Dez

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— Oi, Jisung... Como você está? - Minho sussurra, estendendo a flor em um gesto de carinho.

Ele engole em seco, tentando conter as lágrimas que já começaram a escorrer. Suas palavras saem em soluços abafados.

— Espero que esteja bem... Eu e o Chan, junto com Hyunjin, Felix, Changbin, estamos em uma banda agora... Eu também estou na música, e escrevendo livros, muitos sobre nós e nossa história.

A voz de Minho vacila enquanto ele tenta continuar.
— Na banda, ganhamos mais dois integrantes, Jeongin e Seungmin. Eles são incríveis, Jisung, você iria amar conhecer eles. Jeongin é o nosso caçula.

Minho fecha os olhos por um momento, tentando reunir forças para continuar.

— Dori está bem, está grande, e ganhou dois irmãos, Soonie e Doongie. Eles são minha alegria diária agora. Um dia, vou trazê-los para você ver.

Lágrimas continuam a escorrer pelo rosto de Minho, e ele se abaixa, tocando a lápide de Jisung com dedos trêmulos.

— Sabe, você faz tanta falta... - Minho mal consegue falar, sua voz quebrada pela emoção. - Todos os dias... Hoje fazem exatos seis meses que você se foi...

Ele fecha os olhos com força, lembrando-se do rosto de Jisung com carinho.

— Você tinha prometido ler o meu livro todo. Eu vi que você ficou devendo três páginas, mas elas estavam vazias, então eu te perdoo...

Minho soluça, suas palavras sendo cortadas por soluços.

— Conhecer o final do livro... Nós faz querer mudar o roteiro, e o seu não podia ser mudado. Então eu adiei o seu final...

As lágrimas rolam livremente agora, Minho não as controla mais. Ele encara a lápide de Jisung com olhos marejados.

— Mas, saiba que eu ainda te amo, certo?! Eu nunca te disse isso, né? Me perdoa... Eu te amo muito!

Minho faz carinho na lápide de Jisung, sua mão tremendo enquanto toca o local onde seu amor repousa.

— Sempre vou amar... Eu guardo fotos nossas ainda, e principalmente, suas fotos. Nunca vou esquecer você, nunca mesmo.

Guarda as lágrimas insistentes pars continjar falando.— Uma coisa interessante que quero contar é que minha mãe e eu começamos a fazer muitas coisas juntos. No dia que você morreu, pela primeira vez na vida, eu corri para o colo dela e chorei na frente dela...

Sua voz fica embargada, e ele sente uma dor profunda em seu peito, mas não para de falar.

— Eu sempre sofri calado, sabe? Mas daquela vez não... Eu fui firme e tentei ser o mais transparente possível. Às vezes, compartilhar as coisas é bem melhor, como você mesmo dizia. Eu chorei, Jisung, e acho que virei um chorão depois que passei a compartilhar meus sentimentos...

Mais lágrimas escorrem dos olhos de Minho, e ele continua com a voz trêmula.

— Minha mãe parece mais feliz agora. Ela me disse que mesmo que não tenha te conhecido, ela te agradece muito. Bom, você já viu ela aqui, minha mãe fez questão de vir te visitar.

Ele toca com carinho a foto de Jisung na lápide e respira fundo.
— Obrigado, Jisung, por ter feito a minha vida melhorar em 100% em tão pouco tempo. Eu te amo...

Minho inclina-se e beija a ponta de seus dedos, colocando-os suavemente na foto de Jisung, como um beijo direto em seu amor que se foi.

— Tchau, pequeno . Até a nossa próxima aula.

Minho se levanta, com uma sensação de pesar e alívio se entrelaçando em seu coração. Ele pega o violão e, enquanto se afasta do túmulo de Jisung, promete a si mesmo continuar honrando a memória e o amor que compartilharam.


Fim ✨

MHNBY(MINSUNG)Onde histórias criam vida. Descubra agora