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- QUE MERDA PENSAM QUE SÃO?! - o treinador grita dentro do vestiário - Sabem como foi difícil a orientadora a liberar? Não, porque vocês só pensam em fazer merda, porra!

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- QUE MERDA PENSAM QUE SÃO?! - o treinador grita dentro do vestiário - Sabem como foi difícil a orientadora a liberar? Não, porque vocês só pensam em fazer merda, porra!

- São as regras, treinador - um dos cara dizem em ele bate a prancheta com força na parede.

- Ela literalmente está fora dessas merdas! Sabe quantos pacientes ela vai atender que são familiares, dos jogadores de outras faculdades? - o silêncio reina - ELA FEZ A PORRA DE UM JURAMENTO QUANDO FOI ACEITA AQUI! E EM QUASE TRÊS ANOS, É EXEMPLAR.

- Erramos treinador, não vai acontecer novamente - Keei diz - Vamos conversar com a orientadora dela, explicar tudo.

Ele deu uma risada, e nela não tem nada de humor.

- Ela simplesmente não deu queixa - o olhei surpreso, sempre que fazemos algo é relatado ao reitor - Ela só quer passar de forma calma aqui, e é isso que vai acontecer. Estão proibidos de lhes dirigir a palavra que não for sobre o jogo, ou o trabalho dela. Não estou defendendo o que ela fez, estou protegendo vocês do que pode ser a ruína de vocês. Não a transformem em na porra de um Martín!

Eles saíram porém eu fui chamado, por ele. Entrei em seu, escritório e ele não disse nada apenas virou a tela. A garota está sentada no pequeno banco, sozinha está ela. O relógio da câmera de segurança marca três e vinte quatro da manhã, depois a mostra caminhando até o refeitório e então desmaia próximo ao segurança.

- Ela foi punida.

- O reitor não quer ela perto do time, me diga Konosvsky, o que porra vamos fazer sem uma garota que trabalha praticamente de graça? Onde vamos arranjar patrocinadores para o time, sem a divulgação apropriada.

- Ela não sai - disse firme - Falarei com ela.

- Como advogado, sugiro que pesquise mais sobre as pessoas que te cercam. Pois nos últimos dias, você errou e muito. Concerte a merda que fez com aquela preta. Saia.

Peguei minhas coisas e sai, Morik e Keei conversam próximo ao meu carro. Abri o porta malas colocando minha bolsa, peguei a outra com meu notebook e o livro de código penal. Olhei o celular e vi a mensagem do escritório que trabalha, onde também meu pai é sócio.

- O que ele disse? - Keei pergunta e mostro o vídeo de segurança - Porra!

- Ela relatou ao reitor? - Morik perguntou e neguei devagar guardando o celular - Ela foi punida, não temos culpa se ela é toda Frankstain.

- Vou falar com ela - Keei começou a andar mais o parei - O que?

- Não precisa se desculpar, Keei. O nosso capitão não deixaria você se diminuir assim, além do mais, ela não tem muita credibilidade.

Saiu andando e entrei no carro, Keei mesmo confuso entrou também. Olhei para o quinto andar e as luzes estão apagadas, olhei meu relógio e vi que marca quase sete e meia da noite. Sai do campus ligando o som, baixo e deixo meus pensamentos correrem a dois anos e 47 dias atrás. Eu estava observando os calouros na mesa de inscrição do time, foi quando eu vi ela pequena e assustada em meio aos alunos. Ela se encolhia para não encostar em ninguém, a vi se inscrever na turma de enfermagem e no clube de fotografia e vídeo.

Sempre a via no refeitório, sozinha, e depois com a Huili. Ela simplesmente era exemplar, muito elogiada pela orientadora não demorou a ganhar uma vaga no melhor hospital da cidade que tem parceria com a faculdade.

As esqueci depois de alguns meses, namorei, joguei, estudei e ganhei títulos. Mais depois de dois anos ela invadiu meu território, ela jamais vai sair ilesa.

Saber que ela conversou com Ysar Ronisky, não me agradou. É inadmissível, e todos da instituição sabem. Ela me desafiou ao ter a audácia de insinuar que Ronisky a seguiu, sei bem que ela deve ter o instigado. Não acreditei quando os vi de forma íntima depois de sair da loja da minha tia, mãe do Keei. Não era para eu estar ali, mais devia um favor ao meu tio.

- O que vai fazer com ela?

- Nada.

- Victor, apenas a deixe fazer o trabalho dela.

- Está a defendendo? Justo, você? - relaxei no banco - Que mandou aquele merdinha quebrar a fechadura eletrônica?

- Achei que ela iria conseguir pegar, ela dormiu do lado de fora.. sabe que..

- Ela estava mais segura de fora do prédio, do que naquele hall - disse acabando com o assunto, parei na porta da sua casa.

- Se você não falar com ela, eu irei.

Apenas acelerei, na quadra seguinte entrei no prédio que morro com meu pai. Subi pelo elevador depois de estacionar, entrei em casa. Meu pai está sentado olhando algo na pasta em suas mãos, temos digamos que uma boa relação.

- Boa noite - ele me olhou.

- Guarde suas coisas, o jantar já está quase pronto. Preciso que dê uma olhada nesse processo - deixei a mochila no canto indo até ele - Boa noite.

Peguei a pasta e li o mais atento possível, peguei uma caneta marcando pontos relevantes. Ao término jantamos, conversando sobre o caso que está defendendo.

Depois cada um vai para seu quarto, tiro minhas roupas e durmo tranquila.

Toco a campainha com calma, ouço passos e logo a porta é aberta.

- Huili, caiu da cama? - em um pijama de moletom curto, Tônia coça os olhos.

- Não sou sua amiga - ela travou e me olhou com seus olhos pequenos - Vamos conversar.

A empurrei e entrei, tudo muito organizado e cheiroso. Cheiro dela e limpeza.

- O que faz aqui? - perguntou agarrando uma manta que há no pequeno sofá, cobrindo seu corpo.

- Apenas faça seu trabalho, não vamos ter problema - confusa ela me olhou piscando muito - Não vai sair até o final da temporada, temos jogo amanhã. Prepare suas coisas para a viagem hoje.

Sai do seu dormitório sem a deixar dizer nada, mandei mensagem para o treinador avisando que havia resolvido o problema com ela. Fui para minhas aulas, minhas coisas já estavam prontas para a viagem de duas horas até o outro estádio duas cidades a frente da nossa. Observei de dentro do ônibus ela arrastar uma mala, que com certeza jamais perderia pois é verde neon.

- Falou com ela? - concordei - Ela devia ir com o treinador de carro.

- Porque? - o questionei sério.

- Sério Victor? A garota ficou semi nua na frente de todos aqui, e advinha onde ela vai passar as próximas duas horas e meia?!

Não respondi ela entrou filmando todos e fez algo que ninguém esperava, sorriu de forma calma antes de dizer.

- Boa tarde - seguiu calma para o último acento.

- Negros são esquisitos - calei Morik com o olhar.

Seguimos viagem e coloquei meus fones, porém antes ouvi meu primo me dizer.

- Ela é uma boa garota, e isso ainda vai foder com ela.



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