A chuva de fogo caía intensamente, queimando todas as esperanças que ainda habitavam meu ser, cada pedaço já destruído do meu coração, agora estava derretendo e virando um líquido vermelho, vermelho como o batom cor de sangue, que tu passa todas as manhãs para que a beleza de seu rosto suporte a feiúra do mundo, vermelho brilhante...brilhante igual o reflexo que sua alma pura faz em minhas lágrimas. Você continua aqui, diz não ter medo do calor, diz gostar de dançar na chuva...mesmo sabendo que corre o perigo de se queimar com até a mais mínima gota, diz que conseguirá juntar cada peça que se desprendeu de minha alma, mal sabendo que ela acabara de derreter.
Olhando para seus pulsos, vejo que até a mais linda rosa pode possuir fortes e afiados espinhos, você faz o mundo parecer um lindo conto de fadas, porém como dizia um grande contador de histórias naqual sou fã...as fadas estão enjauladas, com suas asas cortadas, cortes idênticos aos de seus pulsos. A chuva foi tanta, que resultou em um grande alagamento, infelizmente...ele afogou sua alma junto a minha...eu avisei, não chegue perto se não
souber nadar.-A poeta calada