Capítulo 6

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No dia seguinte, Harry chegou ao apartamento de Edward, digitou a senha da porta e entrou às pressas. A casa estava limpa, impecável, e sem sinal de seu irmão. No quarto, ele constatou que uma das malas havia sumido do closet e consequentemente algumas roupas.

Ele tentou ligar uma, duas vezes... Nada.

Edward havia desaparecido.

Tomado por uma estranha aflição, ele saiu do apartamento e tentou ligar para Niall, mas não obteve sucesso. Pensou em deixar algum recado para Zayn ou Liam, mas não achou adequado atrapalhar a viagem do casal. Então lembrou-se da única pessoa que poderia ajudá-lo e logo pediu um táxi.

Foi atrás de Desmond Styles.

Seu pai morava em uma mansão de dois andares em um condomínio fechado. Harry e Edward tinham livre acesso à casa. Ele chegou, cumprimentou os seguranças na entrada e foi guiado até a piscina, onde encontrou seu pai deitado em uma cadeira de praia enquanto encerrava uma de suas habituais reuniões no laptop.

– Harry! – o homem ergueu os braços ao vê-lo. – Quanto tempo, meu filho.

Ele tirou o óculos e chamou o rapaz.

– Oi, pai – ele sorriu. – Podemos conversar?

– Claro!

Desmond se levantou.

– Vem. Vamos beber alguma coisa.

Eles entraram e foram até a cozinha. Do frigobar, o empresário tirou duas garrafas de cerveja e ofereceu uma ao filho.

– Não, obrigado. Estou bem.

Desmond deu de ombros.

– Pai, você sabe do Ed? – ele foi direto ao assunto.

– Seu irmão precisou fazer uma viagem muito importante à trabalho – contou o homem. – Mas...

Ele deu a volta na bancada e foi até o caçula.

– Eu tenho uma novidade.

– O quê?

– Sabe, agora que seu irmão está longe, a empresa vai passar por algumas mudanças. Eu vou cuidar disso, é claro, mas...

Harry franziu o cenho.

– O que você acha de assumir a minha nova empresa no lugar do Edward, hein?

Ele não soube como reagir.

– Vamos abrir uma loja na Califórnia. Tudo novinho em folha! Você vai poder começar sua carreira nos negócios lá – os olhos do homem brilharam.

Harry não sabia se deveria ficar feliz, porque era seu sonho ser reconhecido daquela forma por seu próprio pai, e ter a honra de dirigir uma das empresas dele no processo, ou se ficava assustado com a idéia de mudar de país para realizar esse sonho.

– Se aceitar, amanhã mesmo já estará assumindo como novo diretor geral.

– Eu preciso pensar – ele disse. – Só vim aqui pra saber sobre o Ed. Preciso falar com ele. É muito importante.

Desmond gesticulou em desdém.

– Vocês resolvem essas pendências depois. Então... O que me diz?

Harry foi salvo pelo toque de seu celular. Era Niall. Ele pediu licença ao pai, se afastou e atendeu a ligação.

"Ei cara, o que aconteceu?"

– Você sabe do Ed?

"Não... Você não falou com ele?"

– Não. Ele sumiu. Meu pai disse que viajou. O Louis te ligou?

"Eu não falei com nenhum dois dois"

– Você tem o endereço do Louis?

Niall suspirou do outro lado.

"Sim, mas o que você vai fazer?"

– Eu preciso ver ele, Ni.

"Eu entendo, Hazz, mas não faça nenhuma besteira"

– Não vou – ele sorriu. – Obrigado, Ni, você é o melhor.

O irlandês encerrou a ligação. A mensagem chegou um minuto depois, com o endereço da casa de Louis. Ele agradeceu e voltou para a cozinha.

– Pai.

Desmond havia acabado de terminar a segunda cerveja.

– Preciso de um favor.

– Do que precisa?

– Pode me emprestar um carro?

O empresário apontou o chaveiro na parede, com meia dúzia de chaves penduradas.

– Pode escolher. Me traga de volta até amanhã.

Harry sorriu.

– Obrigado.

[...]

Harry chegou à Doncaster mais rápido do que esperava com o McLaren prata lindíssimo que ele havia escolhido da coleção caríssima do pai. Ele precisava admitir que desfilar pelas ruas de Londres dentro de um carro daquele porte causava uma adrenalina e tanto. Agora entendia como Edward se sentia dentro de uma Ferrari.

No final da tarde, ele estacionou em frente à casa de Louis, como Niall havia informado, com o coração a mil e as mãos tremendo no volante. Ele não sabia o que diria ao rapaz quando o visse, e também não fazia idéia se Edward havia contado a verdade antes de partir.

Ele relaxou, esperou, se acalmou.

A rua estava calma, então foi fácil notar quando um sedã preto se aproximou da residência alguns minutos depois. As portas se abriram. O motorista desceu, um homem negro, alto e magro, usando um terno preto.

Do outro lado, Louis.

O cacheado estremeceu.

Louis estava sorridente, com um buquê de flores nas mãos. Eles se aproximaram e começaram a conversar, ambos felizes. Depois se abraçaram. Harry observou, nervoso, os dois se despedindo. Quando Tomlinson entrou em casa, o motorista voltou para o carro.

E se foi.

Harry debruçou sobre o volante, imóvel. Diferente de como ele havia imaginado, Louis estava feliz. Obviamente, estava tudo acabado entre ele e Edward, e uma nova pessoa já havia preenchido seu coração. Alguém que ele sabia que existia, e não um cara mentiroso como ele.

Ele ligou o carro e dirigiu de volta para a casa do pai.

– Pensou na minha proposta? – Desmond perguntou assim que viu o filho.

Harry jogou a chave na bancada. Não havia nada que o prendesse em Londres, em lugar nenhum na verdade.

– Eu aceito – ele disse.

O empresário deu dois tapinhas nas costas do caçula.

– Eu sabia que você não ia me decepcionar. Tenho tantos planos pra você, meu filho!

Ele deixou que Desmond falasse por quase uma hora sobre sua nova empresa, seu novo projeto, mas sua cabeça estava bem longe dali. Eles beberam um pouco, Harry dormiu no quarto de hóspedes.

Na manhã seguinte, ele partiu, levando apenas sua mala no jatinho particular do pai. Estava tudo preparado para sua nova vida na Califórnia. Quarto reservado em hotel, apartamento de luxo na cobertura, uma carreira promissora em seu caminho.

Mas ele só conseguia pensar em Louis.

Ele pegou o celular e digitou uma mensagem para Edward, perguntando à ele o que havia acontecido na noite anterior durante o jantar com Louis. Depois guardou o aparelho e relaxou no banco, sem esperança de que algum dia receberia uma resposta.

Mas ele recebeu.

O celular vibrou no bolso. Quando Harry leu a mensagem, seu coração quebrou em vários pedacinhos.

"Louis merecia alguém melhor que nós"

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