Capítulo 7

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- O que aconteceu naquela floresta? - pergunto novamente, desejando uma resposta mais clara. Eu podia ver que algo o perturbava, mas se depender de Beck, eu nunca saberei o que é.

- Nós não temos mais nada pra conversar - e então ele simplesmente vai embora, me deixando sozinha embaixo daquela árvore repassando o que me disse.

"Algo que eu queria esquecer, mas sempre que te vejo aquele dia se repete".

O que ele quer dizer com isso? O que pode ter sido tão horrível a ponto dele me evitar como se eu fosse o próprio evento, quando eu claramente sou apenas uma lembrança de um momento infeliz?

Eu só sei que quanto mais ouço de Beck Tucker, mais quero saber sobre ele. E é isso que eu vou fazer, descobrir mais sobre o homem misterioso.

...

Você pode colocar a culpa no tédio, mas eu necessitava de informações e fui o mais rápido possível ao bar para encontrar Alex. Ela me parece conhecer esse cara. Quer dizer, bem mais do que eu com certeza.

- Então, Alex. Você conhece bem o bombeiro, não é? - trago o assunto a mesa, ou melhor, ao balcão.

- O Tucker? Bem, estudamos juntos por alguns anos. Eu e Charlie éramos as únicas crianças com quem ele andava, pra falar a verdade. Mas mesmo assim, nunca o entendi muito bem.

- Ele é meio complicado...

- Pois é. Acho que pode ser uma consequência do que aconteceu com a família dele - interessante.

- O que aconteceu com a família dele?

- Acho que já falei demais - ela ri e atravessa para o outro lado do balcão, recolhendo pratos e gorjetas das mesas - Inclusive, eu não sabia que adorava uma fofoca.

- Fofoca? Não! Só estou procurando informações.

- Se continuar assim, vou começar a pensar que gosta dele - ela brinca, me fazendo rir até minha barriga doer.

- Ah, claro. Afinal, ele tem tantas qualidades - entro na brincadeira.

- Ele te salvou, acho que isso entra na lista dos prós.

- Isso não é um filme de super herói, Alex. Não é porque ele me salvou que eu devo alguma coisa como... afeto.

- Pelo menos um beijinho de agradecimento! Estilo Mary Jane.

- Ok, estou vendo que não vou conseguir nada com você - desisto de arrancar mais informações de Alex. Talvez haja mais alguma fonte confiável em St. Ethel.

No hospital, vou diretamente para a enfermeira que está em seu horário de almoço. Era hora de incomodar Joanne um pouco.

- Beck Tucker? Você não ia conversar com ele? - pergunta enquanto finca o garfo num pedaço de brócolis.

- E conversei, só que eu preciso saber mais. Sabe, ele dificulta muito as coisas.

- Parece mais interessada nele do que o normal - aponta, com um sorriso travesso no rosto.

- Você também?

- Eu só acho que isso não cabe a mim. Não sou muito de fofocas, Jane.

- Eu não quero fofocar, só quero saber o que ele esconde.

- Claro, claro - diz, não muito convencida.

Após mais uma tentativa falha, recorro à minha última opção: o recepcionista do Hospital de St. Ethel.

- Você parece uma stalker - é a primeira coisa que ele diz depois de me ouvir.

- Hoje não é o meu dia - reclamo, me jogando em uma das poltronas da recepção e me afundando em uma revista sobre varizes.

A Ascensão e Queda de Diana WilliamsOnde histórias criam vida. Descubra agora