Naquele momento

04

São Paulo, 23:30

Felipe

Assim que anuncio a pausa no show, coloco o microfone no tripé e desço do palco para falar com a minha rainha.

– Gostou da homenagem, minha vida? - pergunto, abraçando-a.

– Claro que gostei, meu filho. Eu estava morrendo de saudade de te ver cantar. - diz, retribuindo meu abraço.

– Eu é que estava com saudade de tê-la nos meus shows. - digo, beijando sua cabeça. - Mas quem era aquela mulher a quem você mandou um beijo? - pergunto, querendo saber da linda mulher da qual não conseguia tirar os olhos.

– Conheci ela no banheiro. Fiquei abismada com a beleza dela, mas acabei nem perguntando o nome. - ela diz, sentando-se em seu banquinho.

– Entendi. - falo, olhando em volta. - Vou falar com o Diego e já volto. - ela assente e diz:

– Antes de voltar, pega minha necessaire no carro, por favor. Acabei lascando a minha unha. - Assinto e dou um beijo em sua testa. Minha mãe adora se cuidar, especialmente de suas unhas.

– E aí, cara? - Chego até Diego, que está conversando com o barman.

–Oi, estou só vendo com ele umas bebidas para deixar no palco. Depois, vamos até a mesa do meu amigo. Vou te apresentá-lo e conhecer as amigas gatas dele. - Ele fala e volta a conversar com o barman.

Enquanto ele resolve o que precisa, sento em um banquinho de bar, pego meu celular e verifico se a mãe da minha filha me mandou alguma mensagem. Olho nossa foto na tela inicial do celular e fico pensando o quão sortudo sou por ter esse pedacinho de gente na minha vida. Tudo o que faço hoje é por ela.

– Vamos, amor. - Digo, acariciando meu braço.

– Sai dessa. - Falo, rindo.

– Qual é, amor? Somos casados há anos. - Diz, afinando a voz e rindo em seguida.

– Deus que me livre de ser casado com você. - Digo, rindo.

Levanto e vamos até onde o amigo dele, e ao chegar perto, me surpreendo ao ver a mulher que tem o sorriso mais bonito que já vi e que samba como ninguém.

Diego fala com seu amigo Caio, que apresenta todas elas, e assim descubro o nome dela, Victoria, forte e lindo.

Cumprimento todas e deixo ela por último, não segurando um sorriso ao vê-la bem de perto e saber que é mais linda ainda. Assim, a cumprimento como fiz com as suas amigas, já que não temos intimidade ainda.

Ficamos uns 10 minutos de conversa boba, até que Victoria pega sua bolsa, cochicha algo para Luana e pede licença, saindo.

– Ainda bem que ela saiu. - Luana diz e estranho. - Preciso de um favor de vocês. - aponta para mim e Diego. - Eu sei que geralmente vocês chamam as pessoas aniversariantes para subir no palco para cantar parabéns, só que o aniversário da Vic foi ontem, então queria saber se vocês abrem essa exceção. - Luana diz sorrindo.

– Eu não vejo nenhum problema. - digo, olhando para Diego.

– Eu também não, vocês já são nossas amigas. - Ele pisca para Luana, que sorri abertamente.

– Ótimo, assim ela não vai negar. - diz Aliandra.

– Bom, eu tenho que pegar uma coisa no carro e me preparar para o show. Foi um prazer conhecer vocês. Depois do show, a gente conversa mais. - Digo, levantando e indo em direção à saída do bar.

Meu carro está na rua ao lado. Vou em direção à rua e chego até ele, pegando minha chave. Assim que vou abrir, escuto uma porta batendo, viro-me na direção do barulho e vejo Victoria.