Mãos firmes

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Você acorda tentando recuperar seu ar, era manhã. Tentou se mover rapidamente, mas foi impedida pela dor. Grunhidos saíram da sua boca enquanto tentava se levantar. Olhando ao redor percebe Ghost adormecido na poltrona de braços cruzados, na cômoda vê uma sacola de papel, abre e vê os remédios, cuidados para a atadura e comida.

Um sorriso quase imperceptível fugiu de seus lábios, você pegou a comida e se alimentou finalmente, depois tomou o remédio para que não sentisse mais alguma dor.

Preferia não trocar a atadura, optando por guardar os materiais na mochila. Em seguida, calçou sua bota e dirigiu novamente a atenção a Ghost. No entanto, seu coração parecia sair pela sua boca por um momento ao perceber que, embora mantivesse a mesma postura, ele agora mantinha os olhos abertos fixos em sua direção. Por um breve momento que se assemelhou a uma eternidade, se estabeleceu um olhar mútuo, no qual seus olhos permaneciam intensamente fixos em você. Contudo, antes que essa troca de olhares pudesse se intensificar, desviou seu olhar.

O homem se levanta e prepara as coisas para poder ir embora.

Fazendo o mesmo, vocês vão embora do hotel, subindo na moto você se lembra que terá que passar um longo momento de constrangimento.

Sob influência do medicamento começou a adormecer nas costas de Ghost. A sonolência era notável, sendo que sua mão estava inicialmente ao redor do tronco dele, eventualmente deslizou até repousar sobre a perna do mesmo.

O homem te segurou, impedindo qualquer tentativa de afastamento, readaptando seu corpo ao dele para evitar uma queda indesejada. Estando plenamente no controle da situação, ele demonstrou a intenção de não interromper meu sono, tendo despertado a ti somente quando aproximavam do quartel.

Descendo da moto você é cumprimentada primeiramente e especialmente por Beli, que lambe todo seu rosto com alegria enquanto pulava em você, se levantando você cumprimenta os outros e em seguida entra, indo para seus aposentos, notando que a dor estava voltando. Andar de moto com essa porra não era uma boa ideia.

Entrando no quarto vê Beli subindo na sua cama ainda animado querendo tua atenção.

"Mamãe precisa tomar banho, meu querido." Beijando a testa do cão, você se dirige ao banheiro do quarto, se despindo, tirando a atadura em seguida e vendo seu machucado no reflexo do espelho.

Bufou, tentando ignorar a insatisfação e prontamente tomar seu banho. A água quente que caía sobre seu corpo fazia-te relaxar finalmente, você ficou um bom tempo lá e quando saiu apenas pegou sua toalha e enrolou-a na cintura, encarando silenciosamente o machucado, vendo o tecido que cobria seus seios. 'Como que eu vou colocar essa porra de novo?' Pensou enquanto saia do banheiro se deparou com Ghost no seu quarto mexendo nas suas coisas, os olhos assustados dele caíram sobre você, tentando evitar olhar para seus seios. "Você quer se explicar?" Você perguntou arqueando as sobrancelhas enquanto se aproximava.

Ghost pigarreou enquanto se endireita, certamente desconfortável, sem saber como reagir com isso e desviando os olhos para todos os cantos do quarto, menos para você.

"Que foi porra? O gato comeu sua língua?" Indagou com impaciência. Ele a considerava suspeita, e essa percepção era mútua, embora ele não estivesse disposto a admitir tal fato.

O homem então permaneceu calado sem saber o que responder, não tinha desculpa para aquela situação extremamente constrangedora enquanto pensava em milhares de formas de fugir daquilo.

Durante o episódio em que, impaciente procurava na sua mochila pela atadura que gentilmente adquirira para você, entregou-a a ele com impaciência. Os olhos perplexos dele refletiram uma expressão que poderia ser interpretada como questionando sua decisão: 'Você quer mesmo que eu faça isso?'

Metamorphosis | Simon Ghost RileyOnde histórias criam vida. Descubra agora