Dulce Maria é apaixonada pelo melhor amigo do seu irmão desde a adolescência e já desistiu de tentar mudar seu olhar sobre ela. Para ela, não há como fazer Alfonso olhá-la de forma diferente.
Até Maite, sua melhor amiga, dizer que tem a solução par...
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— Tem certeza que isso é uma boa ideia, Maite? — Pergunto e ela me encara indignada.
— Já está pensando em desistir?
Depois que ela deu a ideia de falar com seu primo Christopher, eu fiquei pensando muito sobre isso e me perguntei o quão maluca essa ideia é. Primeiro, eu realmente não acho que qualquer coisa que eu faça vai mudar o modo como Poncho me olha. Segundo, o quão desesperada estou para chegar nesse ponto?
Agora, estamos no elevador do prédio de Christopher, indo em direção ao cara que Maite jura que pode me ajudar a conquistar Poncho e eu estou entrando em pânico.
— Não sei se é uma boa ideia, Mai.
— Por que não seria? Dulce, o não você já tem. Como você não vê outra forma de arriscar, essa é a melhor opção. — ela faz uma pausa por alguns segundos — O que não pode acontecer é você passar a vida toda criando planos com alguém que não te olha da mesma forma. Não somos mais adolescentes, amiga. Está na hora de agir! — As portas do elevador se abrem assim que ela termina de falar e então ela me puxa para a porta do apartamento de Christopher e toca a campainha.
Não demora muito para que ele abra a porta. Não me lembro qual foi a última vez que o vi, mas com certeza já faz alguns anos, uns quatro, eu acho. Ele morou um tempo fora do país e desde que voltou, nunca mais o vi. Me surpreendo em como ele está lindo, não posso negar. Os cabelos que antes eram maiores, agora formam um topete que não evidencia mais seus cachinhos como antes, sua barba está grande e ele tem o corpo mais definido do que da última vez que o vi. Ainda mais lindo, não posso negar.
Christopher é sete anos mais velho do que eu, então está com vinte seis anos e da última vez que nos vimos, eu tinha uns dezesseis anos. Acredito que seja esse o motivo que o fez me olhar com certa surpresa.
— Oi, Mai! — Ele abraça sua prima e em seguida me cumprimenta com um sorriso lindo nos lábios — Oi, Dulce! Entrem, por favor.
Eu gosto do Alfonso, mas não sou cega!
Eu e Maite nos sentamos no sofá da sala, a convite de Christopher e ele senta no sofá da frente.
— Maite disse que você precisa de minha ajuda, Dulce. Me conte. — Ele tem um sorriso divertido nos lábios e mais uma vez me sinto patética.
— Eu gosto de um cara há algum tempo... — Maite me interrompe.
— Há muitos anos, ela quer dizer. Tipo, muitos anos mesmo, desde quando ela tinha uns treze anos.
— Maite! — a repreendo.
— Seja totalmente sincera, Dulce! Como Christopher vai te ajudar se não souber detalhadamente a história? — Maite diz como se fosse óbvio e eu reviro os olhos, ignorando a vontade que sinto de apertar seu pescoço.
— Ok — Retomo a história — Eu gosto dele desde os treze anos, mas ele é o melhor amigo do meu irmão e me viu crescer. Ou seja, não me vê com outros olhos.
— Ele sempre te viu como a irmãzinha do melhor amigo, é isso? — Christopher pergunta.
— Sim. Como isso já faz muitos anos e ainda sinto esse sentimento dentro de mim, acho que não é uma simples paixonite. Maite disse que você é ótimo com isso de conquista — percebo que nesse momento ele franziu levemente o cenho, mas acredito que seja porque eu gosto há muitos anos de Poncho e é realmente uma situação um pouco estranha, eu diria — E eu estou disposta a qualquer coisa. Preciso muito de suas dicas para conquistá-lo.
— Está disposta a qualquer coisa? — Christopher arqueia a sobrancelha.
— Sim. Totalmente. Preciso de respostas.
— Foi o que eu disse para a Dulce, é a hora de arriscar, até porque o não ela já tem. Dulce quer dicas de como chamar a atenção dele e conquistá-lo. Você pode ajudá-la? — Maite pergunta.
Christopher nos encara por alguns segundos, provavelmente se questionando se deve me ajudar ou não. Eu tenho consciência que essa situação chega até a ser um tanto estranha, por eu já ser maior de idade e mesmo assim não conseguir tomar as rédeas da situação sem a ajuda de outra pessoa. Entretanto, a verdade é que sou extremamente tímida e sairia correndo para bem longe na primeira olhada diferente que Alfonso me desse, talvez por medo ou por não conseguir compreender o que significa.
Em certos momentos, até me acho patética, confesso. Por outro lado, também sei que não tenho culpa de ser assim, ninguém quer ser assim.
— Eu ajudo — ele diz e eu suspiro aliviada.
— Obrigada, Christopher — Sorrio.
— Você não sabe o quanto eu me sinto agradecida também — Maite diz e eu já posso imaginar tudo o que ela está pensando.
No fundo, eu tenho certeza que a Maite tem convicção de que descobrirei que Alfonso não presta e que perdi todos esses anos da minha vida idealizando um homem que não corresponde à realidade. Não sei dizer o porquê, mas ela nunca fez questão de esconder o que pensava sobre ele. Particularmente, não acho que ela está certa e acredito que a única coisa que pode dar errado é ele não me olhar como mulher.
— Me diz uma coisa, Dulce — ele diz e eu o encaro — O que você acha que deve fazer para começar a chamar a atenção dele?
— Mudar o visual, talvez? — pergunto.
— Por que?
— Eu uso roupas mais fechadas e largas, normalmente. Não acho que isso chame a atenção de um homem, principalmente dele, que me viu crescer. Também acho que deveria mudar meu cabelo. — passo as mãos pelo comprimento de meus cabelos e observo os fios castanhos — Sempre pensei que ficaria bem ruiva.
— Eu acho que você ficará magnífica com os cabelos vermelhos. — Maite opina.
Christopher me encara por alguns segundos e seu olhar é tão intenso que me sinto um pouco afetada. Gostaria de saber o que está passando em sua cabeça, pois ele parece pensar demais e falar pouco. De certa forma, é até um pouco aterrorizante para mim.
— Você acha que deve fazer isso, Dulce? — Christopher pergunta.
— Sim, eu acho. — Digo com convicção.
— Então amanhã iremos começar sua transformação, ok?
— Ok! — digo animada e pelo menos um pouco confiante de que dará certo.