O motivo

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ANOS ATRÁS

A mulher estava desesperada com a criança no ventre, e cada uma daquelas palavras ditas pela própria mãe eram como facadas que, além de atravessa-lhe o peito, parecia fazer o bebê se contorcer.

De joelhos, a mulher implorava:

ㅡ Mãe, não me expulse, por favor! ㅡ Mas a mãe ignorava.

Ela preferia ver uma filha morta nas ruas do que uma filha grávida em casa.

ㅡ Eu já me decidi, Karina! Veja só! Veja a vergonha que você me causou! Engravidou de um qualquer, sem compromisso nem nada, e acha que pode me pedir pra te deixar aqui? ㅡ Um tom rude saiu de seus lábios molhados de uma idosa.

ㅡ Mas foi um acidente, mãe! Como eu saberia que eu iria engravidar? Como? ㅡ A jovem chorava constante.

ㅡ Eu não quero saber! Você vai sair pela aquela porta e faça esse homem assumir. Se não assumir, se vire sozinha. Isso serve para aprender a ser uma boa filha. No que estava pensando? Você não sabe o quão doloroso foi descobrir isso pela boca de outros. Eu estou mal falada, e você também. As irmãs da igreja me julgam. Olha o que você fez! ㅡ A anciã acusava aos berros.

ㅡ A culpa não foi totalmente minha! Você nem sequer saber o que aconteceu. ㅡ Levantou-se a jovem de dezenove anos sentindo aquela fúria de ser acusado sendo inocente.

ㅡ E prefiro nem saber. Sem detalhes! Você vai embora dessa casa, e hoje! Fico pensando em como seu pai deu toda a herança para uma menina irresponsável como você! Se você mais nova... Ai, eu acho que faria pior. Agora vá! Vá vá logo! Você me dá nojo. ㅡ A acusadora dava passos à frente para a filha recuar para trás até sair totalmente daquela casa.

Logo a porta foi fechada e a vida acabou ali.

Karina caminhava chorando pelas ruas atrás do homem que a engravidou na base da violência. Na época ele era um bêbado de grande negócio que havia lhe pegado a força. Conhecia o pai da jovem, o qual colaborava para o seu lucro na empresa de bebidas alcoólicas. Sentia atração pela a filha de seu companheiro... e sabia, ela seria a chave para o seu sucesso.

A grávida o avistou prestes a entrar em um carro de luxo de cor preta tradicional e seus olhos, secos como folhas depois do outono, abriram-se rapidamente. Apressou -se para atravessar a rua e gritou seu nome.

ㅡ Ahn! Volte aqui! ㅡ O homem olhou para a direção, mas não reconheceu a moça de primeira.

Chegou mais perto, ofegante, e começou a falar:

ㅡ Você destruiu a minha vida. ㅡ Disse com a voz amarga.

Sem entender, o grande empresário dilatou os olhos. Os demais homens vestidos de preto olharam uns para os outros.

ㅡ O que? Do que está falando? ㅡ Estreitou os olhos.

ㅡ Meses atrás você estava bêbado quando me violentou e me engravidou... Ou você não se lembra de mim? ㅡ Sua pergunta foi em tom irônico.

Todos estavam surpresos com a fala direta da jovem, olhando automaticamente para sua enorme barriga.

Um silêncio entre os dois permaneceu até o próprio abriu seus olhos ao pouco de lembrando de tudo. Mas não importava se ele estava bêbado ou não, pois ele era maligno nos dois estados. Seu susto lhe causou um transe admirando atentamente a moça que suspirava bruscamente com um olhar de touro para o mais velho e saiu do transe olhando para os demais homens presentes. Um sorriso sem graça triunfou.

New Chance, Appa? (Imagine Felix/Stray kids)Onde histórias criam vida. Descubra agora