9- Uma noite juntas.

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•• Priscila ••

Ao sair do carro, o riso ainda ecoava em minha mente, graças à chamada inusitada de Carolyna com sua irmã. Conduzindo-me para dentro da casa, ela foi ligando me levou até a cozinha. O lugar era iluminado e bonito, parecia a cozinha de um verdadeiro chef.

— Eu estou morrendo de fome. Você não?

— Um pouco.

— Ótimo! Vamos preparar algo então.

Ela ergueu as mangas de sua blusa e prendeu o cabelo. Meu Deus, eu não achava que era possível Carolyna ficar mais bonita do que já é, mas ela ficou uma verdeira beldade com aquele cabelo preso.

Ela lavou as mãos e foi até a despensa, antes passando pra mim e deixando um selinho rápido em meus lábios. Eu não pude deixar de sorrir com tal gesto.

Ela voltou com um monte de coisas nas mãos, tantas que estavam quase caindo. Eu rapidamente fui ajudá-la, pegando algumas das coisas e colocando sobre o balcão. Ela fez o mesmo e em seguida foi até os armários, pegando uma penela.

— Você gosta de massas?

— Adoro!

— Que bom, porque nós vamos fazer spaghetti alla puttanesca.

— Que? O que é isso?

Carolyna riu, mas minha pergunta era genuína. Ela começou a explicar a história por trás daquele nome, enquanto eu picava os tomates que ela tinha me entregado.

Ela misturou várias coisas e rapidinho fez uma massa de macarrão. Seus movimentos ágeis ao preparar a massa me impressionaram, parecia tão fácil e familiar para ela. Enquanto ela cortava a massa em tiras finas, começou a cantarolar uma musiquinha. Ela ficava tão linda concentrada assim.

A conexão entre nós parecia crescer com cada risada e troca de olhares. Estar ao lado de Carolyna na cozinha da casa dela parecia trazer uma intimidade genuína, e esse é um momento que guardarei com carinho.

Ela fez tudo praticamente sozinha, já que a única coisa que eu sei fazer é cortar os ingredientes. Conversamos em meio a risadas e vez ou outra ela me roubava selinhos ou beijava minha bochecha.

Depois do jantar, os sabores ainda dançavam na boca. Ela havia preparado um banquete e apreciei cada garfada, elogiando a cada mordida. Sua expressão ao ver meu contentamento foi a recompensa de todo o esforço na cozinha.

Juntas, nós decidimos ver um filme. As risadas tomaram conta da sala, e trocamos comentários sobre cada cena engraçada. Ela tem um gosto peculiar para filmes, e concordamos em muitos pontos.

— Eu amo os filmes dele, cada um consegue ser melhor que o outro!

•• Carolyna ••

Enquanto assistíamos em meio a risadas, senti um calor especial se desenvolvendo entre nós. Priscila, com seu jeito encantador e sorriso cativante, parecia se encaixar perfeitamente em cada momento ao meu lado. Nossa noite foi descontraída, revelando mais sobre nós mesmas, nossos gostos e ideias.

Eu resolvi tomar um banho, Priscila também, mas depois de mim, é claro. Desligamos a TV e fomos para o andar de cima. Enquanto eu tomava banho, Priscila ficou sentada na cama esperando a sua vez.

Depois do banho, optei por uma camisola confortável de seda, que talvez, só talvez, fosse propositalmente sensual. Priscila tomou seu banho e vestiu um dos meus pijamas.

•• Priscila ••

Eu me sentei na cama enquanto ela fechava as brechinhas da cortina. Em seguida ela rodeou a cama de se deitou do lado oposto ao meu.

— Deita, Priscila. - ela disse e eu obviamente fiz.

Me deitei e fiquei cara a cara com ela, olhando nequeles lindos olhos castanhos. Uma mecha de seu cabelo teimava em cair sobre o rosto delicado dela, então cuidadosamente coloquei a mecha atrás de sua orelha e acariciei sua bochecha de leve.

— Você é linda. Muito linda.

— Olha só quem fala!

Sorri e me aproximei, puxei-a para mais perto e ela se aconchegou em meu peito. Abracei sua cintura com um braço e com a mão livre acariciei carinhosamente seus cabelos.

Ficamos assim até ambas dormirmos. Foi uma das melhores sensações que eu já senti na vida. Estar ali, abraçada com a minha imponente rival, na qual eu fui atraída por tanto tempo, mas que imaginei me desprezar... Foi mágico!

•• Carolina ••

A luz suave da manhã atravessou a cortina, me despertando. Aconchegada nos braços de Priscila, sinto uma calma reconfortante. Seus movimentos delicados, traçando círculos em minhas costas, indicavam que ela já estava acordada.

- Bom Dia. Dormiu bem? - disse com um sorriso meigo.

Ela retribuiu o sorriso, concordando. Priscila me roubou um beijo e em seguida levantamo-nos com tranquilidade e decidimos descer para preparar o café da manhã.

Enquanto preparávamos algo para comer na cozinha, conversamos sobre planos para o dia, eu não queria ir trabalhar, e muito menos ela, que parecia que a qualquer momento me agarraria.

Liguei para Júlia e pedi que ela cancelasse todos os meus compromissos e reuniões do dia, e que ela assumisse meu lugar na empresa, dando uma desculpa esfarrapada de que estava com a "garganta doendo".

— Uau, que ótima atriz você é, Carolyna!

— As aulas de teatro precisam servir para alguma coisa.

— Teatro? Você realmente faz teatro?

— Não, não tenho tempo pra isso. Mas eu fazia quando era adolescente.

— Você é uma caixinha de surpresas! Cozinha super bem, sabe atuar... Daqui a pouco vai me dizer que já morou num monastério.

Ri genuinamente ao ouvir aquilo. Dei um selinho rápido em seus lábios e voltei minha atenção ao café da manhã. Bem quando acabamos de preparar tudo, e já estávamos prestes a nos sentar para comer, a campainha toca. Quando abro a porta, é tia Jo.

— Bom dia, Carolzinha!

— Bom dia, tia Jo! - disse abraçando-a.

— O que faz acordada tão cedo? Hoje não é dia de você chegar mais tarde na empresa?

— Então... Entra primeiro.

Assim que ela entrou, foi logo em direção à cozinha, mas ao chegar na sala de jantar e ver Priscila ali sentada, com uma xícara de café nas mãos, ela arregalou os olhos em sinal de surpresa.

A senhora cumprimentou Priscila e a ruiva fez o mesmo. Eu apenas sorri e me sentei de frente à Priscila, Joana sorriu de volta, indo até a cozinha e nos deixando sozinhas.

Enquanto estávamos comendo, conversamos e rimos, compartilhando um momento leve. Mas uma coisa estava me incomodando.

— Priscila.

— Sim?

— Nós cozinhamos juntas, jantando juntas, dormimos juntas essa noite e agora estamos aqui, tomando café da manhã juntas.

— Sim, e isso é incrível.

— É, é incrível. Mas porquê você continua me chamando de "Carolyna"?

— Ah, eu não sei... Acho que me acostumei.

— É estranho. Me chame de Carol daqui pra frente.

— Certo, Carol. - Ela sorriu e se inclinou para me dar um selinho.

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(Continua...)

Esse capítulo foi um pouquinho menor, pois vou postar outro ainda hj.

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