Um

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Minho se move com passos silenciosos entre as estantes da biblioteca de sua faculdade, onde ele estuda letras. Perdido entre os volumes que se alinham, seus fones de ouvido o envolvem em uma aura de isolamento, criando uma bolha que o separa do mundo exterior.

O ambiente, por completo, é banhado em tons monocromáticos, com cores desbotadas e sem vida, espelhando a falta de presença humana e conexões.

Seus olhos refletem uma melancolia sutil, uma tristeza que só aqueles verdadeiramente solitários podem compreender. Minho busca refúgio em seu próprio canto, um espaço onde mergulha nas páginas de diferentes livros e nas notas de músicas, encontrando conforto nas histórias e melodias que preenchem o vazio de sua vida social. A qual não faz questão de ter.

Enquanto percorre os corredores, ele parece um espectro solitário, como se fosse um personagem esquecido em um cenário cinzento. As sombras projetadas pelas estantes se entrelaçam com sua figura, criando uma metáfora visual de sua solidão interior. Mesmo entre uma multidão de livros, ele se sente isolado, um náufrago em um oceano de páginas. Assim como pessoas rodeadas de pessoas se sentem sozinhas.

No entanto, dentro dessa solidão, há uma beleza delicada em sua busca por conhecimento e autodescoberta. Enquanto as pessoas ao seu redor podem se cruzar e interagir, Minho encontra sua própria jornada silenciosa e introspectiva nas páginas dos livros, navegando por universos paralelos que o transportam para longe de sua realidade solitária.

Neste momento na biblioteca, ele é o personagem principal de sua própria narrativa, criando laços imaginários com os personagens dos livros e as vozes das músicas que ecoam em seus ouvidos. Sua solidão se transforma em um santuário, onde a serenidade lhe permite explorar profundamente a si mesmo, e a virada de cada página o aproxima de um mundo interior tão vasto quanto a própria biblioteca que o envolve.

Minho permanece absorto em sua bolha de solidão, até que um caloroso sorriso chama sua atenção. Ele ergue o olhar e vê um garoto o espiando entre as prateleiras. Ao olhar pra ele, o mesmo se esconde. Minho suspira cansado.

Logo o vê se aproximando lentamente, sua presença vem trazendo uma luz consigo. Sua música para na hora ao ouvir a voz dele.

— Oie — diz o menino , com uma entonação amigável, enquanto se aproxima das prateleiras onde Minho está. — Eu sou o Jisung - ele sorri ainda mais.

—Tá bom.- responde Minho com um tom desinteressado, mas não consegue evitar uma breve observação nos olhos gentis do garoto. Por um momento, um leve brilho de curiosidade parece reluzir em seus próprios olhos.

— Qual o seu nome? - o garoto questiona curioso com as mãos nas costas. Ele traja um sueter azul escuro maior que seu corpo que contrasta com a calça jeans clara.

Minho pondera antes de responder, mas imaginando que não terá outro jeito, acaba contando.
— Lee Minho, agora me deixa em paz.- diz se virando de costas para o outro.

O menor não parece se incomodar com a resposta fria de Minho e continua sorrindo e se aproxima mais . — Estou vendo que você gosta de livros. Eu também adoro ler! Qual é o seu gênero favorito?

Minho não consegue esconder completamente o desdém em sua resposta, mas a presença animada dele o intriga e está levemente o irritando . Suspira antes de responder.— Não tenho gênero favorito. Leio o que for útil. E não vejo o que isso tem a ver com você.

Jisung novamente não se deixa abalar pela resposta indiferente de Minho e se inclina levemente em direção a ele, ainda com o sorriso acolhedor. — Ah, entendo. É que eu sempre gosto de compartilhar minhas leituras com outras pessoas, descobrir novos títulos e discutir sobre eles. Talvez possamos trocar algumas recomendações depois?- questiona e nada mais é dito.

MHNBY(MINSUNG)Onde histórias criam vida. Descubra agora