um sorteio então ninguém escolhe. Todos entenderam? Então vamos começar.
Depois de muitos nomes, o meu finalmente apareceu.
Prof°/ ciências _ Marcella e Matheus.
Destino, só pode. Olhei pro lado e pude ver Matheus com um sorriso bem pequeno, quer dizer, ele parecia tá fazendo um grande esforço pra não abrir um sorriso no meio da sala. O professor explicou o trabalho e deixou as duplas juntarem as cadeiras pra definir as coisas do trabalho.
Matheus _ Esses trabalhos geralmente são muito difíceis?
_ Não os de ciências. O professor é bem de boa. Não passa muita coisa no quadro, não passa muitas atividades e desde que eu entrei nessa escola nunca vi ele mudar o método.
Matheus _ Legal! O trabalho pode ser na minha casa?
_ Por que quer que seja na sua casa?
Matheus _ Porque eu já fui na sua casa, agora você tem que ir na minha.
_ Tá bom então.
Passamos o resto da aula decidindo as coisas do trabalho. Apesar de termos um mês pra fazer o trabalho, nos encontraríamos nas segundas, quartas e sextas-feiras pra fazer o trabalho, pois queríamos terminá-lo o mais rápido possível.
Na saída eu o encontrei de novo no lugar secreto. Ele estava lendo "Percy Jackson e o Mar de Monstros".
_ Então você é do tipo leitor?_ perguntei rindo.
Matheus _ O seu tipo é o tipo leitor?_ perguntou arqueando uma sombrancelha com um sorrisinho.
_ Talvez, por quê?
Matheus _ Nada não. Já leu esse?
_ Já! A saga inteira em uma semana!_ digo orgulhosa de mim mesma.
Matheus _ Em uma semana?! Você é o Flash por acaso?_ perguntou rindo.
_ Não, só uma viciada em livros.
Passamos alguns minutos até liberarem os alunos, e na hora de ir embora, ele comprou duas trufas na cantina da escola e me deu uma. Achei fofo.
Na hora de ir embora estava chovendo, o que significa que tivemos que correr pra parada e torcer pra não nos molharmos enquanto subiamos no ônibus. Durante o trajeto, ele deitou a cabeça em meu ombro e eu deitei minha cabeça na dele. Ficamos observando a chuva ouvindo músicas no fone bluetooth. Quando chegamos, corremos pra debaixo da parada e esperamos a chuva dar uma trégua pra voltarmos pra casa. Fiquei imaginando chegar em casa, tomar um banho de banheira com a água morna, macarrão com queijo, pijama quentinho e uma maratona de filmes.
Mas minha mente insistia em imaginar isso, porém adicionar um certo loiro cacheado a esse cenário.
Matheus_ Eu acho que agora dá pra a gente ir, pelo menos correndo eu acho que dá.
A chuva tinha abaixado um pouco e agora era apenas um chuvisco que eu esperava que não molhasse meus materiais. Corri em direção a minha casa e notei ele vindo junto.
_ Por que veio pra cá também?
Matheus _ Só pra ter certeza de ia chegar segura. Até amanhã gatinha!
_ Até amanhã loirinho!
Entrei dentro de casa e tirei os sapatos antes de qualquer coisa, mamãe me mataria se soubesse que eu entrei em casa com o tênis molhado, fui para o meu quarto direto para o banho. Devo ter ficado uns 20 minutos na banheira antes de ir pro chuveiro terminar o banho e lavar o cabelo. Coloquei uma toalha na cabeça e fui trocar de roupa, uma calça moletom preta, uma camisa de Star Wars e meias de estrelinhas. Quando estava indo preparar o macarrão, chegou uma notificação em meu celular.

¸.*☆Chat☆*.¸

Loirinho _ Ei! Tô com tédio, seus pais se importam se eu for pra sua casa?

Minha mãe eu acho que não, mas seus pais não vão se importar? _

Loirinho  _ Não, eles passam o dia fora, só voltam de noite, e eu já avisei que talvez ia pra casa de uma amiga

  Tá bom, vou só confirmar com a minha mãe _

¸.*☆Chat☆*.¸

Fui no contato da minha mãe e liguei pra ela. Quando ela atendeu perguntei se um amigo da escola podia ficar aqui, porquê os pais dele trabalhavam a tarde inteira e ele não queria ficar sozinho. Ela deixou, claro que ficou me perturbando com o fato de que um "amigo" meu iria passar a tarde comigo. Depois mandei mensagem pro Matheus confirmando que ele podia vir e que se ele quisesse podia almoçar aqui.
Uns 5 minutos depois alguém bateu na porta.
Matheus _ É aqui que mora a garota mais gatinha da vizinhança?_ perguntou com um sorriso quando abri a porta.
A chuva estava engrossando então eu o puxei pra dentro de casa e o pedi pra tirar os sapatos. Ele estava encharcado, e apesar de ficar mais bonito ainda desse jeito, ele podia pegar um resfriado. Notei que ele tinha trago uma mochila com um plástico por cima.
_ O que trouxe nessa mochila?_ perguntei enquanto pegava uma toalha grande e uma de rosto, e o enrolava nela e secava seu rosto e seu cabelo .
Matheus _ Roupas. Imaginei que chegaria encharcado e já trouxe uma muda de roupa, você se importa se eu tomar um banho aqui?
_ Já ia dizer pra fazer isso, pode acabar pegando um resfriado. O banheiro é na primeira porta do corredor. Na porta da frente tem o quarto de hóspedes, caso prefira se trocar lá. Tem toalhas secas na última gaveta do banheiro, pode pegar uma das brancas.

Depois de passar as instruções, ele foi tomar banho e eu fui terminar o almoço. O cheirinho de macarrão com queijo infestou toda a casa, e 10 minutos depois ouvi uma porta abrir e fechar duas vezes. Imaginei que Matheus tivesse terminado o banho e tivesse ido se trocar no quarto de hóspedes. Deixei o macarrão esfriando e arrumei a mesa, depois fui até a sala e liguei o ar condicionado. Quando novamente ouvi o barulho da porta e um perfume conhecido se misturou no ar.
Matheus _ Prontinho, agora tô seco e cheiroso, que bem você._ disse rindo.