Segunda-feira, 1972.
Seu segundo ano letivo em Hogwarts se iniciava, e James sempre sentia a mesma ansiedade e o mesmo frio na barriga todo início de ano. Ele sentia como se, todo ano, ele pudesse se superar, e ser melhor em tudo que faz. Como no quadribol, ou em suas matérias favoritas. — Mas pra ser honesto, James não costumava ser alguém acadêmico. Porém ele gostava da validação que recebia quando tirava alguma nota muito boa.
Porém, se James se sentia ansioso, então Regulus poderia se considerar insano. Seu primeiro ano em Hogwarts parecia realmente algo difícil de se lidar estando tranquilo. Seu irmão, Sirius, estava junto de James, em seu segundo ano. Regulus tinha uma grande admiração pelo irmão, e costumavam ser próximos na infância. Quando Regulus soube que Sirius havia sido selecionado para a Grifinória, no ano passado, ele sentiu um certo receio. Ele sabia que tudo poderia mudar, e que a relação dos dois poderia virar de cabeça pra baixo. Talvez por influência de Walburga, sua mãe, que até o proibiu de ter contato com Sirius por um longo período, já que ele mostrava comportamento "rebelde". Isso aconteceu devido a um episódio também no ano passado, quando Sirius enfeitiçou sua casa com inúmeras bandeiras vermelhas e douradas, com o símbolo da Grifinória, nas férias, mostrando ser bem afrontoso.E então, Regulus agora se encontrava em seu quarto, ajeitando a sua gravata que cobria a maior parte de sua blusa social branca. Também havia um sobre-tudo preto, e a sua calça escura extremamente reta e sem nenhum amasso. Como uma bonequinha de porcelana. Sua pele tão branca, mesmo no verão, e as suas bochechas levemente rosadas. Seus cachos negros caíam sobre seu rosto, fazendo-o bufar e jogá-los para trás.
"Regulus, já são dez e vinte. Vamos nos atrasar!" — Sirius gritou do lado de fora da porta, batendo inúmeras vezes, na intenção de que Regulus a abrisse. Regulus não respondeu nada, apenas pegou as suas coisas, e abriu a porta, com uma expressão nada agradável, enquanto olhava pra cima, já que era alguns centímetros menor que o seu irmão.
"Ótimo. Mais cinco minutos e mamãe iria nos matar." — Ele disse, ignorando a expressão desagradável de Regulus e descendo as escadas, enquanto arrastava a sua mala. — "Bem, ela iria me matar de qualquer jeito."
Sirius disse, sendo sarcástico, soltando uma breve risada logo em seguida. Sirius era o tipo de cara que fazia piada com os seus problemas, esperando que você entrasse na brincadeira e começasse a gargalhar junto com ele. Está bem, costumava ser preocupante, mas, cá entre nós, era o Sirius.
Quebra de tempo.
James, Sirius, Peter e Remus agora se encontravam em uma das cabines, todos juntos, como de costume. James deitado em um dos bancos, com sua cabeça apoiada no colo de Sirius. Remus e Peter sentados do outro lado, parecendo entediados.
James falava insuportávelmente sobre Lily.Falando de forma sincera, James não sentia nenhuma atração romântica por Evans. Ele só sentia como se, ele necessitava sentir atração por uma garota, apenas para que se encaixasse em algum lugar, ele pensava que, se em alguma hipótese ele gostasse de um garoto, ele iria trair ele mesmo, e então perderia todos. Sua família e amigos, e também a confiança de alguns professores. Não era como se ele achasse que fosse algo nojento ou diferente, ele só... Não queria se sentir estranho entre todos ali.
"E então ela me disse que eu deveria deixar ela em paz e voltar ao meu dormitório. Isso foi patético, não? Ela poderia ser menos arrogante as vezes, e-" — James falava sem parar, quando a porta do vagão foi aberta de forma bruta, fazendo-o pular de susto.
Era Regulus.
Sua postura rígida e certa, seus traços finos e delicados e uma expressão nada agradável em seu rosto. Ele encarou todos os quatro amigos, um de cada vez, com sua mandíbula marcada. Ele soltou um longo suspiro, e todos os marotos se olharam entre si. Exceto Sirius, que sabia que nada seria novo.
"Mamãe está furiosa com você, e mandou esta carta. Ela queria mandar um berrador, mas eu a impedi. Se eu fosse você, não ignoraria." — Regulus murmurou, impaciente.
"Certo, obrigado."
Sirius agradeceu, sem dar muita brecha para discussões. Ele sabia que sua relação com o seu irmão não seria a mesma coisa depois que foi selecionado para a Grifinória. Talvez por influência de sua mãe, já que Regulus sempre tentou ser o filho que Walburga sempre quis, ao contrário de Sirius, que, pra ser honesto, estava pouco se fodendo.
E então Regulus fechou a porta mais uma vez de forma bruta, fazendo com que o vagão tremesse. James arqueou o cenho, mordendo a parte interna de sua bochecha, surpreso pela rebeldia do mini Black. Talvez isso tenha o impressionado de uma forma que tenha feito ele esquecer de Lily.
"É um idiota mesmo, está emburrado por conta de uma seleção estúpida. Ele é desse jeito, depois ele volta ao normal, de qualquer forma. Está emburrado por conta da mamãe."
Sirius justificou a situação, abrindo a carta e começando a ler com um desgosto estampado em seu rosto. Ele imitou um barulho de ânsia, como se fosse vomitar.
"Sirius O. Black.
Sugiro que pare imediatamente com toda essa rebeldia ridícula envolvendo a sua casa estúpida. Não limparei toda a bagunça da próxima vez, e não pensarei duas vezes ao mandá-lo para um abrigo de crianças. Sua coruja está confiscada."
Sirius havia enfeitiçado toda a sua casa com bombas, bandeiras e até mesmo leões falsos outra vez, assim como no primeiro ano. Ele sabia que sua mãe ficaria furiosa, e isso apenas o deixava mais empolgado. Exceto pelo fato de ter a sua coruja confiscada... Mas, quem se importa, de qualquer forma? James seria generoso ao emprestar a sua, em casos de emergência.
"É algo muito ruim?" — O pequeno Peter perguntou, parecendo aterrorizado.
"Nah." — Sirius resmungou, amassando a carta em uma bola de papel e a jogando em Peter. — "Apenas algo que Walburga faria normalmente. Tudo sob controle, meu caro amigo."
Sirius disse, parecendo tranquilo ao colocar suas mãos atrás de sua cabeça, suspirando e fechando os seus olhos, desejando chegar na escola de uma vez por todas.
—
E então estavam todos no salão principal, e a seleção das casas do primeiro ano começará. Sirius, por si, ainda tinha uma esperança de que Regulus fosse selecionado para a Grifinória, bem lá no fundo. Foi quando ele acordou de seu transe ao ouvir o nome de seu irmão.
Seus olhos seguiram Regulus até que ele se sentasse abaixo do chapéu, quando ele foi colocado em sua cabeça. Sirius estalava os seus dedos de forma ansiosa, e, de repente...
"SONSERINA!"
Foi quando Sirius teve a sensação de perdê-lo para sempre.
Enquanto todos os outros alunos aplaudiam e comemoravam, Sirius não pôde evitar encarar o seu irmão de forma triste, porém orgulhosa, enquanto ele caminhava orgulhoso até a mesa de sua casa, sendo bem recebido pelos seus amigos. Severus Snape, Barty Crouch, Evan Rosier... — e mais alguns secundários da Sonserina.
"Ei, tudo bem, cara?" — James perguntou, segurando o ante-braço de Sirius.
Sirius se questionou, se deveria falar a verdade, ou apenas mentir. Ele se sentia mal por ser um irmão tão distante, mas, pra ser sincero, ele não achava que James fosse entender isso.
"Tudo certo. Obrigado." — Sirius murmurou, tirando a mão de James daquele local, e forçando um pequeno sorriso gentil, voltando a atenção pro seu pequeno irmão, agora do outro lado do salão.
James então se afastou, e exitou em manter qualquer tipo de contato físico com Sirius naquele momento. Ele decidiu deixar Sirius sozinho, com os seus próprios pensamentos. Six costumava ser meio mente fechada de vez em quando, e ele sabia que seu melhor amigo não iria contar nada sobre como estava se sentindo. Ele preferiu deixar pra lá, de qualquer forma. Mas, ele não pôde evitar encarar Regulus algumas vezes. Tinha algo em Reggie que prendia James ali... Como um imã, era estranho de se dizer. Mas Potter apenas deu de ombros, voltando a fatiar o seu delicioso bolo de chocolate.
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Sunlight.
FanfictionEm seu segundo ano letivo em Hogwarts, James Potter conhece Regulus Black. Por sua postura rígida e personalidade forte, Regulus causa uma má impressão, e desde então James e Regulus se tornam rivais. Porém, talvez por seu grande interesse em se hum...