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Era errado, mas parecia ser tão certo ao mesmo tempo.
Aquilo poderia ter sido uma experiência única e nada além daquilo, mas não foi e, no fundo, você não ficou feliz por isso.
Alguns dias depois daquilo, você acabou encontrando Satoru nos corredores do prédio. Ele sorriu para você e você tentou não desmanchar por isso. O trabalho era exaustivo, você praticamente só visitava sua casa e nem ao menos dormia direito. Vê-lo foi como receber uma dose de serotonina após ter a semana mais cansativa de sua vida.
── Você quer ajuda? ── Satoru apontou para as sacolas em sua mão. Sim. Você apenas balançou a cabeça e com uma vontade exagerada de receber a ajuda dele. Claro, três sacolas com comida e alguns doces podiam parecer demais para você, mas Satoru as segurou em uma única mão e usou a outra para abrir a porta de seu apartamento.
Você o observou colocá-las em cima do balcão. Satoru olha ao redor, nunca havia estado ali e era interessante. Você se sente um pouco constrangida, afinal, havia alguém descobrindo um de você ali.
── Por que comprou tantos doces? Está querendo impressionar alguém? ── Satoru diz com um tom brincalhão, mas aquilo te deixou incrivelmente envergonhada. Você sabia que ele gostava de doces, mas aquilo não tinha nada a ver com ele e, sim, com você ── Estou brincando.
Satoru se aproxima lentamente e então você percebe o silêncio que se instala entre vocês.
Você morde o lábio e tenta não pensar muito a respeito. Não pensa no sabor dos lábios dele e nem no jeito irritante no qual ele gemia. Não. Você não pensa em nada disso.
── Obrigada pela ajuda ── Você desvia o olhar envergonhada.
── Tudo bem. Isso só foi uma desculpa para ficar perto de você ── Satoru diz ── Faz muito tempo que não nós vemos.
── É eu...ando trabalhando muito ── Você suspira fundo quando sente a respiração dele bater contra seu rosto ── Hm...como está Suguru?. Não o vejo há muito tempo.
