Quero começar esse texto te perguntando uma coisa:
"Você se lembra de como é se sentir jovem?"
Foi a pergunta que a minha psicóloga fez para mim e ainda não sei a resposta.
Enquanto andava pelas ruas frias do centro da cidade,
comecei a imaginar o que ela quis dizer com isso,
e a cada lugar que eu passava a indagação dentro da minha cabeça se tornava maior:
"Você se lembra de como é se sentir jovem?"
E então comecei a pensar no que era ser jovem:
As aventuras, as emoções,
e elas estão tão longes de mim nesse momento.
Você se lembra da última vez em que sentiu a excitação em beijar alguém que gostava muito?
E não digo excitação apenas no sentido sexual,
mas sim na felicidade e euforia que percorria dentro das suas veias naquele instante.
Eram sentimentos bons, não?
Ou então,
a primeira vez que você sentiu tanto amor por alguém que quis se declarar,
porque era tudo tão bom que só de pensar você sorria.
E então, após se declarar,
você tomou um belo de um fora.
E isso foi o suficiente para fazer você chorar semanas e nem ter vontade de comer nada.
Mas logo depois,
a dor passava.
E aquela tristeza que você sentiu já não existia mais.
Eu preciso sentir essas emoções de novo,
a raiva, a ansiedade, a excitação, a angústia, a tristeza,
e acima de tudo,
a alegria.
Semana que vem,
Chegarei na consulta e terei a resposta para a pergunta:
Eu sinto falta de ser jovem, doutora.
Mesmo sendo uma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meus olhos falam, a minha boca não.
PoezieTudo que eu quero dizer está escrito e gritando nos meus olhos. A arte, a vida, as memórias e as pessoas me inspiram.