Capítulo 35

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Ergue minha mão novamente batendo na porta amarela sem parar ansiosa para que ela fosse aberta, não sei se a noite está fria ou se isso é culpa do meu rosto molhado pelas lágrimas que escorrem a cada segundo que essa porta demora mais e mais a ser aberta.

Mas foi só quando eu a vi parada ali com um pijama cor de rosa de ursinho e touca de cetim no cabelo que eu desmoronei.

— Tá tudo bem — Nora disse me abraçando — Não faço ideia do que tá rolando, mas tá tudo bem — Me puxou pra dentro — Vem, tá frio aqui fora.

Não sei quanto tempo eu passei chorando agarrada com um travesseiro da garota soluçando enquanto tentava contar o que estava havendo.

Eu sabia que Nora já havia passado por aquilo, talvez por isso ela parecia tão receptiva a me ouvir.

Os pais dela se separaram a alguns anos e agora namoram, ela não fala sobre isso, mas a igreja comenta.

Meus irmãos estão na casa da vovó e a minha mãe não parava de chorar me pedindo pra deixá-la sozinha, mas eu não queria ficar sozinha.

Também não queria mostrar prós perfeitos Coopers o quanto os Sparks são quebrados.

Mesmo que eu tenha ido até a porta da vozinha e voltado atrás.

Acho que eu chorei tanto que não dei tempo para que Nora dissesse nada antes que eu pegasse no sono.

Usei uma de suas roupas para ir à escola no dia seguinte, mas prestei menos atenção do que o normal.

No intervalo liguei para a igreja e avisei a Mary que não poderia ficar com os gêmeos, ela pareceu entender com facilidade.

Tentei focar no treino de animadoras, mas nem isso parecia bom.

A única coisa em que eu me concentrava era nas vezes e nos tons que disseram que isso aconteceria porque eu era uma filha ruim.

Eu penso nos meus irmãos e nas vezes que eles vão precisar dos meus pais juntos e não vão ter ninguém porque a única pessoa que restou vai estar trabalhando enquanto a outra vai estar longe.

— Eu não acredito, Heather — Nora chamou minha atenção — Vai lavar o rosto e tomar uma água.

Só então eu percebi que estava chorando novamente.

Deixei o campo em direção ao bebedouro, usei a manga da camisa que usava para secar as lágrimas e ao invés de tomar água apenas me encostei na parede tentando controlar minha respiração.

— Dia difícil?

Cruzei os braços e assenti para Matt, ainda não estou feliz com ele, as coisas que ele disse ontem foram cruéis. Mas que moral eu tenho.

Ele tomou um gole de água e se encostou do outro lado.

— Meus pais são separados — Não me lembrei de pedir a Nora que guardasse segredo, não acho que ela tenha fofocando por ai, mas ela não esconde nada dele — Eu tinha onze anos quando aconteceu.

— É a idade do meu irmão.

— Bom, eu era filho único — Contou — Vocês tem um ao outro, não deve ser tão difícil quando não se está sozinho.

— Você parece bem pra um filho de pais divorciados, quantas consultas no terapeuta por semana?

— Isso é ofensivo, Sparks — Fez uma pausa — Duas. Você foi em casa?— Neguei — O Cooper não veio, aquele idiota é um ímã pra problemas.

Você não viu nada.

— Eu não o vejo desde a festa.




Alexa Damie
Como
Nora

"Eu sabia que você era burro, mas suicida é uma novidade"

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"Eu sabia que você era burro, mas suicida é uma novidade"

Joe Keery
Como
Matthew

"O que eu posso fazer? É ela quem manda"

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"O que eu posso fazer? É ela quem manda"

Dear Nanny - Georgie Cooper Onde histórias criam vida. Descubra agora