Através da minha janela

Capítulo 9

Era uma noite silenciosa quando Brunna acordou sobressaltada às três da manhã ao ouvir um estranho barulho vindo de sua janela. Seu coração acelerou e ela se sentou rapidamente na cama, tentando descobrir a origem do som. Um misto de medo e curiosidade invadiu seu ser quando percebeu que a intrusa era Ludmilla.

— Ludmilla? O que você está fazendo aqui a essa hora? — indagou Bruna, surpresa e confusa ao presenciar tal cena.-  Você entrou pela minha janela? Isso é loucura!

Ludmilla, com um sorriso travesso no rosto, entrou pela janela como um furacão. Seus cabelos negros balançavam ao vento, e seus olhos transbordavam uma mistura de malícia e desejo.

Brunna sentiu seu corpo tremer diante da intensidade do olhar da cantora.

—Eu adoro uma loucura, sabia? E você também parece gostar... — disse Ludmilla enquanto conduzia Brunna até uma cadeira próxima à janela.

-Ludmilla, o que você está insinuando?- indagou Brunna, nervosa com essa aproximação.
Brunna, meio atordoada, sentou-se na cadeira enquanto Ludmilla se aproximava ainda mais. A morena começou a provocar, passando suas mãos suavemente pelo corpo esguio de Brunna, realizando um trabalho tão delicado quanto o vento que entrava pela janela. Sussurrando em seu ouvido:  - Acho que você já sabe bem do que estou falando...,

Ludmilla sussurrou palavras que ecoaram na mente de Brunna, causando arrepios em todo seu corpo.

Os olhos de Brunna se fecharam instintivamente, absorvendo cada toque e cada palavra susurrada: - Ludmilla, isso não é certo..

- E quem disse que o certo sempre nos excita? Deixa essa música tocar...- Ludmilla sussurra no seu ouvido 

Ela se sentiu arrebatada por uma onda de excitação, sua mente envolta em um turbilhão de sensações desconhecidas e ardentes. Ao abrir seus olhos, entretanto, Brunna notou que Ludmilla já não estava mais lá, deixando-a incrédula e totalmente entregue a uma mistura avassaladora de sentimentos.

Sentada naquela cadeira, Brunna sentia-se perdida. A raiva que antes a dominava acabou se dissipando no ar da madrugada, dando lugar à persistente excitação. Uma série de pensamentos contraditórios invadiu sua mente, deixando-a sem rumo e mergulhando-a em um mar de questionamentos.

O que aquilo significava? Por que Ludmilla havia aparecido assim tão repentinamente e provocado sensações tão intensas? Seria apenas um sonho? Ou talvez um desejo reprimido que decidira se manifestar naquele momento específico?

Uma coisa era certa: aquela noite ficaria marcada indelével em sua memória, não importando as respostas ou a falta delas. Brunna se encontrava em uma encruzilhada, onde a curiosidade e a atração se misturavam perigosamente com a raiva e a confusão.

Dessa forma, a madrugada escura e silenciosa transformou-se em um cenário onde emoções desconhecidas ganharam vida.

Brunna sabia que, mais cedo ou mais tarde, seria forçada a confrontar seus sentimentos e enfrentar as consequências daquela inesperada visita.