até que a sorte nos separe...

apenas uma noite e novos amigos.

As luzes coloridas, músicas de vários temas estranhos, pessoas estranhas e muito barulho.

Esses também eram um dos meus vários motivos para odiar festas! O cheiro cítrico de álcool e suor que se misturavam e adentravam minhas narinas maltratadas pelo odor me davam pequenas náuseas passageiras me deixando mais desanimada do que antes.
Certifiquei-me de ficar ao lado de Sowon por todo o tempo em que nos aprisionamos a este lugar nada habitável... na verdade  acho que até um presídio teria mais espaço que essa casa... era impossível dar dois passos e não tropeçar em alguém, e o pior era tropeçar com os bêbados e ter que aguentar as típicas cantadas que eles faziam. Era algo nojento!

Não sei como pessoas conseguem fazer sexo apenas por diversão... deve ser super constrangedor fazer algo do tipo com alguém, dizer adeus achando que nunca mais verá a pessoa e depois a encontrar pela rua de mãos dadas com alguém!

Você se sentirá usado e terá a certeza de que nunca foi importante para aquela pessoa... apenas um objeto qualquer ou um brinquedo de criança que foi usado e deixado de lado por outro melhor.

Não quero, por hipótese alguma, me sentir assim... já basta o sofrimento árduo que Taehyung me fez passar, não preciso de mais. E além de tudo, não tenho nem sequer tempo para me envolver em um relacionamento assim e saber como seria minha reação.. o tempo não está a meu favor.

Olhei para o lado e me desesperei ao não ver Sowon lá, eu não podia ficar aqui sozinha com esse bando de gente desconhecida e simplesmente fingir que nada está acontecendo!

Tenho que procura-lá.

Tentei passar pela multidão espaçosa e fui automaticamente esmagada pelos corpos que ali estavam.

Isso não é certo... deveria ao menos ter alguns seguranças no local para que houvesse ao menos um pouco de organização habitual.

Eu precisava encontrar Sowon e pedir a ela que fossemos embora daqui o mais rápido possível... esse lugar ativaria meu lado anti-social e claustrofóbico e isso não podia acontecer.

Observei todas as saídas possíveis para mim e na primeira oportunidade saí andando sem rumo algum até chegar em uma sala menos habitada.

Era uma sala de jogos ao meu ver.

Haviam apenas 4 (quatro) garotos nela que jogavam cartas, ou melhor decifrando... uno, em uma mesa distante. Observei-os por um curto período e em um passe ligeiro que nem mesmo eu sou capaz de descrever todos os 4 homens me encaravam e agora não mantinham mais o sorriso de segundos atrás, mas sim um olhar e expressão de curiosidade e perguntas.

Estava prestes a dar meia volta e sair da sala por a mesma porta que entrei, porém uma voz doce e meiga me parou atraindo-me de volta aos quatro seres.

--- ei, por que está indo embora? Nós não mordemos... quer dizer, se você quiser é claro... - o garoto foi interrompido por o companheiro de jogo que deu um tapa sem sentido de machucar em seu braço direito - por que bateu em mim? Eu fiz algo de errado?

--- não se faça de sonso Jimin, porque desses você não é, seu safado!

--- aigoo! Vocês sempre me fazem passar vergonha né?! No bar, no restaurante, nas festas, em tudo!

E então os três começaram uma briga tosca simplesmente fazendo de minha presença um grande nada.

--- vocês poderiam por favor parar de brigar? - diz o quarto garoto, que por sinal, parecia o único ali que tinha consciência.

--- por que? Eu tenho que ensinar uma lição para esses dois ingratos aqui. Eu mereço respeito nessa merda!

--- vocês estão nos envergonhando na frente de uma garota, ainda por cima desconhecida...