Capítulo 3

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Acordo com o som da campainha do meu apartamento, me levanto com muito esforço e praticamente me arrasto até a porta. Não sei que horas são, mas passei a madrugada pintando um quadro que foi encomendado e precisava finalizá-lo logo.

Abro a porta e dou de cara com Christopher, que tem um sorriso nos lábios e parece estar bem animado. Maite deve ter passado meu endereço.

— Meu Deus! Já são quase uma da tarde e você ainda está dormindo? — ele pergunta e eu olho para ele como se fosse bem óbvio.

Não tenho o melhor dos humores assim que acordo. Na verdade, preciso de pelo menos um banho e um bom café da manhã para me sentir disposta para algo. Eu não deveria passar a noite pintando, mas é o momento que eu sinto paz. É quando posso colocar meus fones de ouvido no volume que bem entender e me concentrar em minha arte, como só pego quadros por encomenda, não preciso fazer isso todas as noites.

— Passei a noite acordada. — abro espaço para que ele entre e fecho a porta.

— Já sei! Você passou a madrugada suspirando pelo tal... — ele tenta lembrar o nome e eu reviro os olhos.

— Haha, engraçadinho! — faço careta — Poncho — Lembro o nome dele — E não, eu não estava suspirando pelo Poncho, eu estava pintando um quadro.

— Sabe, eu aceito um quadro como pagamento. — ele diz com um sorriso nos lábios.

— Eu pensei que fosse uma ajuda voluntária.

— E realmente é, mas eu amo arte.

— E o que você gostaria que eu desenhasse? Eu desenho qualquer coisa, até pessoas.

Ele parece pensativo e demora alguns minutos para responder.

— Vamos fazer o seguinte, durante todo esse tempo que estou te ajudando, você vai me conhecer melhor e aí você desenha algo que você ache especial para mim. O que acha?

Arqueio uma sobrancelha e um sorriso gigante surge em meus lábios. Pintar é o que mais amo e me sinto animada quando alguém me "desafia".

— Eu descobrirei o que você mais ama e pintarei um quadro, Christopher Uckermann! — digo animada e seu sorriso aumenta.

— Estou ansioso para ver, Dulce Savinon!

— Mudando de assunto, a que devo a honra de sua visita? — pergunto indo para cozinha e aceno para que ele me siga. Estou morrendo de fome e preciso tomar um café.

— Eu vim para saber sobre os detalhes desse sentimento que você tem por Poncho. Desde quando você sente, qual sua relação com ele, o que você sabe sobre ele e o que você espera. Sei que você contou o resumo, mas quero saber toda a história. Então, vamos fingir que não conversamos sobre isso antes.

Começo a preparar o café e tento organizar meus pensamentos para conseguir respondê-lo. Além de tudo, ainda sou lerda pela manhã.

— Eu gosto do Alfonso desde quando tinha treze anos.

— E por que você começou a gostar dele?

— Não sei. Simplesmente bati o olho nele e me encantei, ele sempre foi muito carinhoso comigo, mas obviamente nada além, até porque eu era uma criança. Fui crescendo e nunca deixei de suspirar por ele, Poncho ainda é carinhoso comigo, a diferença é que hoje ele se mantém mais afastado.

— Qual é o seu nível de proximidade com ele?

— Não muito. Ele é o melhor amigo do meu irmão, mas não chega a ser meu amigo. Com o tempo nos afastamos mais, mas ele sempre aparece na casa dos meus pais durante o fim de semana para jogar com o meu irmão, quando ele está por aqui.

Dicas para conquistá-lo - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora