Capítulo 4!

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No momento em que acordou, Rio Grande do Norte sentiu todo o seu corpo doer, não achava que conseguiria mexer alguma parte dele sem que sentisse dor. Estava ficando velho demais para dormir em um sofá, ainda mais com alguém apoiado nele.

Se lembrando que Sergipe estava dormindo ao seu lado, Norte olhou para o loiro, percebendo que ele dormia tranquilamente com a cabeça apoiada no potiguar e com um braço passando por cima da sua barriga. Parecia bem confortável.

Por não querer parecer um esquisito que ficava olhando pessoas dormindo, Norte olhou em volta procurando seus amigos e não encontrando ninguém. O biólogo esperava que eles estivessem em algum quarto da casa e não tivessem o abandonado ali sozinho.

Ainda possuía esperança em seus amigos, mesmo sabendo que eles faziam loucuras quando estavam bêbados.

Mas por estar se sentindo incomodado e com dor, Norte decidiu acordar o loiro mesmo achando que isso era uma pena. Precisava urgentemente se alongar para que seus músculos e ossos pudessem voltar para o lugar correto.

Além de que quanto mais tempo Sergipe passasse naquela posição, pior seria para o loiro.

Com cuidado, Norte levou uma mão aos cabelos loiros, os ajeitando um pouco, quase com um carinho. Não gostava de acordar as pessoas de forma bruta, como Ceará fazia. Ainda possuía a lembrança do susto que tomou quando Ceará o acordou a gritos, não causaria esse trauma no galego a sua frente.

— Sergipe. – chamou com calma, ainda mexendo nos cabelos dele. — Acorda, vai ser pior se continuar dormindo aqui. – acrescentou com um pequeno sorriso no rosto, fazia tempo que não acordava com alguém ao seu lado e a sensação que isso trazia não era tão ruim assim.

Sergipe se acomodou melhor no sofá, ainda ficando próximo ao potiguar, levando uma mão aos olhos esfregando ele ainda sonolento. Mas não demorou para que o loiro se tocasse de onde estava, com quem estava e que havia dormido em cima de Rio Grande do Norte.

— Não pode ser. – comentou em desânimo, não acreditando que tinha caído naquela furada.

De forma lenta e cautelosa, Sergipe se virou para Rio Grande do Norte para ter certeza de que estava ferrado. E ao ver o potiguar com um pequeno sorriso no rosto acenando de leve para si com a mão, Sergipe se afastou o mais rápido que conseguiu.

— Me desculpa por dormir em cima de você. – se desculpou apressadamente. —Você deve estar todo dolorido por minha causa. – Sergipe sentia uma enorme vontade de se enterrar naquele segundo. Só passava vergonha na frente de Rio Grande do Norte.

Aproveitando que estava livre, Norte se levantou sentindo sua coluna reclamar de dor, junto do braço que Sergipe estava se escorando e seu pé esquerdo que por algum motivo estava doendo.

Realmente não tinha sido uma boa ideia dormir naquela posição, mas se consolou com a ideia de que poderia ser pior.

— Não precisa se desculpar, eu também dormi por aqui sem perguntar se estava tudo bem. – Norte disse sem dar muita atenção ao assunto, não se importava de Sergipe ter dormido tão perto de si. — Como você está se sentindo? Com muita dor? – perguntou voltando a olhar para o galego.

Sergipe também se levantou, sentindo a base das suas costas doendo. Soltando uma reclamação baixinho, mas que não passou despercebido por Norte que soltou um pequeno riso. Pelo visto ele não era o único que estava ficando velho demais para fazer aquilo.

— Até que legal e você como está? – perguntou ainda envergonhado, começando a andar para a cozinha, sinalizando para que Norte o acompanhasse.

O loiro já tinha desistido de colocar sua aparência em jogo, já estava horrível a noite e deveria estar ainda pior agora de manhã, portanto seu café era mais importante do que parecer bonito para o potiguar.

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