Capítulo 4

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13-08-2010
Samantha
Acordei, disposta e com vigor para matar. Hoje, hoje é meu dia, todos os homens de Seattle estão avisados a não andarem nas ruas, porque pode ser o seu último dia de vida.
Todos já perceberam que eu tenho um alvo certo, homens da mesma característica física são sempre as minhas vítimas.
E é assim que eu sai de casa, com a esperança de que algum engraçadinho se achasse bom o suficiente para se arriscar nas ruas.
Logo ao virar a esquina, eu paro surpresa, nunca na minha vida a minha caçada havia sido tão rápida e fácil. É como se ele quisesse que eu o encontrasse, resolvo aproximar-me e abordá-lo, porque não estava com paciência.
Em minha cabeça todas as formas de morte rápida e letal passam enquanto caminho calmamente em direção a próxima vítima.
-Oi delícia, que isso uma dama sozinha nessa noite tão deserta?
Sinto a bili subir minha garganta. Sedutores baratos deveriam ser extintos, estou fazendo um favor para as mulheres de todo o mundo.
-Estava pensando que talvez você pudesse me fazer companhia.
Respondo-o, vendo-o ficar animado com a perspectiva de conseguir algo naquela noite. Confesso que ele é bonito, seus músculos tomam conta de toda sua camisa que parece ter dificuldade para contê-los, sua pele bronzeada parece te fazer um convite mudo a passear em seu corpo por Deus tão bem talhado. Mas, ao ver que minha cabeça está se desviando do propósito, sorrio ao perceber que não entendi o que ele havia dito. Mas, resolvo agir, dando-o discretamente uma anestesia para todo o seu corpo. Sorrio para disfarçar a picada e de repente ele tomba em meus braços e aí começo o que tão bem sei fazer.
Decido não trazer tanta dor a ele, matando-o primeiro para depois pegar suas partes, os olhos e o coração, ele ainda tenta gritar, mas, o barulho do trem chegando a estação bloqueia a sonoridade de seu grito.
Quando estava terminando, meus instintos de caçadora avisam-me que alguém está a observar-me, resolvo esperar para ver quem era a pessoa que acabava de cavar sua sepultura. Mas, ao ouvir o estalido que faz um graveto numa tentativa frustrada de fuga, resolvo olhar a pessoa que não nasceu com senso de auto preservação.
Mas, ao olhar em seus olhos, lembro-me de tudo que passamos e a saudade e o arrependimento de ter olhado batem-me tão forte, que meu peito se aperta, e fico apavorada que ele possa ouvi-lo.
Ouço meu nome sair de seus lábios e múltiplas emoções passar em seu olhos. Sorrio como forma de certificar de que era realmente eu ali. E parece que funciona porque ele parece acordar para o que acontece ao redor.
Decido agir, e antes que ele possa me dizer algo abraço-lhe ele primeiro fica aturdido, mas, depois retorna o abraço e é com grande dor em meu peito que vejo ele perder os sentidos quando a anestesia faz efeito em seu corpo.
E é com grande dor e alegria, por estar finalmente fazendo minha vingança, abandono o corpo do homem que antes matava sem esquecer é claro de seus olhos e seu coração. E arrasto o corpo do homem que acreditava não mais amar, mas, ao vê-lo novamente vejo que somente iludi-me, pois o sentimento estava vivido em meu ser.
Levo-o para minha casa, algemo-o no porão e vou para meu quarto sonhar com várias formas de torturar e vingar meu coração destruído tão cruelmente por ele.
E agora, eu também irei arrancar seu coração e farei senti-lo a dor de tê-lo destruído ainda com vida.
E foi assim que adormeci, sonhando com nós dois casando, e de repente meu vestido enche-se de sangue e em minhas mãos pulsa o coração arrancado do peito do noivo.
O homem que amo. E que irei matar John McCarthy.

Bloody LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora