Maldita Maldição-Destiel

Não faz sentido, Cass.

Dean termina de ajudar Castiel a se sentar em sua frente na mesa da cozinha. Havia pegado um jogo de xadrez no quarto de Sam para manter o cérebro de Castiel funcional. Poderia até tê-lo deixado no quarto, mas estava completamente disposto a garantir que Castiel se movimentasse.

Castiel bocejava e estava completamente agasalhado, tremendo uma vez ou outra. Dean havia trazido uma manta e colocado sobre suas pernas.

--Começa, Cass.--Ele pede quando termina de ajeitar o jogo.--Mas já digo que eu sou ótimo em xadrez!

Castiel leva uma mão trémula a uma das peças e a move, logo colocando a mão embaixo da manta para aquecê-la. Dean sente uma pontada em seu coração e uma dor um tanto inexplicável. Cogitou ligar para Sam e pedir para ele amarrar a vagabunda maldita depois de fazerem o contra maldição e trazê-la para o bunker. Ele acabaria com a raça daquela vaca, não sem antes fazê-la passar pelo menos inferno que Castiel estava tendo que aguentar.

--Cass.--Dean o chama.--Quer que eu o leve de volta ao quarto?

--Não, Dean,--Castiel nega, bocejando mais uma vez.-- mas eu gostaria que você se sentasse mais perto de mim.

Dean franze uma sobrancelha, mas não nega o pedido. Ele vira o jogo e coloca a cadeira ao lado da de Castiel, que não demora a abraçar o braço que Dean não usaria para mexer as peças.

--Você está com muita febre.--Dean coloca mão na testa de Castiel.--Sam precisa encontrar logo aquela vagabunda.

Castiel dá de ombros, indicando o tabuleiro.

--É a sua vez, Dean.

--Como você pode dar de ombros?--Dean move uma das peças.--Você está piorando.

--Bem,--Castiel joga.--Quando eu estou bem perto de você, grudado, me sinto melhor. Nenhum calafrio, nenhuma tosse.

--Como assim?--Dean não entende.--Mesmo comigo sentado na cadeira, você tosse que parece que vai morrer.

Para a consternação de Dean, Castiel ri.

--Quando você se deitou ao meu lado ontem, eu senti meus pulmões limpos.

--Você estava com a máscara, Cass.--Dean fala como se fosse óbvio.--Não foi porque eu me deitei com você.

--Dean, você acredite ou não, quando eu estou assim próximo de você, eu me sinto bem. A cadeira é muito afastada.

Dean achava que a cadeira estava bem próxima da cama.

--Só foi uma vez, você não tem como ter certeza.

--Estou me sentindo melhor agora. Os calafrios passaram.

Dean olha para seu braço abraçado pelo outro e tem que dar um risinho. Não fazia sentido algum, mas se Castiel se sentia melhor quando estava grudado em si, não seria Dean quem mandaria ele se afastar. Continuaram jogando até o celular de Dean tocar.

Para o completo desagrado de Castiel, Dean anda até o corredor para atender. Não queria ficar e deixar Castiel ansioso caso Sam contasse uma má notícia.

--Olá, Sammy. Como anda a investigação?

--Está indo bem,--Sam boceja. Pelo visto havia passado a noite inteira na estrada.-- ela parou em Ohio. Estamos sendo cautelosos para ela não nos notar. Mas como anda o Cass?

Dean prende o ar quando escuta as tosses de Castiel. Teria sido muito melhor atender a ligação na cozinha.

--Muito mal. Por favor, sejam rápidos.