Estou sentado na cadeira ao lado, Cass.

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Dean abriu os olhos com um susto quando escutou as tossidas de Castiel. Demorou cerca de dois segundos para lembrar de tudo o que havia acontecido. Castiel estava com o corpo voltado para frente, depositando uma quantidade significativa de sangue nas mãos, na coberta e no sobretudo já sujo.

--Cass!--Dean se aproxima do amigo e começa a massagear suas costas. Castiel sorri com o ato, se sentindo melhor.

--Olá, Dean.--Cumprimentou com a voz rouca.--Que horas são?

Dean olhou o relógio inconscientemente, se assustando ao ver que haviam se passado seis horas desde que Castiel havia cobiçado ao sono. Por incrível que pareça, ele estava com mais olheiras do que antes.

--São dez e dezessete da noite. Dormiu bastante, amigo.

Castiel olha para a coberta suja de sangue, parecendo assustado.

--Anjos não dormem.

--Mas você dormiu, e isso não é nada bom!

Quase que no mesmo instante, Dean escuta um barulho estranhamente alto e não sabe dizer o que é até Castiel levar as mãos à barriga.

--Eu acho que aquela maldição fez eu me tornar humano.--Castiel confirma o óbvio.--Eu estou com fome, Dean.

Dean suspira.

--Imagino que também esteja querendo ir ao banheiro.

Castiel franze as sobrancelhas.

--Acho que não.

--Acha?

Por um momento Dean teme que ele faça xixi na cama feito uma criança, mas sua preocupação vai embora quando Castiel tem outro ataque de tosse. Felizmente, dessa vez ele não durou mais do que cinco segundos e não teve sangue envolvido. Dean se aproximou, massageando suas costas novamente. Castiel parecia gostar.

--Cass, vamos fazer o seguinte.--Ele retira a coberta de Castiel, a jogando no chão.--Eu vou retirar a roupa de cama suja, trocar, daí eu te levo até a cozinha, faço um sanduiche, ou uma canja, te trago de volta e jogamos um jogo. Pode ser?

Castiel não responde, apenas se coloca de pé. Dean tem pouco tempo para pegá-lo antes de Castiel se desequilibrar e cair. Eles ficam numa espécie de meio abraço antes de Dean conseguir colocá-lo de pé.

--O que foi isso, Cass?--A preocupação é evidente em sua voz.--Pensei que fosse desmaiar.

--Acho que a minha pressão caiu.

Talvez fosse uma ideia melhor trocar o lençol, colocá-lo na cama e trazer uma canja para o quarto, mas Dean sabia que no estado de Castiel, talvez caminhar fosse saudável.

--Tudo bem.--Dean abraça o braço de Castiel.--Vou levá-lo para a cozinha como se você fosse uma senhora.

Castiel não entende o que Dean quis dizer, mas começa a andar. Se sentia tonto e sua boca parecia o próprio deserto do Saara. Quando eles chegam na cozinha, Castiel fita os olhos na torneira como se fosse a oitava maravilha do mundo. Dean nota, vai até a geladeira, pega uma garrafinha de água e a entrega a Castiel, que, sem pensar duas vezes, bebe todo o conteúdo.

Dean tinha medo de pensar demais, porque sabia que, caso pensasse, notaria que a cada segundo Castiel parecia mais pálido, trêmulo e ofegante. Estava com um medo anormal, tal medo não comparado com o que sentiria caso Sam estivesse nessa situação, mas, mesmo assim, enorme. Apenas a ideia de que aquela maldita maldição pudesse ser mortal, o deixava completamente em pânico.

Maldita Maldição-DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora