O Destino(camren)

2°

_ Mãe e Sofi, precisamos conversar._ olhei para elas, suspirei e criei coragem._ Vou me mudar de casa, vou para um trabalho, não sei se vou ganhar dinheiro o suficiente para nós três, mas irei tentar dar uma vida melhor pra vocês..._ fui interrompida.
_ Como assim filha, aonde? Por mim você estava procurando emprego só aqui na nossa cidade.
_ É lá na cidade de Nova York, um bairro bem conhecido. Já tenho onde morar, não se preocupem. Eu até fui mãe, eu tentei muito um emprego aqui, as vezes o destino não era esse, todos recusaram ou falaram alguma desculpa para não me dar emprego. Pelo o que eu vi, esse trabalho é muito bom, talvez eu ganhe o triplo do que você ganha, ainda não sei sobre o salário. Eu vou ter que ir sem vocês..._ olhei para Sofia e infelizmente vi a primeira lágrima saindo de seu olho, indo em direção ao seu rosto._ Calma Sofi, é só por enquanto, eu tenho que estabilizar, quando eu me estabilizar financeiramente, pode ter certeza que a primeira coisa que irei fazer é comprar as passagens para vocês mudarem para lá e morarem comigo, ou talvez a casa fique só pra vocês, não sei ainda. O que eu quero dizer é, consegui um emprego e não poderei levar vocês comigo às cegas para um lugar novo, pessoas novas, etc. Eu vou sozinha, mas voltarei para buscá-las assim que possível. Eu prometo do fundo do meu coração, não deixarei vocês aqui morando com aquele homem, peço que aguente sem eu por perto, não vou demorar tanto pra conseguir dinheiro, assim eu espero.
_ Porque você não falou antes pra gente, que dia você vai, que horas, em que momento? Eu tenho certeza que você irá conseguir buscar a gente, mas você tem certeza que é seguro?
_ Sim mãe é seguro, o hotel tem muito sucesso, é o melhor dos melhores. Eu vou amanhã 13h, espero que vocês não achem ruim, eu pensei que seria melhor já ir me adiantando para poder ganhar o meu dinheiro o mais rápido possível.
_ Se você está falando, eu acredito. Creio que você vai procurar um lugar melhor para nós duas, seu pai infelizmente terá que ficar, ele não tem salvação. Eu vou levar você, Sofia, eu te autorizo a faltar a escola amanhã, fica um tempo que der com a sua irmã ou se preferir dorme com ela, se ela quiser.
_ Claro que eu quero, momentos como esse eu prezo bastante, ficar com a família é tudo de bom, logo logo vamos ficar todas juntinhas. Vai querer dormir comigo Sofi?
_ Claro que sim, eu quero te abraçar e não soltar mais, mama eu posso faltar mesmo?
_ Sim, só dessa vez. Vou avisar a escola, para eles não ficarem inventando coisas.
_ Mãe e Sofi, saibam que eu amo para sempre, mesmo eu longe estarei com vocês de alguma forma._ eu sabia que elas iriam entender, mas... Senti lágrimas escorrendo sobre o meu rosto, as quais não queria que caísse.
_ Não chore filha, você sempre será minha neném, mesmo com 30, 70, 100 anos. Pra mim você nunca cresceu, sempre será meu bebê. Então não chore, faça o que tem que fazer, eu confio em você._ minha mãe chega perto, limpando minha lágrimas.
_ Eu sei, vocês só tem que esperar um tempo. Ele quem vai dizer se vou conseguir ou não, mas prometo que esforço meu não irá faltar para trazer vocês para perto de mim novamente.
_ Mila eu te amo, sempre vou amar você. Eu espero o tempo que for preciso, se no fim estivermos juntas é o que importa._ veio até onde eu estava sentada, me abraçando forte, eu não sabia que precisava desse abraço até sentir ele.
_ Eu sinto em dizer a vocês, tenho que subir e arrumar as malas. Vocês se importam se eu me retirar?_ me levanto após me desfazer do abraço de minha irmã, meu corpo já sentia saudades do mesmo.
_ Tudo bem filha, arrume tudo. Se quiser ajuda, é só falar ou me chamar._ acenei que sim com a cabeça, subindo as escadas.

Uma nova vida, uma nova cidade, comidas e culturas diferentes da minha, que por si só já é bem diferente. Eu sei que vou conseguir, não é atoa que fiz todos esses cursos. Vou me dar bem nesse trabalho, tomara que eu não passe dificuldades para aprender algo. A diferença é grande, quando se casa, penso pelo salário e pela distância. Fora a questão da minha família, eu estou tão ansiosa para começar a finalmente trabalhar.

Faz tanto tempo desde que fui despedida, que quase não sei como se trabalha. Já peguei todas minhas malas, colocando sobre a cama e pegando minhas roupas já dobradas no meu guarda-roupa, pego bastante calças, provavelmente vai ser um ambiente que vou usar muito.