Capítulo II: O Outro Continente

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— Minha irmã fez o quê?! — Daemon grita durante mais uma reunião do conselho com os Lordes, após conquistar Harrenhal e os príncipes partirem para seus respectivos destinos.

— Não grite comigo, Daemon Targaryen — Rhaenyra se impõe, mantendo sua guarda e cabeça erguida diante do marido — Eu confio em Rhaella, sei que ela não faria algo assim se não fosse real.

— Temos uma guerra batendo à nossa porta, não podemos nos dar ao luxo de confiar em histórias e mitos! — Daemon respira fundo e bagunça os cabelos, irritado — E agora minha irmã inventa uma história dessas, só para fugir como a covarde que é!

Um estalo alto é ouvido e os Lordes seguram a respiração. Aegon, que já havia retornado de Storm's End com a resposta de Borros — que jurou lealdade a Rhaenyra após uma leve ameaça do príncipe e herdeiro dos Arryn, ignorando completamente a presença de Aemond Targaryen em sua casa — solta uma risadinha divertida, percebendo que sua irmã havia chegado ao limite.

— Nunca mais repita tais palavras vis sobre minha tia. — A expressão de Rhaenyra era sombria, e todos na sala sentiram a temperatura cair alguns graus, mas isso poderia ser apenas medo — Rhaella tem mais coragem do que você, marido, pois foi a única a se oferecer para enfrentar o desconhecido em prol desta guerra infame, mesmo que isso lhe custe a vida.

— O que está querendo dizer, minha rainha? — Lord Celtigar questiona, temeroso.

— Rhaella Targaryen pode morrer para nos conseguir aliados fortes — Rhaenyra diz, sem deixar nada transparecer em sua voz — Ela me prometeu isso a qualquer custo.

— Não se pode confiar cegamente em promessas, majestade. — Corlys comenta, despreocupado.

— Cale a boca, Lord Velaryon — Aegon finalmente se pronuncia, defendendo sua tia — Rhaella já fez mais por minha irmã e por mim do que qualquer outro presente nesta sala.

— Mas meu príncipe- — O senhor das marés é interrompido novamente.

— Qualquer um que insultar a Princesa Rhaella terá sua cabeça cortada — A postura de Aegon muda rapidamente, tornando-se mais ameaçadora — Não importa que título ou status carregue, eu mesmo me certificarei de cortar sua cabeça.

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Um pensamento recorrente passava pela mente de Rhaella Targaryen: talvez devesse ter trazido algum tipo de companhia. Contudo, agora era tarde demais. Poucas horas antes, ela havia passado por Driftmark e cumprimentado suas sobrinhas, Baela e Rhaena Targaryen, as gêmeas frutos do casamento de Daemon e Lady Laena Velaryon.

Levaria pelo menos mais um par de dias para alcançar Pentos, talvez até menos. Cannibal era um dragão imponente, possivelmente maior que Vhagar, e mais jovem e rápido. Talvez chegasse ao amanhecer do dia seguinte em Pentos, mas, mesmo assim, não poderia permanecer na parte povoada e movimentada da cidade.

Um Targaryen sozinho no mundo é algo terrível, e Rhaella esperava, ao menos, conseguir algumas horas de descanso em algum lugar com seu dragão e reabastecer os mantimentos, afinal, esta seria uma longa jornada.

Por mais algumas horas, nada além do mar se via no horizonte. Rhaella estava exausta, pois havia passado duas noites em claro desde a chegada de Rhaenys, após a usurpação.

Vou descansar por algumas horas, Cannibal — a princesa informou ao dragão, que soltou um bufo em concordância.

Assim, a princesa se encostou completamente em sua sela, certificando-se de que estava bem presa, e fechou os olhos, apreciando pela última vez, em algumas horas, o pôr do sol.

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⏰ Última atualização: Jun 20 ⏰

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