Capítulo I

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Juramento De Sangue.

Porto Real, 117 d.C.

— Para onde estar indo, minha filha?

A voz falhada e cansada de Rhaenyra Targaryen retumbou pelos aposentos da mesma. Rhaenyra estava entrando em trabalho de parto naquela manhã, logo seu quarto filho nasceria tão saudável quanto os anteriores. A mulher tinha os cabelos grudados na testa devido ao suor, lábios trêmulos e pele pálida. Uma garotinha parou de caminhar e olhou para trás quando a pergunta entrou em seus ouvidos.

— Aemond e eu vamos para o Bosque Sagrado, minha mãe. —A menina respondeu, escondendo uma mecha do cabelo branco. Rhaenyra tentou procurar uma posição confortável.

— Por mais que eu aprecie sua amizade com Aemond, não deveria ficar sozinha com ele Rhaella.  —Ela disse ofegante, sentindo dores.

— Aemond é meu amigo, prefiro ele do que uma garota falsa dessa Fortaleza. —Rhaella resmungou, e sua mãe enrugou a testa segurando firme a barriga. Rhaella odiava Porto Real mas Aemond fazia com que o lugar ficasse menos entediante. — Eu não gosto daqui, Porto Real me sufoca diariamente, mamãe. —Rhaenyra relaxou a expressão e suspirou.

— Sinto que logo vamos para nosso verdadeiro lar, Pedrão do Dragão. Bem, não há muito que você possa fazer aqui ao meu lado, divirta-se mas tenha cuidado.

Rhaenyra sempre fez os caprichos da menina, quando Rhaella nasceu, a mãe, passou cerca de uma hora analisando todos os ovos de Dragão, Rhaenyra não queria que sua filha tivesse um Dragão fêmea e quando o ovo eclodiu teve certeza que escolheu sabiamente. Era um macho, que anos mais tarde foi nomeado de Rhaego pela menina, um Dragão majestoso de escamas negras.

Rhaella Targaryen vestia mais cota de malha do que vestidos de seda, nas manhãs a menina treinava com Sor Harwin Strong e ele sempre a parabenizava por seus avanços, durante as tardes lia diversos livros e ouvia com atenção os ensinamentos dos Meistres, incluindo literatura, história e filosofia, já sabia manter uma conversa quase perfeita na língua Valiriana, Rhaenyra Targaryen queria que sua filha traçasse o próprio caminho, por este motivo sempre deu liberdade para ela escolher seus afazeres. E quando sobrava um tempo ao anoitecer, conversava e alimentava os Dragões especialmente Rhaego que a cada dia crescia mais e mais. E nas noites, sentava em frente a lareira nos aposentos da mãe junto de seu pai e todos seus irmãos discutindo assuntos leves e amorosos.

Ela não queria perder tempo bordando e comentando calúnias com as donzelas da Fortaleza, ou se empanturrando de doces e bolos, preferia uma bela luta ou um passeio com seu Dragão. Otto Hightower, Mão do Rei, em algumas ocasiões chegou a comentar que as atividades que Rhaella praticava não eram apropriadas para uma Princesa, e queria até mesmo ser o mentor da menina durante as aulas de história. Mas, O Rei Viserys I aconselhado de sua filha, Rhaenyra Targaryen explicou educadamente que as atividades que Rhaella exercia era fundamental para seu desenvolvimento e que, não cabia a Mão do Rei se importar com os filhos de ninguém da Fortaleza Vermelha. Rhaella era impulsiva, determinada, ousada, valente, inteligente, possuía características ricas e muitas vezes ouvia os cochichos de que tinha a personalidade do seu tio-avô, Daemon Targaryen.

Rhaella sorriu agradecendo e voltou a caminhar. Do lado de fora, encostado na parede estava Aemond Targaryen filho mais novo do Rei Viserys Targaryen I, Aemond não gostava dos irmãos da garota pois via claramente que eram filhos do Capitão, mas ele não dizia nada cruel com Jace e Luke —Não na frente dela— porque não queria ferir os sentimentos de Rhaella. O garoto era gentil com ela e eles se amavam, uma afeição entre crianças unidos por um desejo em comum, Aemond não queria que seu casamento fosse decidido por seus pais, e Rhaella também não. As duas crianças iriam fazer um juramento e quando chegassem na idade maioral seus pais não poderiam forçá-los a ter outras pessoas como marido e esposa, pois teriam uma marca para comprovar tal juramento.

Fogo e Fúria -𝐻𝑜𝑢𝑠𝑒 𝑂𝑓 𝑇ℎ𝑒 𝐷𝑟𝑎𝑔𝑜𝑛.Onde histórias criam vida. Descubra agora