☆ Capítulo 5 ☆

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¸.*☆Matheus☆*.¸

Eu fiquei extremamente feliz em ouvir ela dizer isso. Eu já sabia que ela gostava de mim, mas ouvir ela falando isso diretamente pra mim, foi surreal.
Marcella _ Achei! _ exclamou quando viu um livro, o livro "O Hobbit".
Observei que no canto, entre uma prateleira e outra, havia uma poltrona grande desocupada. Peguei na mão dela e a levei até lá. Eu me sentei em um canto da poltrona e ela no outro canto, a poltrona era grande o suficiente para que nos sentarmos lado a lado sem ficarmos espremidos. Ela abriu o livro e começou a ler ele em um tom que somente eu e ela ouvíamos. Eu aconcheguei minha cabeça em seu ombro e ficamos ali, ela lendo o livro, e eu escutando e imaginando os cenários da história.
Estávamos tão distraídos, que nem ao menos ouvimos a mãe de Mah nos chamar, avisando que a comida havia sido entregue em nossa mesa. Apenas prestamos atenção, quando ela veio até nós e balançou levemente nossos ombros. Nos levantamos e voltamos para a mesa. Começamos a comer enquanto Mah contava a história do livro para sua mãe, eu estava prestando atenção nela, até perceber que o mesmo garçom de antes, encarava ela fixamente enquanto limpava o balcão de atendimento. Eu o encarei com fogo nos olhos. Só de pensar na possibilidade de ela se interessar por ele e eu a perder, já me deixava louco. Voltei a prestar atenção nela, quando senti a mão dela tocar a minha que estava em cima da mesa.
Marcella _ Ei! Estou falando com você. _ disse rindo um pouco.
_ Desculpa, eu me perdi um pouco aqui. Mas, o que você falou mesmo?
Marcella _ Eu perguntei se estava gostando da história. E aí?
_ Eu tô achando ela legal. Já tinha visto o primeiro filme da franquia, mas são histórias diferentes.
Continuamos conversando e comendo até estarmos satisfeitos e dar a hora de ir embora. Quando estávamos saindo do estabelecimento, o garçom saiu e veio até a Mah. Não consegui ouvir sobre o que eles estavam falando, mas percebi quando ele olhou pra mim bastante irritado e entrou na cafeteria novamente. Nenhum de nós tocamos no assunto, até chegarmos em casa e ela avisar a mãe dela que estaríamos no quarto dela, e que qualquer coisa bastava chamar.
Quando entramos, eu observei cada detalhe do quarto dela. Do pouco que eu sabia sobre ela, já dava pra perceber que ele refletia todos os gostos dela. Ela me puxou até a cama dela e me fez sentar lá. Ela foi em direção a uma enorme prateleira de livros, pegou um e se deitou na cama.
Marcella _ Você vai vir deitar aqui por livre e espontânea vontade ou eu vou ter que te puxar? _ perguntou brincalhona.
Eu não contestei, apenas me deitei ao lado dela e a vi abrir o livro e começar a ler, no mesmo tom de quando estávamos na biblioteca. Era um livro diferente, acho que o nome era "A Menina Que Não Sabia Ler". Era um livro com uma história realmente interessante, mas veja bem, se você estivesse deitado, ao lado de alguém, e esse alguém estivesse lendo com a voz mais calma possível, você dormiria, certo? Certo. E foi isso o que aconteceu. Pouco a pouco, eu senti meus olhos pesarem, e tudo o que eu me lembro, antes de cair no sono, foi de soltar um bocejo e sentir Mah me puxar pra um abraço. No final, eu dormi abraçado a ela e com a cabeça em seu pescoço, sentindo aquele cheirinho maravilhoso que só ela tinha e me deixava dopado, e sentindo ela acariciar meu cabelo, minha nuca e minhas costas. Eu dormi como um bebê.

¸.*☆Quebra de tempo☆*.¸

Quando eu acordei de novo, já eram mais de 19:00 horas. Não me levantei, continuei deitado apreciando a beleza da princesa que dormia abraçada a mim. Eu continuei deitado na mesma posição por uns 15 minutos, que foi o tempo dela acordar. Nós ficamos em silêncio, abraçados embaixo das cobertas, com o quarto escuro sendo iluminado apenas pela pequena freta de luz da porta e das janelas, com o ar condicionado ligado. De repente, começamos a ouvir vozes. Uma das vozes eu sabia que era da mãe da Marcella, e as outras duas eu demorei um pouco pra reconhecer, mas percebi ser meus pais. Provavelmente eu teria que voltar pra casa.
_ São meus pais. Provavelmente vieram me buscar.
Logo vi ela ficar um pouco cabisbaixa e me abraçar com um pouco mais de força e deitar a cabeça em meu peito.
_ O que houve?
Marcella _ Não queria que você fosse embora. _ diz com a voz abafada.
_ Eu também não princesa, eu também não.
Antes que algum de nós dois falássemos alguma coisa, ouvimos alguém bater na porta do quarto e entrar lentamente sem acender as luzes.
Evangeline _ Matheus, seus estão na sala, eles estão te chamando, precisa voltar pra casa.
Eu e Marcella nos entre olhamos e ela se levantou primeiro para que eu pudesse me levantar também. Calcei meus sapatos e já peguei minhas coisas, logo, nós saímos do quarto fechando um pouco os olhos ao entrar na sala por conta da luminosidade.
Angélica _ Oi meu bem! Como você está? Você deve ser a Marcella, certo? Eu sou a Angélica e esse é meu marido Felipe.
Elas se cumprimentaram e meus pais e a mãe de Mah ficaram mais 15 minutos conversando até irmos pra casa.

¸.*☆Quebra de tempo☆*.¸

No outro dia de manhã a chuva parou (para a infelicidade de muitos alunos), e já podíamos ir pra escola sem medo de começar a chover. Estava um pouco frio, então fui com uma calça cargo preta e um moletom azul escuro. Quando cheguei na parada, Mah estava com uma calça jeans, e um casaco preto com estrelas.
_ Bom dia! Eu acabei de reparar que você tem muitas coisas com estrelas.
Marcella _ Eu gosto muito dessas coisas que envolvem o espaço, o céu... Coisas assim sabe? Minha mãe disse que é algo que eu puxei do meu pai.
_ Minha mãe diz que eu puxei a personalidade do meu pai.
Marcella _ Eu puxei a aparência e a personalidade do meu pai. Minha mãe dizia que se eles fossem um casal da Disney, eles seriam a Dama e o Vagabundo. Sempre achei isso engraçado.
_ Posso perguntar uma coisa?
Marcella _ Já tá perguntando bobão. _ diz rindo
_ Você entendeu né? _ respondo rindo com ela.
Marcella _ Sim, você pode.
_ O que aconteceu com ele?
No mesmo momento em que perguntei isso, eu me arrependi. Pela primeira vez na vida eu vi a Marcella perder o brilho que ela carregava e que fazia todos a sua volto rirem.
Marcella _ Acidente de avião. Foi pouco depois que eu nasci. Tem várias fotos do meu pai me segurando no colo quando eu era bebê, e tem fotos de quando a minha mãe ainda tava grávida. Eu sei como é a voz e o cheiro dele, porque minha mãe guarda o perfume que ele usava, e tem vários vídeos onde dá pra ouvir a voz dele. Mas eu nunca soube como era abraçar ele...
Ficamos algum tempo em silêncio. O ônibus chegou e nós entramos nele. Passamos a roleta e nos sentamos próximos a porta.
_ Tô me sentindo um idiota por ter perguntado isso. Eu não sabia que isso ia te deixar triste. Você me desculpa?
Marcella _ Não precisa me pedir desculpa. Eu não me incomodo de falar sobre ele. E nem fico triste.
_ ... certo. Mas me desculpa mesmo assim.
Nós continuamos o resto do caminho em silêncio. Mas graças a Deus não era um silêncio desconfortável.

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Tô pensando em colocar a imagem das roupas dos personagens ao invés de ficar descrevendo.

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⏰ Última atualização: Dec 07, 2023 ⏰

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