Metamorphosis | Simon Ghost Riley

Um dia cotidiano

O homem alto engoliu seco enquanto desviava o olhar para encarar o chão. "Desembucha o que você quer porque eu preciso sair." Anunciou com pressa enquanto pegava suas coisas do armário.

"Queria pedir desculpa, eu fui um idiota aquele dia." Sibilou ele decepcionado consigo, sentindo seus olhos maldosos correr por todo rosto dele, mas ele não ousou te olhar. "Eu... fui um babaca."

"É Ghost, você foi um babaca. Por que você foi um babaca?" Você questiona com raiva jogando alguma das mudas de roupa na grande bolsa preta. "Vai, me fala." Apressou com desdém.

Você não podia ver o rosto dele, mas sabia que os lábios dele haviam formado uma linha com o volume das bochechas dele, com desconforto, o homem assume sentindo engolir veneno. "Fui um babaca porque te tratei com desdém, fui um babaca porque eu não estava lá por você quando você mais precisou de alguém, fui babaca porque eu não consegui segurar meus ciúmes e me sinto idiota por isso, porque parecia que eu só estava enxergando a mim mesmo naquele momento... Eu deveria só ter segurado as rédeas tudo e ter ficado com você." Assumiu ele com vergonha, sentindo uma enorme dor na garganta.

Logo Morph, não se segurou e realmente chorou. Por diversos motivos, por ter que se lembrar daqueles momentos traumáticos com Dimitri, por se sentir tão sozinha que nem a pessoa que você achou que estaria do seu lado não ficou, e devastada por se sentir um monstro por achar que Ghost não havia sentido nada, culpando-o até o último pensamento.

Senta-se na cama em prantos, com lágrimas guardadas caindo sobre seu rosto. Ghost fecha a porta com pressa, ficando com você no quarto.

"Porra, não sei por que continuo sabe, sendo trouxa a esse ponto." Vomitou palavras enquanto chorava, sentindo a presença do mais velho se aproximar de você, mas ele não te toca. "Você só me machuca e eu continuo... continuo atrás de você como um gatinho idiota seguindo o próprio rabo."

Ghost sente o peso das suas palavras novamente, ele sabia que havia errado e estava extremamente aborrecido por isso, decepcionado consigo mesmo. Ajoelhado na sua frente, ele tira as próprias luvas enquanto revelava a mão dele, se sentando ao seu lado na cama, limpando suas lágrimas com aquelas mãos ásperas, quentes, reconfortantes, macias e ao mesmo tempo frias e rígidas que acariciavam com o dedão a cicatriz nova na sua bochecha.

"Eu não sei mais em quem confiar, não sei mais se devo continuar aqui, sinto que ninguém confia em mim, Simon." Desabafou enquanto chorava sobre as palmas das mãos dele, subindo os olhos para o rosto dele percebeu de imediato a preocupação nos olhos dele.

Ghost era uma pessoa seca, distante e até irônica de vez em quando, sendo bem rude quando ou quando queria, mas Simon era carinhoso, atencioso e sempre fazia o melhor para poder te ver da melhor forma possível. Você entendia os sentimentos confusos dele, tinha empatia com o que ele sentia, algo que ele não sabia o que sentir e nem reconhecer, então sequer sabia se comportar quando o assunto era você.

Suas mãos se levantam inconscientemente até o rosto dele, mas seus dedos brincam por debaixo da máscara dele, com a bainha, ameaçando tirar a máscara para ver a reação dele, Simon não se importou. Não pensou duas vezes para tirar a máscara, revelando o rosto dele por completo, fazendo seus olhos derramarem lágrimas mais uma vez.

Com um impulso, joga seu corpo sobre o dele e sela seus lábios nos dele, em procura de alguma validação ou só esconder e esquecer aqueles sentimentos ruins debaixo do tapete. Os lábios de Simon eram perfeitos para isso, lábios finos de um britânico mesquinho.

Suas línguas não demoram para se encontrar, não era um beijo da carne, de desejo e pura luxúria. Era um beijo apaixonado que fazia as borboletas no seu estômago dançarem novamente, sentindo sua cabeça girar quando sente as mãos do homem passear pela sua cintura e te segurar com firmeza, pressionando os dedos contra sua pele com desejo, mas com cuidado o suficiente para não machucar ou sequer marcar.