7- Kiss.

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•• 𝑪𝒂𝒓𝒐𝒍𝒚𝒏𝒂 𝑩𝒐𝒓𝒈𝒆𝒔 ••

O clima na sala de reuniões era elétrico, como se fosse a tensão que havíamos construído durante todos esses encontros que estavam chegando ao seu ápice. Eu sabia que a provocação continuaria, mesmo que de forma sutil, afinal, era parte desse jogo perigoso que estávamos jogando.

Priscila sorriu maliciosamente após minha resposta sobre xingar. Ela tinha um dom para me fazer perder o foco, e eu não podia negar o prazer que sentia em flertar com ela.

- Entendo... e o que mais te tira do sério, Carolyna? - Ela perguntou, mantendo o tom de voz suave.

Eu poderia sentir seus olhos sobre mim, investigando, provocando. Aquela mulher sabia como me levar à beira da loucura.

- Pessoas que pensam que podem me controlar ou me subestimar. As pessoas precisam entender que sou indomável. - Respondi, mantendo o olhar fixo no dela, deixando claro que estava me referindo a ela mesma.

Priscila riu suavemente, um som que invejo arrepios pela minha espinha.

- Entendendo... Você gosta de desafios, não é? - Ela inclinou a cabeça levemente, seus olhos estavam cintilando.

- Gosto, Priscila. Gosto muito. - Retribuí, sorrindo sutilmente.

Em um encontro contínuo, nossos olhares e provocações não diminuíram. Era como se estivéssemos dançando no fio da navalha, explorando limites perigosos, mas sempre mantendo a aparência profissional.

E então, o momento crucial chegou. Priscila tocou levemente meu braço enquanto nossos olhos se encontravam profundamente. Um arrepio percorreu meu.
corpo, uma sensação avassaladora que me fez perder o fôlego.

Nossos rostos se aproximaram, nossos lábios quase se tocaram, e então, finalmente, nos beijamos. Foi um beijo lento, mas cheio de paixão e desejo. Era como se todo o desejo reprimido tivesse encontrado uma saída.

No entanto, a intensidade naquele momento me assustou. Em um movimento rápido, me afastei de Priscila, minha respiração estava descompassada e ofegante.

- Desculpe, Priscila, eu... - Minhas palavras saíram trêmulas.

Antes que eu pudesse terminar a frase, deixei minha sala às pressas, com o coração batendo descontroladamente. Tudo o que eu sabia era que precisava de um momento para me recompor, para entender o que estava acontecendo entre nós.

Sai da sala de reuniões como se tivesse sido atingido por um raio. Minhas pernas tremiam levemente enquanto tentava entender o que havia acabado de acontecer. Aquele beijo, profundo e quente, deixou uma marca ardente em minha mente.

Caminhei pelo corredor em direção ao meu escritório, tentando recuperar a compostura. Quando entrei, encontrei minha assistente, Júlia, preocupada em organizar alguns papéis em minha mesa.

- Julia, você pode, por favor, segurar minhas ligações pela próxima hora? - Pedi, sentindo a necessidade de um momento a sós.

- Claro, Carol. Há mais alguma coisa que eu possa fazer por você? - Ela respondeu calmamente.

- Não, isso será tudo. Obrigado, Júlia. - Sorri de maneira forçada e me afastei, fechando a porta atrás de mim.

Eu estava tentando processar o que havia acontecido. Priscila tinha tocado em um ponto sensível em mim, despertando sentimentos que eu não esperava. Eu preciso de tempo para refletir sobre tudo isso.

Enquanto isso, meus irmãos, João e Malu, estavam ocupados no andar de baixo. João provavelmente estava em algum tipo de flerte com alguma estagiária, e Malu, louca com o pessoal das finanças.

Decidi sair um pouco do escritório e ir ao encontro deles. Quando cheguei ao andar de baixo, me parei com Malu conversando com, Bárbara, a representante do setor de finanças.

- Malu, você pode assumir o controle por um tempinho? Preciso sair. - Eu disse após Bárbara se afastar.

- É claro, Carol. Pode ir.

- Obrigada. Volto logo, prometo. - ela apenas assentiu com a cabeça e eu saí.

Eu esperava conseguir espairecer a cabeça. Chamei um táxi e fui até meu café favorito, onde eu sabia que conseguiria me acalmar. Cheguei lá rapidamente e logo adentrei o local.

No fim, eu realmente consegui, por um breve momento, esfriar a cabeça. O tio Fred, dono do café onde eu estava, era como um verdadeiro tio pra mim, desde que eu era criança. Visito o Le Café sempre que preciso de apoio, pois sei que lá encontrarei todo o amor de que preciso.

Tio Fred me aconselhou a "seguir meu coração e deixar de lado o orgulho de lado." Eu prometi tentar. Bebi um chocolate quente com exatamente nove marshmallows em cima, igual a quando eu era criança.

Voltei para empresa e tudo estava em ordem, graças à Júlia e Malu. Hoje seria mais um daqueles dias em que eu passaria a noite toda no escritório, lendo e assinando mil e um documentos.

Eu já estava bem mais calma mas, no entanto, a lembrança daquele beijo ainda pairava em minha mente, me atormentando. Não poderia negar que algo havia mudado entre nós, mas precisava de tempo para entender o que isso exigia.

Mais tarde naquela noite, Priscila e eu tivemos uma reunião com a equipe de marketing. Estávamos juntos na sala de reuniões, mas agora havia uma tensão palpável entre nós. Evitamos olhares prolongados e conversas pessoais, mantendo a discussão profissional.

Quando a reunião finalmente terminou, eu me senti aliviada, mas também confusa. Não sabia como lidar com a situação, e Priscila parecia compartilhar o mesmo sentimento.

- Carolyna, podemos falar por um momento? - Priscila disse, tocando levemente meu braço.

Aquele simples toque fez surgir uma onda de arrepios pelo meu corpo, e nossos olhares se encontraram profundamente. Era como se todo o desejo reprimido estivesse à flor da pele.

- Claro, Priscila. - Minha voz saiu trêmula enquanto a seguia até o meu escritório.

Assim que entramos, ela fechou a porta, e ficamos sozinhas. A tensão era quase insuportável, e nenhuma de nós sabia como romper aquele silêncio.

- Carolyna... Me desculpe. Por favor. - Aquilo seria quase como uma súplica, se não estivesse vindo de Priscila Caliari.

- Você não precisa se desculpar, Priscila. Se eu realmente não quisesse aquilo, teria lhe impedido antes mesmo de você pensar em me tocar.

- Isso significa que você não se arrepende? - Ela perguntou receosa.

- Podemos dizer que sim. Mas você sabe quem eu sou, Priscila.

- Eu sei... Você é a sublime Dama de Ferro.

- Sim, eu sou. Mas imagino que você já tenha percebido que eu não me resumo apenas a isso.

Um silêncio pairou. Eu me levantei e apoiei-me no canto da mesa, Priscila estava em pé, bem na minha frente. Aqueles olhos finalmente me mostraram um traço de vulnerabilidade, seus lábios estavam tão beijáveis. Mas eu me contive, apesar da intensa vontade que eu tinha de agarra-la.

- Eu sou muito mais do que qualquer um pensa. Se tem mesmo intenções comigo, Priscila, você precisa estar ciente de que ainda há muito de mim para você conhecer.

- Eu sei disso, Carolyna, e estou disposta a te conhecer tanto quanto a mim mesma.

Eu me arrepiei em lugares inimagináveis. Eu sempre fui tão atraída por ela, e vê-la assim me deixava louca.

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Continua...

(Ando sem criatividade alguma, por favor, dêem-me ideias do que vcs querem ver.)

Rivals and Lovers ★☯︎Onde histórias criam vida. Descubra agora