Capítulo 44

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— Durma bem — A senhora Cooper disse antes de me deixar sozinha no quarto de Georgie, olhei a minha conta vendo a bagunça organizada pela primeira vez.

Acredito que mesmo machucado ele tenha sido obrigado por sua mãe a tirar suas roupas sujas do pé da cama e a esticar o cobertor durante o meu banho.

Olhei com atenção à minha volta, já vi esse quarto dezenas de vezes enquanto cuidava dos gêmeos, mas é estranho estar sozinha dentro dele.

Encostei a cabeça no travesseiro e fechei os olhos por alguns segundos, mas tudo que se passava pela minha cabeça eram os momentos daquela noite.

Nora e eu decorando toda a casa, nos arrumando juntas, Matt sorrindo enquanto me ensinava o truque para não sentir o gosto da vodka quando misturamos com refrigerante de limão, Georgie chegando em minha casa, todos usando chapéus enquanto eu chegava aos quinze anos, minha mãe dizendo o quanto está decepcionada comigo novamente. Essa última parte ainda não aconteceu, mas eu sei que vai.

Me sentei novamente e me deitei mais uma vez, como se fosse resolver a minha insônia.

Mary dizendo que Georgie se machucou por minha causa ainda corriam em minha cabeça me fazendo sentir culpada, mas eu me lembro de ter dito pra ele não ir inicialmente.

Eu deveria ter insistido nisso, mas é tão melhor poder beijar do que o afastar.

Me sentei novamente, eu nem mesmo pedi desculpas ou vi se ele está bem mesmo.

Calcei meus chinelos antes de abrir a porta devagar e notei que as portas dos outros quartos estavam fechadas, assim como as luzes estavam apagadas.

Tentei andar com os passos mais leves possíveis pela casa iluminada apenas com a luz da rua e da tv da sala.

Parei antes de entrar no cômodo, Georgie estava deitado de barriga para cima com o pescoço caído de lado encarando o desenho em preto e branco que passa na madrugada. Ele não está dormindo, mesmo que pareça com sono.

— O que tá fazendo parada aí?— Perguntou sem nem mesmo se virar para me olhar.

— Nada, eu só perdi o sono.

Georgie levantou um pouco o rosto para poder me ver aproximar.

— E como você está?

Ele sorriu.

— Acho que não apanhei tanto quanto pareceu.

Não pude deixar de sorrir, posso sentir a barra da calça larga do meu pijama se arrastar no chão a cada um de meus passos, não uso com ela o conjunto de manga cumpridas com estampa de elefantes e sim uma camisa larga do Chicago Bears.

Me senti na beirada do sofá.

— Tem certeza? Você pareceu apanhar muito vendo de longe — Me lembrei tentando fingir bom humor.

— Você sabe, eu estava apenas levando diversão pra sua festa chata — Ele se arrastou um pouco pro lado e fez uma careta de dor antes de apoiar o a mão sobre a barriga onde ele levou grande parte dos socos — Quer se deitar aqui?

— O que? Não, o que sua família vai pensar sobre mim?

— Que você deu uma festa, ficou bêbada e me deixou apanhando?

— Isso eles já pensam.

— Exatamente — Georgie esticou o braço tocando em mim — A gente assiste um desenho juntos e quando sentir sono é só ir pra cama.

Tirei meus chinelos antes de me deitar ao lado do Cooper, mas não me virei para encarar a tv.

— Me ver assistir é mais interessante?

Levantei um pouco minha mão para tocar levemente os ferimentos de seus lábios e bochecha.

— Muito mais.

Georgie se aproximou e tocou seu nariz no meu, algumas vezes antes de beijar meus lábios.

— Nem mesmo machucado você sossega.

— Olha quem fala, sabe que eu levei uma surra e ainda vem me provocar — Ele me beijou novamente dessa vez puxando meu lábio inferior com os dentes usando um pouco de força, fechei os olhos deixando que ele me beijasse em seguida.

Senti seu braço rodear minha cintura enquanto mantive minha mão sobre seu rosto com cuidado para não machucar ainda mais.

Georgie deixou alguns beijos estalados sobre meu rosto quando nos afastamos, me fazendo sorrir.

— Acho melhor eu ir dormir — Falei abrindo os olhos para encarar os seus que já tinham toda atenção em mim.

— Você pode voltar mais tarde se quiser.

Mas eu não voltei, apenas caminhei em passos apressados até o quarto e me joguei sobre o colchão com um sorriso no rosto.

Puxei o cobertor até os ombros e dormi mais leve que qualquer outro dia.

Dear Nanny - Georgie Cooper Onde histórias criam vida. Descubra agora