prológo

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Há quem diga que não podemos confiar em ninguém além de nós mesmo e que apesar de tentarmos ser o mais verdadeiro possível com o outro, apenas nós mesmo vamos compreender com clareza a nossa verdade. Então o principio de tudo é confiar nos nossos instintos e em quem somos, pois só assim viveremos o nosso verdadeiro eu. Infelizmente não seguimos a teoria a risca, buscamos nos outros o que falta na gente, depositamos nossa confiança em terceiros afim de construir um sentimento real, puro e genuinamente vívido que assim possa preencher o vazio que carregamos sem nem ao menos notar sua presença, camuflado na busca incessante de alcança a felicidade eterna. Nos deliciamos com historias que ditam amores perfeitos, vidas perfeitas, trabalhos e a família perfeita e enquanto nos afogamos nessa realidade distópica, tentamos encaixar essas ambições no nosso cotidiano. Esquecendo que esse universo não algo pragmático, que não há um roteiro para conduzir, deixando-nos apenas com uma opção: viver.

Durante anos entrei de cabeça na narrativa que eu mesma inventei e fiz disso a minha verdade, talvez por isso hoje me encontro assim, totalmente perdida. Era fácil, no inicio era leve e atraente, nunca havia sentindo algo tão puro e forte até que eu me quebrei. acreditei está destinada a isso, a você! Eu confiava no que sentíamos, via futuro, o meu mais tão sonhado final feliz. Nunca pensei que ele teria data pra acabar até porquê, pensar em acabar nunca foi uma opção ou pelo menos não era para mim, achei que nossa conexão era algo de outro mundo, que o vazio que me acompanhava finalmente tinha sido completado com a famosa outra metade da laranja: você.

Achei que nunca havia sentindo algo tão forte, até experimentar a dor da sua perda. Naquele momento eu podia jurar que algo havia sido arrancado de mim, até perceber que me faltava ar! Ao me deparar com a ideia de não ter mais você, o ar fugiu dos meus peito, minha vista ficou turva e o formigamento no rosto era indícios do inicio de uma trajetória que eu achei que estava terminada. No momento em que eu e você viramos nós, não me passou pela cabeça que você gostaria de se reduzir novamente ao "eu".

E então vi nosso futuro ir, o meu futuro. Aceitar não parecia uma escolha, como aceitaria a perda do meu destino? até que realizei irracionalmente o impensável...


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