Capítulo 37

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Entrei decidida na oficina, meu pai se levantou na mesma hora vindo em minha direção. Coloquei os sacos pretos entre a gente impedindo que ele se aproximasse mais.

— É o restante das suas roupas, mamãe não quer mais nada disso em casa.

— Eu disse que iria fazer minhas malas quando as coisas se acalmassem.

— Ela colocou em sacos pretos e o caminhão de lixo passou hoje, então acho que você não tinha mais tempo pra isso.

Ele olhou para chão por um segundo e em seguida para os meus olhos.

— Como vocês estão? Tentei ligar, mas parece que ninguém está em casa nesses dias.

— Não recebi nenhum recado de voz.

— Estava pensando em levar você e seus irmãos pra comer hoje depois do jogo, a gente pode ir naquela lanchonete que você gosta.

— Mamãe vai levar meus irmãos pro boliche hoje e eu vou receber alguns amigos em casa, talvez a gente possa marcar pra outro dia.

— Seria ótimo, está precisando de alguma coisa? Posso te dar dinheiro se quiser comprar algo novo antes da apresentação, você costumava dizer que dava sorte um enfeite novo nos jogos.

— Mamãe já cuidou disso — Menti, minha mãe nem se importa com isso, duvido que ela saiba.

— Tudo bem — Ele suspirou colocando as mãos na cintura, ficamos alguns minutos em completo silêncio.

— Eu preciso ir, ainda tenho muita coisa pra ajeitar pra hoje a noite.

— Foi bom ver você, Heather.

— Foi bom ver você também, pai.

Abraçar meu pai foi estranho, eu queria gritar e chorar dizendo que ele não deveria ter ido embora, que não podia abandonar a gente.

Mas eu não tenho esse direito, não tenho o direito de fazê-lo ser infeliz.

Distraída comecei a andar em direção a saída da oficina, mas acabei no chão.

— Mas que merda — Xingue após ser atropelada por um pneu.

— Você revolucionou as formas de atropelamento — Georgie Cooper sorriu estendendo a mão na minha direção — Foi mal, eu não vi você.

— Então você deveria começar a prestar mais atenção.

Me levantei sem a sua ajuda e bati algumas vezes em meu uniforme agora sujo de graxa e poeira.

— Talvez seja o destino, a gente não se fala desde o seu surto de ciúmes no começo da semana.

— A gente não se fala desde que você traiu a nossa escola, o nosso time e os nossos amigos. Georgie, não tem nada haver com a gente.

— Pelo menos você assume que existe um " gente".

— Eu na verdade assumo que você é um idiota e que eu não posso ser vista falando com você.

— Quem disse isso, a Nora?

Todo mundo, sua foto está pendurada com dardos no vestiário.

As pessoas levam o futebol muito a sério e têm a chance de ter alguém "de dentro" passando informações para o time rival, é o motivo de um perfeito caos.

Ignorei sua pergunta começando a andar novamente.

— Estou pelo menos convidado pra sua festinha hoje a noite? Não é só comemoração do jogo, é?

Me virei e cruzei os braços, dei um sorriso sem mostrar os dentes de uma forma sugestiva.

— Já aviso que não entro no meio de brigas para defender você.

Foi a última coisa que eu falei antes de voltar para casa.

Dear Nanny - Georgie Cooper Onde histórias criam vida. Descubra agora