Prólogo!

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Eu estava meio de fora do fandom e por conseguir ver só agora que está rolando uma confusão sobre esteriótipos que estão criando em cima dos personagens. Não me aprofundei muito, mas o pouco que vi me deixou um pouco triste, pois são estados que estão, querendo ou não, sendo representados.

Eu sou mineira e não acompanho muitas histórias que tenham o Minas, mas eu ficaria bem triste se visse que estavam delimitando ele em algo muito pequeno. Por isso entendo o sentimento que algumas pessoas estão tendo.

Claro que eu acho que se alguém for fazer uma crítica a um problema que tem no estado usando os personagens de forma respeitosa, demonstrando que aquilo é só um pedaço e não tudo, ficaria bacana. Mas pelo relato que estou vendo não é bem assim.

Vi algumas pessoas se chatearam um pouco com isso, como a viciflory, a pessoa que me apresentou esse problema que está tendo e graças a um desabafo dela, eu tive a ideia dessa fic e por isso, essa história vai ser dedicada a ela.

Lembrando que eu nunca fui no Rio Grande do Norte, então provavelmente vou dizer algumas coisas que talvez não condizem com a realidade vivida, mas meu objetivo é de alguma forma aprofundar mais no personagem e sair um pouco da visão que criaram dele.

Enfim, espero que vocês gostem e se divirtam lendo.

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Andar por um aquário deveria ser uma experiência divertida para se fazer em família ou com companhias aos seus lados. Era para ser um programa familiar ou para um encontro romântico. Um lugar bonito e interessante para que você conheça mais sobre a diversidade da vida marinha.

Mas naquele momento, Rio Grande do Norte não queria estar com ninguém, não queria ter que explicar como aqueles seres abaixo da água eram incríveis, de como o mundo em si era perfeito. Estava um pouco cansado de ser o guia das pessoas, no momento ele só queria estar sozinho e sentir a tranquilidade que aquele lugar o passava.

Talvez estivesse cansado do mundo, de tudo que diziam sobre seu emprego, das pessoas o julgando por não arrumar um “relacionamento serio”, pela vida de diversão que levava. Era um saco ser resumido a isso quando havia tantas coisas na sua vida e personalidade que valiam mais a pena ser retratadas.

Poderia estar sendo arrogante ao dizer isso, mas ele era incrível, sabia de coisas que a maioria das pessoas não fazia ideia. Então porque o resumiam a algo tão idiota como aquilo?

Ao menos tinha seu irmão e seu cunhado para poderem o apoiar, mas os dois moravam muito longe e ligar para eles para falar algo tão simples e passageiro parecia um exagero na visão de Rio Grande do Norte.

Sem muito ânimo, o Rio Grande do Norte se sentou em um banco que estava em frente a um tanque com alguns peixes-bois que estavam interagindo entre si. Era uma vista bonita e tranquila na visão do potiguar. Seria bom passar um tempo relaxante olhando para eles.

Com isso em mente, o potiguar continuou onde estava deixando seus pensamentos correrem soltou por todas as áreas da sua vida enquanto observava os bichinhos brincarem.

Poderiam ter algumas áreas da sua vida que estivessem em dia, como a convivência com o que tinha sobrado da sua vida ou na sua profissão como biólogo marinho, mas existiam tantas nuances que pareciam sempre acabar com a pouca estabilidade que essas duas áreas o traziam.

Como o fato de Rio Grande do Sul morar muito longe e quase não se verem por isso, ou o fato de que sempre que encontrava alguém legal, a pessoa já queria o podar demais e cismava com seu emprego, dizendo que se eles quisessem algo sério o potiguar teria que arrumar um emprego que não envolvesse tantas viagens.

Era um saco, quase como um pandemônio na sua vida, isso porque ele preferia não pensar sobre a sua situação econômica e a solidão que a falta de contato e afeto estava lhe causando. Ou talvez ele só estivesse pensando demais e sendo dramático pelo fato de estar tendo um dia horrível desde que tinha acordado.

Em determinado momento dos seus minutos de reflexão, o potiguar viu um rapaz de cabelos loiros sem roupas de mergulho dentro do tanque à sua frente. O moreno deduziu que ele iria dar comida para os peixes-bois ou brincar com eles, mas não fazia sentido ele estar sem a roupa de mergulho, era um equipamento obrigatório se o potiguar não se enganava.

Então por que diabos ele estava naquele tanque sem esse equipamento em um horário comercial?

Ok que peixes-bois eram inofensivos a humanos e que era um animal doce e curioso, o que o tornava por vezes um animal de fácil caça para os humanos infelizmente, o moreno sentia uma pequena tristeza ao se lembrar do quando as pessoas eram ruins com animais totalmente indefesos que não fariam nada.

Mas Rio Grande do Norte não teve tempo de pensar muito sobre isso, pois o garoto loiro dentro do tanque percebeu sua presença e com muita animação sorriu para o potiguar enquanto acenava para ele, parecendo muito satisfeito com o fato de o potiguar estar ali, mesmo que o moreno tivesse certeza que o loiro não fazia ideia de quem ele era.

Mesmo sem entender o objetivo de tudo aquilo, o moreno acenou de volta com um pequeno sorriso no rosto. Aquilo era tão confuso que chegava a ser divertido.

Não demorou para que o sorriso sumisse do rosto do loiro e um pequeno desespero aparecesse em seus olhos, ele estava ficando sem ar, mesmo de longe Rio Grande do Norte conseguia perceber isso, então sem demora o loiro começou a nadar de volta à superfície sumindo das vistas do moreno.

Quando já não via mais o garoto, o Rio Grande do Norte se permitiu rir um pouco. Mesmo depois de anos sendo biólogo e estudando diferentes espécies, era a primeira vez que via um peixe como aquele

Perdidos no Mar.Onde histórias criam vida. Descubra agora