504 37 18
                                    





- Já havia quase um ano de convivência como não me apaixonaria por ele?

Se perguntava Amaury, arrastando o dedo na tela do seu celular e olhando as fotos do ensaio que fizeram juntos a alguns dias atrás.

as palavras que ele disse em resposta as perguntas da entrevista repassavam pela sua cabeça, a final como pode, um HOMEM como ele, que nunca teve nem um tipo de preconceito com ninguém, estava ali agora se perguntando - será que era isso mesmo que tinha que fazer, ignorar o fato de que queria tanto a Diego, quanto seu personagem Ramiro, queria ao Personagem do Diego?

Será de verdade que era apenas medo da paixão desenfreada que já não se escondia, ou na verdade era medo de preconceitos?

Talvez nervoso por jamais se sentir tão apaixonado por alguém do mesmo sexo que ele, mas o que fazer, ele praticamente não saberia viver mais sem seu piquitito Diego.

Sem as bagunças, as caricias, os elogios, as risadas que apenas aquela pessoinha o fazia dar, bom, talvez seja medo de arriscar viver a paixão e descobrir o que a legião de fãs já havia detectado, acabar descobrindo que já o ama, e que não conseguiria mais viver com tanta alegria, como quando estava com ele.

Esse medo tem sido seu atrapalho, tem lhe deixado sofrendo por algumas vezes, o fogo que ataca seu peito já não só se limita ao peito, mas agora toma conta de todo o corpo, da mente, que borbulha querendo estar sempre perto.

Então, com saudades e com carinho, ao ver uma simples foto, naquele momento os olhos marejaram por estar pensando no cheiro do perfume de seu amado, ele se recostou na cama, esperando que a sua incansável tentativa de chegar a exaustão, tivesse resultados, pois naquele dia havia treinado na academia como um louco, ele precisava estar exausto para conseguir dormir, pois desde o dia anterior, teve algo que sonhava e esperava, ser explicitamente aberto.

Nossa... Como ele sonhou com isso, até aquele momento, eles estavam agindo com todos os sinais de interesse, mas nunca nada havia ficado tão aberto, ele sabia que se estivesse presente no momento, o seu piquitito jamais teria coragem de abrir para todos que ele tem interesses também.

Ele estava emocionado, estava feliz, estava eufórico, sua vontade era de apenas correr ao encontro do seu pequeno, mas ele não poderia, ainda era cedo, tinha que ver o que mais aconteceria a partir dali.
A tortura de saber que no dia seguinte ainda não estaria junto do seu amor, o deixava inquieto. Era saudade.
Ele queria estar perto, queria sentir o perfume, e mais um dia estaria longe.

Nossa, pra ele era uma barra mais pesada que as que carregava se exercitando na academia, mas depois de olhar as fotos, sonhar e se emocionar, respirou fundo, e falando o nome de seu amor entre bocejos, - Diego, Diego. Foi adormecendo aos poucos até que dormiu.

No dia seguinte, acordou e pegou seu celular, abriu o whatsapp viu a ultima visualização do Diego, e então fechou o aplicativo.
A vontade de falar algo o agoniava, dar um bom dia que seja, pegou os papeis do roteiro buscou por algo que pudesse usar de desculpa para puxar uma conversa, mas como poderia, ele é professor de teatro, não faria sentido algum.
Então guardou o celular, pôs as mão em seu rosto apreensivamente e de repente seu celular toca notificação.
Era ele.
Diego.

D - Oiê! Bom diiia, me tira uma duvida do roteiro. assim que acordar me responde tá?

Ele não acreditou quando viu pela barra de notificações que Diego havia usado exatamente o mesmo pretexto que ele já havia pensado antes, será que era realmente duvidas sobre o roteiro, ou apenas uma tentativa de puxar assunto.

Pensando se já deveria responder ou se deveria esperar um pouco mais, ele soltou o celular e de pé em frente a cama encarando o celular pensou:

A - será que eu deveria dar um gelinho nele? aah, Não vou fazer isso não, eu não aguentaria.

Então pegou o celular e imediatamente respondeu.

A- Oii, bom dia. Claro que sim né Diego, será um prazer, pode perguntar, com o que esta com duvidas?

E quase que imediatamente, - Diego esta digitando... , o que era estranho tanto quanto o Diego, tirar duvidas de roteiro com ele aquela hora da manhã.
A final ele não respondia as pessoas de forma rápida, nem tão pouco tinha a ultima visualização ativada.
Amaury queria pensar em tudo com muita cautela, pois não queria se iludir com aquilo. Se concentrou, respirou e esperou a resposta para a mensagem.
Mas nada acontecia, - Diego esta digitando... , Diego esta digitando... , Diego esta digitando... e nada.
Então novamente - Diego está digitando... ,  e chegou a mensagem.

D- melhor falar com você pessoalmente, amanhã a gente ver isso.

A- Que? pode falar. manda áudio se for muita cosa,vai ser um prazer te ajudar.

D- Não, melhor depois. Tem que ser realmente pessoalmente. Não tem como ser por aqui.

Definitivamente, Amaury estava seguro que o seu pequeno não estava querendo saber de roteiros, queria apenas talvez só falar com ele, quem sabe, assim como ele, também Diego, poderia estar apreensivo e ansioso para conversar e falar sobre o stories que agitou uma colmeia de fãs sedentas por algo que já tava na cara. O amor desses dois.

Então depois de pensar um pouco, Amaury responde a Diego

A- Diego, você quer sair pra comer alguma coisa?
A gente pode falar sobre o roteiro, ou sobre o que você quiser.
Eu hoje não vou cozinhar, tenho que ir no mercado, que tal? A gente almoça, te deixo no projac e de lá vou no mercado.

naquele momento tudo o que ele queria era uma resposta positiva, mas o Diego não respondeu imadiatamente, ele estava online, mas não falou nada. Após alguns segundos de aperto no peito, tremedeira de nervoso e insegurança, - Diego está digitando...

D- Ótimo, perfeito então. você passa aqui perto do meio dia, eu vou pra academia e  já já a gente se vê. pode ser?

A- Claro que pode, eu tbm vou pra academia agora, então já já a gente se encontra. bjo

D- Certo, té já. Bjo

Naquele momento Amaury se jogou na cama, de braços abertos com um sorriso bobo na cara e pensou, - hoje eu vou ver meu pequeno.
Olhou imediatamente a hora, e começou a se organizar para encontrar seu amor. Hoje eles teriam de qualquer maneira uma conversa sobre os acontecidos naqueles dias, não tinha como fugir.
Ele estava milagrosamente tranquilo, mas muito feliz, ele sabia que o Diego estava querendo o mesmo que ele, a presença, companhia e uma conversa franca sobre os dois.

Continua...

.......................................................

Olha pra mimOnde histórias criam vida. Descubra agora