Capítulo 2!

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Rio Grande do Norte estava decidido de que não veria mais o garoto loiro que trabalhava no aquário, afinal ele não tinha planos de voltar no aquário (já tinha visto o que lhe interessava na última vez) e não havia outro lugar que ambos pudessem se encontrar, ainda mais que o moreno teria que viajar em duas semanas para a Rebio de Santa Isabel para a época de reprodução das Tartarugas-Oliva.

Tinha gostado da companhia de Sergipe, mas ele ainda não era tão importante na sua vida ao ponto do moreno se esforçar para manter um contato. Gostava dele, só que estava cansado demais para continuar tentando e no fim a pessoa lhe dizer que ele era ocupado demais e que isso não daria certo ou ela se afastar sem dizer nada.

Estava cheio desses problemas, então por hora tinha decidido se manter com os amigos e a família que já haviam o aceitado com todos esses por menores.

Era uma decisão que poderia fazer com que ele perdesse pessoas incríveis, mas Rio Grande do Norte estava disposto a correr esse risco para ter paz por um tempo.

Só que isso não significava que ele iria passar as duas últimas semanas sozinho, na verdade ele já tinha planejado para os próximos quatorze dias inteiros algo para fazer. Tudo porque seus amigos e seu irmão tinham descoberto que ele iria viajar outra vez e decidiram todos de uma vez sair com o potiguar.

Ao menos Rio Grande do Norte gostava de sair, pois se fosse o contrário ele estaria completamente ferrado, principalmente porque naquela noite ele iria sair com Ceará e Piauí, dois doidos que mal tinham amor a própria vida e ainda queriam arrastar outras pessoas para situações de quase morte.

— Hoje vamos pegar geral, quero ver todo mundo beijando na boca e enchendo a cara para comemorar que o Rio está aqui. – Ceará falou com animação praticamente pulando em cima do potiguar.

Os três estavam em frente a uma boate e mesmo estando do lado de fora, Rio conseguia escutar a música alta que tocava. Gostava de ir em festas como aquela, gostava de dançar, de beber, de ver as competições infantis que Piauí e Ceará faziam e o fato de que poderia encontrar pessoas que lhe atraiam para passar a noite, não que ele fosse fazer isso essa noite.

— Já disse que não vou ficar com ninguém, mas vou beber junto com você. – Rio avisou com tranquilidade, tentando não cortar a animação dos outros dois.

Piauí e Ceará olharam para Rio com um olhar de julgamento, claramente não acreditando no que o potiguar tinha dito, fazendo com que o mesmo suspirasse. Seria difícil convencer os dois apenas com palavras que estava ali só para aproveitar a festa e nada mais, que não iria se envolver com ninguém de forma alguma. Ainda mais que nenhum dos três eram santos quando o assunto era flertar com outras pessoas.

Por isso Rio Grande do Norte decidiu não explicar com palavras e sim mostrar com suas ações, talvez assim os dois cabeças duras acreditam no que ele dizia. E para não ter que ficar se justificando, Rio decidiu mudar de assunto e tocar em um assunto que estava curioso desde que Ceará disse que iriam "aproveitar" muito a noite.

— Você está falando de mim, mas você não estava conversando com um cara? Parecia animado o suficiente para levar ele a sério. – Rio Grande do Norte perguntou com uma sobrancelha arqueada, encarando Ceará.

— Iih macho, descobri que ele tinha um filho e você sabe o que eu acho. – Ceará deu de ombros desviando o olhar, meio sem graça. — Para mexer com homem que tem filho tem que ter responsabilidade e eu nem sei cuidar de mim mesmo, imagine cuidar de uma criança. – completou tentando soar divertido para não pesar o clima por conta da notícia que estava dando.

Rio e Piauí olharam para baixinho com um sorriso acolhedor no rosto, sabia que Ceará tinha muito medo de se envolver com alguém que possuía filhos por não se sentir confiante para cuidar de outro ser humano, para se tornar importante para um ser humano lindo para então ir embora depois, por ter medo de traumatizar uma criança por algo que ele tenha feito. Era muitas questões que tinham que ser analisadas antes de se tomar essa decisão e toda a pressão assustava o cearense.

Perdidos no Mar.Onde histórias criam vida. Descubra agora